Opinião
Racismo estrutural: um enfrentamento necessário
Temos visto pelo Brasil e pelo mundo o crescimento de atos de ódio contra negros, o que nem sempre tem merecido a devida resposta punitiva. Por vezes, um ato racista é dissimulado como uma simples piada ou brincadeira ou ainda visto como um mal-entendido. Apesar de tanto se falar em racismo, pouco se vê dele nos Tribunais.
Para entender essa ausência é necessário ir além do entendimento do racismo somente como um ato individual contra alguém e reconhecer que ele faz parte do funcionamento das instituições e da estrutura da sociedade.
Em razão disso e com o crescente questionamento das barreiras ao acesso de negros e negras aos espaços de poder político, intelectual e econômico, diversas medidas vem sendo adotadas para mitigar essa desigualdade.
Assim se justificam a introdução de cotas raciais em concursos públicos bem como a reserva de recursos do Fundo Eleitoral para campanhas negras. Por exemplo, a presença de negros no Judiciário e no Ministério Público ainda é muito inferior à sua proporção na sociedade catarinense e as cotas têm o potencial de mudar esse panorama.
Apesar das resistências, tais medidas são necessárias para iniciar as mudanças em vista de uma sociedade mais inclusiva, plural e mais democrática. Aliás, a recém ratificada Convenção Interamericana sobre o Racismo foi incorporada com o status de Emenda Constitucional e prevê o compromisso de que sejam adotadas ações afirmativas, sepultando de vez a discussão acerca da constitucionalidade ou não das cotas.
De certa forma, a ascensão negra a posições de poder gera reações racistas que devem ser enfrentadas pelo Estado, em especial pelas forças de segurança pública. Ataques à parlamentares negros ou de outros grupos não-dominantes representam um ataque à democracia e não devem ser tratados como uma mera ameaça individual. Essa violência política tem aumentado e merece rigoroso combate.
E para enfrentar essa realidade, é preciso mudar as instituições. Assim, ao mudar as estruturas e as instituições, teremos condições de enfrentar adequadamente a crescente onda de ódio e racismo.
Este é o desafio que se apresenta inclusive ao Ministério Público de Santa Catarina. Só assim conseguiremos alcançar um dos objetivos da República Federativa do Brasil: a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
Simão Baran Junior é promotor de justiça em Santa Catarina
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ARTIGO
Colaboradores desmotivados não entregam bons resultados
De acordo com dados fornecidos pela Gallup, uma empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, cerca de 61% dos trabalhadores não se sentem engajados no emprego em que estão. Além disso, o estudo da consultoria de gestão Bain & Company afirma que um colaborador que está desmotivado pode ser 125% menos produtivo do que aqueles que se sentem engajados e inspirados.
Falar sobre ‘motivação’ no ambiente de trabalho sempre gera discussão, afinal, as pessoas podem se sentir motivadas por motivos diferentes e únicos, o mesmo vale para quando começam a se sentir desmotivadas também. Porém, existem situações que não são mais aceitáveis como propulsores de motivação e que os donos, gestores e líderes deveriam repensar totalmente antes de insistirem em continuar implementado.
E com ‘situações que não são mais aceitáveis’, estou me referindo a instalação de alguns itens que considero pura distração e que se analisarmos friamente, não acrescentam de nada para que um colaborador se sinta mais motivado ou não. Seja sincero: você acha que ter um escorregador, uma mesa de ping-pong ou até mesmo um vídeo game são fatores motivacionais? Esses itens me parecem mais para distração do que para motivação.
Existem milhares de coisas que podem ser oferecidas que promoveriam de fato motivação, e a principal é: condições de trabalho adequadas. As pessoas querem que o ambiente de trabalho seja um local que preze pelo bem-estar delas e que forneça todas as ferramentas necessárias para que possam exercer suas funções de maneira correta para atingir o resultado final. Pois é, mesmo repetindo várias vezes, parece que continuamos sem acreditar que colaboradores desmotivados não entregam bons resultados.
De acordo com dados fornecidos pela Gallup, uma empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, cerca de 61% dos trabalhadores não se sentem engajados no emprego em que estão. Além disso, o estudo da consultoria de gestão Bain & Company afirma que um colaborador que está desmotivado pode ser 125% menos produtivo do que aqueles que se sentem engajados e inspirados.
Então, a pergunta que não quer calar: como manter o time motivado? Os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, podem ajudar bastante, pois priorizam as pessoas em diversos âmbitos e não, não é papo de abraçar árvores. Ao colocar os colaboradores para participar dos processos e fazer com que saibam como estão impactando a empresa, os OKRs incentivam que o potencial existente seja explorado, fazendo inevitavelmente com que sejam mais produtivos.
Aliado a isso, a ferramenta propõe o aumento da clareza e do foco, o que vai fazer com que os integrantes da equipe consigam enxergar o que precisa ser feito e o que eventualmente precisa ser melhorado, ficando todos na mesma página. Isso provoca a melhoria do clima da organização, já que os colaboradores passam a ter autonomia para dar ideias e também tomar decisões, fazendo um bom trabalho em equipe e estando em sintonia com os líderes.
A verdade é que além das boas condições de trabalho que precisam ser oferecidas, a real motivação está ligada ao reconhecimento dos colaboradores por parte da liderança, que a partir do momento que passa a enxergar aquelas pessoas e estimular que se desenvolvam, veem uma mudança de comportamento. Afinal, todos nós queremos ser reconhecidos pelo o que fazemos, tendo recompensas positivas ao conseguir entregar bons resultados.
Quer ver melhores resultados na sua organização, pessoas mais satisfeitas e felizes? A resposta é simples: comece organizando seu sistema de gestão
Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão
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