Opinião
Transitoriedade da matéria
A graça de Deus não vem de “graça”, mas é preciso esforço para se aproximar do Pai e de realizar a boa semeadura com fé. Apenas quem trabalha hoje pode ter a certeza de que a colheita será adequada, pois, justo é que cada um colha o que plantou. Neste caso, quem semeia tempestade colherá ventania, enquanto que aquele que soube utilizar o presente com gratidão, inteligência e utilidade fará do reino dos céus não um palavrório em vão, mas a vivência digna e prestimosa.
A vida passa por ciclos e a sua transitoriedade e mudança representam a constância da existência. Não são os fenômenos materiais os duradouros, mas os imateriais, sutis ou até mesmo como destaca o personagem Pequeno Príncipe, o “essencial é invisível aos olhos”. É por meio da percepção e reconhecimento da transitoriedade da existência material que a consciência se alarga para fenômenos cósmicos, espirituais e assim, é possível se alinhar com o divino. A graça de Deus não vem de “graça”, mas é preciso esforço para se aproximar do Pai e de realizar a boa semeadura com fé. Apenas quem trabalha hoje pode ter a certeza de que a colheita será adequada, pois, justo é que cada um colha o que plantou. Neste caso, quem semeia tempestade colherá ventania, enquanto que aquele que soube utilizar o presente com gratidão, inteligência e utilidade fará do reino dos céus não um palavrório em vão, mas a vivência digna e prestimosa.
Por meio da inspiração e exemplificação que o Filho de Deus se torna participante leal da herança do Pai e de possuir cada vez mais. Apenas quem soube ser fiel com pouco será também com muito (Lucas 16:10). Ademais, meritória é a virtude de realizar sem esperar nada em troca. É a caridade que se faz sem olhar para quem. A caridade desinteressada representa ação superior, pois internaliza o bem como ação voluntária do ser, como parte da sua própria natureza. A transitoriedade possibilita o destaque do progresso e do autodesenvolvimento do espírito rumo à perfeição.
Paulo Hayashi Jr. é Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.
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ARTIGO
A política e o político sem credibilidade
Agora, estamos às vésperas das eleições municipais. No dia 6 de outubro de 2024, brasileiros que moram nos 5.570 municípios do país vão às urnas escolher novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
O Brasil era para ser um país potencialmente desenvolvido, não fosse a qualidade sofrível de seus políticos, respeitadas as poucas exceções, que vão para o Parlamento, governos e cargos públicos para se locupletar de todas as formas, ou seja, tirar proveito da coisa pública, desfalcando o Erário.
Ninguém desconhece que o meio político nacional é contaminado de ladravazes da República, de trapaceiros vestidos em pele de cordeiro e prontos para abocanhar o dinheiro da nação, que muita falta faz para resolver os graves problemas sociais e bancar investimentos na produção de riquezas.
A política deveria ser exercida como meio para a sociedade ver as necessidades sociais e da nação plenamente atendidas, na forma constitucional. Mas nada disso é de fato observado pela grande maioria da casta política brasileira, que continua a prosperar, beneficiada pelo sistema arcaico do instituto do voto obrigatório, responsável pela eleição e reeleição de políticos incompetentes, corruptos, cujos objetivos não republicanos são participar do bolo podre da política nacional.
O Brasil, um país continental lindo, de riquezas naturais pujantes, onde o seu povo deveria se ufanar dele, é lamentavelmente maltratado e dilapidado pela corja política, que há muito tempo se instalou no país.
Somente brasileiros obtusos – ou que não se importam de ser escorchados pela quantidade de impostos, arrancados de seus bolsos, para sustentar, por exemplo, a ilha da fantasia Brasília, onde reina o Congresso Nacional, repleto de chupa-sangues, montados sobre miríades de mordomias, com baixa produtividade – podem se manter inertes diante do cenário político deplorável nacional.
Enquanto os políticos desrespeitam as suas obrigações constitucionais, utilizam os mandatos para tirar proveito da coisa pública para si e cupinchas, ou para praticar politicagem, como troca de favores no toma lá, dá cá, o país continua a se ressentir de políticas públicas eficazes de investimentos maciços nas áreas que garantam o desenvolvimento da nação, bem como a erradicação da pobreza, da marginalização e reduzam as desigualdades sociais e regionais.
Agora, estamos às vésperas das eleições municipais. No dia 6 de outubro de 2024, brasileiros que moram nos 5.570 municípios do país vão às urnas escolher novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
Trata-se de evento que deveria trazer esperanças positivas ao país. Mas não é o que se tem observado. A velha política dos interesses solertes continua a vicejar. Candidatos novos e outros antigos interessados na reeleição batem na porta de eleitores com promessas mirabolantes, que não são concretizadas após serem eleitos. Assim, os eleitores devem ficar atentos para não cair na lábia de candidatos sagazes. Escolher os melhores candidatos é um dever de cada eleitor.
Infelizmente, o Brasil era para ter credibilidade política. Mas os exemplos negativos de políticos envolvidos em falcatruas ou ações não republicanas descredencia a classe, em que poucos são punidos, e outros indecorosos continuam em franca atividade, como, por exemplo, o presidente Lula, condenado em três instâncias e agraciado posteriormente com a anulação de seus processos, engendrada por magistrados parciais.
Sem olvidar, no entanto, a conduta do ex-presidente Bolsonaro, responsável pela morte de muita gente durante a pandemia da Covid-19, o qual, de forma insensível e irresponsável, vociferou sem rodeios que não era coveiro diante do quadro macabro da pandemia; interferiu para que o seu filho “rachadinha”, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) permanecesse impune pelas acusações a ele imputadas; recomendou o uso de cloroquina, contrariando a comunidade científica; insultou ministros do STF; estimulou a depredação de poderes da República, em Brasília; emaranhou-se com joias recebidas das arábias; e até agora não foi chamado à responsabilidade.
Julio César Cardoso é servidor federal aposentado
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