Política
Temos que garantir que mulher ganhe o mesmo que homem, diz Lula

No terceiro discurso do dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a distribuição igual de direitos entre os gêneros. Em pronunciamento de sete minutos realizado com três horas de atraso, ele disse que trabalhará para reduzir as diferenças salariais entre homens e mulheres.
“Temos que garantir que a mulher ganhe o mesmo salário que o homem. Temos que garantir que a mulher esteja onde quiser, como quiser e da forma que ela bem entender”, declarou Lula, após agradecer à primeira-dama, Rosângela Lula da Silva (Janja), aos artistas e aos trabalhadores do evento pela organização do festival, que reuniu cerca de 60 artistas para celebrar a posse de Lula.
O presidente também agradeceu aos eleitores, especialmente por resistirem à intolerância durante as últimas eleições. “O Brasil deve a vocês, que muitas vezes foram xingados, ofendidos, amaldiçoados só porque usavam uma camisa vermelha. Essas pessoas que nos xingavam se esquecem de que têm o sangue vermelho como nosso”, disse.
Lula disse que, em seu governo, buscará garantir o acesso a “coisas elementares”. “Vou trabalhar para garantir direito à escola boa de qualidade, garantir o acesso à ciência e tecnologia e o acesso a trabalho e salário dignos. Darei a própria vida para que o povo tenha o que merece. Pretendo retribuir cada sacrifício de vocês com meu sacrifício”, afirmou. “Não haverá nada neste mundo, a não ser Deus, que proíba que eu faça minha missão, que é cuidar do povo brasileiro.”
Evento
Inicialmente previsto para as 20h, o discurso de Lula começou por volta das 23h10. A cerimônia de posse dos ministros e de revogação de decretos, no Palácio do Planalto, estendeu-se além do previsto, levando a um atraso em cascata nos demais eventos.
A recepção com líderes estrangeiros no Itamaraty estava prevista para começar às 18h. Lula só chegou ao Ministério das Relações Exteriores por volta das 21h. Após passar cerca de duas horas na cerimônia, o novo presidente e a primeira-dama enfim foram para o Festival do Futuro.
Aplausos
Acompanhado do vice-presidente Geraldo Alckmin e da primeira-dama, Lula chegou ao Festival do Futuro às 23h. Antes de o presidente falar, ouviu um discurso de dez minutos do poeta popular Antônio Marinho, de São José do Egito (PE), que relatou as dificuldades e as superações do povo nordestino.
Por diversas vezes, o público interrompeu as falas para aplaudir o presidente e cantar o coro “olê, olê, olá, Lula”, que caracteriza as campanhas eleitorais do presidente desde o fim dos anos 1980. O maior momento de aplauso ocorreu ao fim do evento, quando Lula beijou a primeira-dama e fez uma brincadeira, dizendo para Alckmin também beijar sua esposa, Lu.
Janja falou um pouco antes de deixar o palco. “Aproveitem a festa. A alegria tomou posse e não vai sair daqui mais”, declarou. No fim, ainda brincou: “Esse meu boy [o presidente Lula] é demais”.
Após Lula, Janja e Alckmin saírem, houve uma pane elétrica que interrompeu o fornecimento de energia para o palco, por volta das 23h20. Às 23h50, os shows recomeçaram.
Edição: Fábio Massalli
Fonte: EBC Política Nacional


POLÍTICA NACIONAL
Projeto prevê salvaguardas à população afetada e ao meio ambiente para instalação de usinas eólicas e solares

O Projeto de Lei 4386/24 prevê uma série de salvaguardas para a instalação de usinas eólicas e solares, com o objetivo de resguardar as populações afetadas e o meio ambiente. O texto também prevê medidas para proteger os proprietários de terras arrendadas pelas usinas solares e eólicas.
Conforme a proposta, os contratos de arrendamento de imóvel para instalação das usinas terão duração de 20 anos e serão regidos pelo Código Civil. O projeto prevê ainda:
- a renovação contratual dependerá da expressa anuência do proprietário do imóvel rural;
- a revisão do contrato poderá ser feita quando constatada a violação dos princípios da boa-fé;
- o contrato deve garantir o direito à indenização e ao cancelamento quando a operação da usina provocar acidentes, incluindo ambientais;
- é vedada a utilização de cláusulas que contenham exigências referentes a sigilo (salvo as informações que comprometam a operação do empreendimento);
- também não será permitida a cobrança pela prestação de assessoria jurídica pela parte contratante e a prorrogação automática do contrato.
Excessos
O deputado Fernando Mineiro (PT-RN), autor do projeto, afirma que o objetivo é combater excessos cometidos pelas usinas eólicas e solares contra os pequenos proprietários das terras onde os empreendimentos são instalados.
Segundo ele, são frequentes as denúncias de abuso por parte dos empreendedores, como exigência de confidencialidade contratual, contratos por até 50 anos com prorrogação automática, e baixos alugueis pagos aos pequenos proprietários das terras.
“O caráter de irretratabilidade e irrevogabilidade dos contratos impede ainda que os proprietários desistam do negócio antes do término da vigência contratual sem que para isso sejam onerados de forma desproporcional”, disse Mineiro.
Meio ambiente
Em relação ao meio ambiente, o PL 4386/24 prevê salvaguardas como a proibição de usinas solares e eólicas em áreas de reserva legal e outras áreas protegidas. O texto determina ainda:
- na definição do local do empreendimento, será considerado o menor impacto com uso da cartografia social, zoneamento ecológico-econômico e outros estudos recomendados pela comunidade impactada;
- será garantida a consulta pública prévia aos estudos de licenciamento e das ações de mitigação de impactos causados pelo empreendimento;
- novas consultas poderão ser feitas se houver incremento nos impactos negativos inicialmente identificados;
- será exigida a apresentação do estudo e do relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) para os empreendimentos com potência conjunta acima de 3 megawatts (MW); e
- o EIA e o Plano Básico Ambiental (PBA) deverão prever o plano de descomissionamento da usina e a recuperação das áreas degradadas.
Outorga das usinas
O texto contém ainda salvaguardas para a outorga, como exigência de publicação prévia do despacho de registro de recebimento de outorga (DRO) das usinas solares, termelétricas e eólicas com potência conjunta superior a 3 MW.
O DRO é um documento em que o proprietário da usina solicita informação sobre acesso à rede elétrica e licenças dos órgãos ambientais.
Próximos passos
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Minas e Energia; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei
Reportagem – Janary Júnior
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados
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