Política
Senadores goianos não assinam PEC da Transição de Lula
O texto viabiliza o pagamento de R$ 600,00 do Bolsa Família (atual Auxilio Brasil) a partir de janeiro.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição do novo governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conseguiu nesta terça-feira (29), reunir as 29 assinaturas para dar início à análise do projeto.
Entre as assinaturas, porém, não constam os nomes dos três senadores goianos: Vanderlan Cardoso (PSD), Luiz do Carmo (PSC) e Jorge Kajuru (Podemos). Ao Opção, Kajuru informou que propôs uma emenda de dois anos por achar a proposta do governo petista ‘elástica’. Apenas o senador Luiz do Carmo não respondeu ao questionamento da reportagem.
Um dos pontos abordados pelo texto é a viabilização do pagamento de R$ 600,00 do Bolsa Família (atual Auxílio Brasil) a partir de janeiro. Para o senador Vanderlan Cardoso (PSD) o governo não pode perder o equilíbrio das contas. “O Senado não vai dar um cheque em branco para o novo governo. Vamos trabalhar para que o País não perca o equilíbrio fiscal que conseguimos nesta gestão. Sou favorável ao pagamento do Auxílio de R$ 600,00, até porque essa foi uma proposta das duas campanhas que disputaram o 2º turno das eleições”, ponderou.
Na sequência, Cardoso comenta que o governo deve ter responsabilidade fiscal. “Temos famílias que precisam continuar recebendo essa ajuda, mas não se pode estender o prazo e deixá-lo fora do teto de gasto da forma que quer o governo eleito. A falta de responsabilidade fiscal poderia comprometer as contas do País”.
Para uma PEC começar a tramitar no Senado, são necessárias as assinaturas de pelo menos um terço dos 81 senadores da composição. Ou seja, mesmo que os senadores de Goiás deixaram de votar, as 29 assinaturas foram mais do que suficientes para iniciar a análise da proposta.
Análise
A análise da proposta começará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Em seguida, o texto terá de passar pelo plenário principal da Casa, onde, para ser aprovado, terá de receber o apoio de pelo menos 49 senadores em dois turnos de votação. Depois disso, seguirá para a Câmara.
Só depois de concluída a análise pelas duas Casas do Congresso Nacional que o texto vai à promulgação e entra em vigor. Os aliados de Lula no Senado defendem a votação da PEC pela CCJ ainda nesta semana.
O futuro governo corre contra o tempo nas negociações, visto que o PT quer que as regras previstas no texto sejam incluídas no Orçamento de 2023, que deve ser votado até o dia 16 de dezembro.
Proposta
A PEC foi apresentada nesta segunda-feira, 28, no Senado pelo relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI). O texto retira o Bolsa Família do teto de gastos por quatro anos e prevê, ao todo, R$ 198 bilhões fora do teto em 2023.
Além dos R$ 175 bilhões estimados para bancar o Bolsa Família, a proposta libera o governo para investir até R$ 23 bilhões nos próximos anos, fora do teto de gastos, a partir do ‘excesso de arrecadação’. Ou seja, de tributos arrecadados acima do que estava previsto inicialmente.
O objetivo da PEC da Transição é assegurar o pagamento da parcela de R$ 600 a partir de janeiro, mais um adicional de R$ 150 por criança de até seis anos. Essa modelagem tem custo estimado de R$ 175 bilhões por ano.
Assinaturas
Veja abaixo a lista dos senadores que assinaram a PEC da Transição:
- Marcelo Castro (MDB-PI)
- Alexandre Silveira (PSD-MG)
- Jean Paul Prates (PT-RN)
- Dário Berger (PSB-SC)
- Rogério Carvalho (PT-SE)
- Zenaide Maia (PROS-RN)
- Paulo Paim (PT-RS)
- Fabiano Contarato (PT-ES)
- Flávio Arns (Podemos-PR)
- Telmário Mota (PROS-RR)
- Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
- Humberto Costa (PT-PE)
- Eliziane Gama (Cidadania-MA)
- Carlos Fávaro (PSD-MT)
- Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
- Paulo Rocha (PT-PA)
- Jader Barbalho (MDB-PA)
- Jaques Wagner (PT-BA)
- Acir Gurgacz (PDT-RO)
- Mailza Gomes (PP-AC)
- Otto Alencar (PSD-BA)
- Leila Barros (PDT-DF)
- Omar Aziz (PSD-AM)
- Nilda Gondim (MDB-PB)
- Simone Tebet (MDB-MS)
- Confúcio Moura (MDB-RO)
- Sérgio Petecão (PSD-AC)
- Rose de Freitas (MDB-ES)
- Eduardo Braga (MDB-AM)
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POLÍTICA
Caiado dá nova demonstração de força e União Brasil conquista 94 prefeituras em Goiás
O União Brasil, partido presidido em Goiás pelo governador Ronaldo Caiado, elegeu 589 prefeitos em todo o Brasil nas eleições municipais deste ano. Deste total, 94 estão em Goiás, o que representa quase 16% de todas as vitórias do partido no País. O número expressivo renova a força da legenda no estado, onde pode ainda conquistar a capital — a definição ficou para o segundo turno.
A eleição deste ano marca um crescimento significativo no número de prefeituras conquistadas pelo União Brasil em Goiás. Em 2020, antes da fusão que criou o partido, o DEM de Ronaldo Caiado conquistou 62 prefeituras. Já o PSL, que viria a se unir ao DEM para formar o União Brasil em 2022, elegeu 5 prefeitos. Em 2024, portanto, o União Brasil avança mais de 40% em relação às últimas eleições municipais em Goiás.
Com a conquista de municípios importantes, o União Brasil fortaleceu sua presença em todas as regiões do estado. No Entorno de Brasília, por exemplo, vai comandar Águas Lindas e Luziânia; na Região Metropolitana de Goiânia, Trindade e Senador Canedo. O partido também sagrou-se vitorioso em cidades estratégicas como Ceres, Rialma, Jaraguá, Goianésia no Vale do São Patrício, além de Porangatu, Iaciara, Simolândia, Inhumas e Itumbiara.
O governador Ronaldo Caiado celebrou os resultados obtidos no cenário estadual. “O União Brasil mostrou sua força em Goiás. Elegemos 94 prefeitos em todo o estado, fortalecendo nosso compromisso com o desenvolvimento local, por meio de parceiras para continuar com o avanço da qualidade de vida para os mais de sete milhões de goianos”, afirmou o governador. Presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda esteve em Goiânia no domingo de eleições e, antes do resultado, afirmou que esperava que o partido fizesse cerca se 500 municípios, número que foi superado após a apuração.
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