Opinião
Transitoriedade da matéria
A graça de Deus não vem de “graça”, mas é preciso esforço para se aproximar do Pai e de realizar a boa semeadura com fé. Apenas quem trabalha hoje pode ter a certeza de que a colheita será adequada, pois, justo é que cada um colha o que plantou. Neste caso, quem semeia tempestade colherá ventania, enquanto que aquele que soube utilizar o presente com gratidão, inteligência e utilidade fará do reino dos céus não um palavrório em vão, mas a vivência digna e prestimosa.

A vida passa por ciclos e a sua transitoriedade e mudança representam a constância da existência. Não são os fenômenos materiais os duradouros, mas os imateriais, sutis ou até mesmo como destaca o personagem Pequeno Príncipe, o “essencial é invisível aos olhos”. É por meio da percepção e reconhecimento da transitoriedade da existência material que a consciência se alarga para fenômenos cósmicos, espirituais e assim, é possível se alinhar com o divino. A graça de Deus não vem de “graça”, mas é preciso esforço para se aproximar do Pai e de realizar a boa semeadura com fé. Apenas quem trabalha hoje pode ter a certeza de que a colheita será adequada, pois, justo é que cada um colha o que plantou. Neste caso, quem semeia tempestade colherá ventania, enquanto que aquele que soube utilizar o presente com gratidão, inteligência e utilidade fará do reino dos céus não um palavrório em vão, mas a vivência digna e prestimosa.
Por meio da inspiração e exemplificação que o Filho de Deus se torna participante leal da herança do Pai e de possuir cada vez mais. Apenas quem soube ser fiel com pouco será também com muito (Lucas 16:10). Ademais, meritória é a virtude de realizar sem esperar nada em troca. É a caridade que se faz sem olhar para quem. A caridade desinteressada representa ação superior, pois internaliza o bem como ação voluntária do ser, como parte da sua própria natureza. A transitoriedade possibilita o destaque do progresso e do autodesenvolvimento do espírito rumo à perfeição.
Paulo Hayashi Jr. é Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.
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ARTIGO
Falta erudição na política
A questão é que a política define os rumos da sociedade, decide sobre a vida da coletividade, ou seja, por mais que se negue ou se criminalize é uma função essencial para sociedade.

Nada mais deprimente do que assistir o nível da classe política contemporânea: rasa, ignorante, parva e ignóbil, dentre outros adjetivos.
Fenômeno este que atinge todo o mundo e que demonstra o retrocesso civilizatório pelo qual passa a humanidade.
A transformação do exercício político em “espetáculo” – muitas das vezes grotesco e de baixo nível – é a decorrência da escravização dos likes e da lacração impostos pelas redes sociais à sociedade.
O vulgar, o embuste, a incultura a desinformação, a deserudição e a agressividade são as regras e não as exceções da ascensão meteórica de “imbecis” à arena política.
Estes lacradores são incapazes de conjugar mais de um verbo, ou simplesmente organizar um raciocínio linear coerente; projetos, então, são um verdadeiro suplício. Desprezam as experiências pretéritas, desconhecem a historicidade das instituições, debocham dos exemplos, e são soberbos de sua estupidez; porém são ligeiros na prática do parlapatão, do charlatanismo e do engodo.
Neste cenário está em extinção o grande orador, o conhecimento, o debate profícuo e respeitável, o exercício saudável do contraditório baseado em visões de sociedade.
Substituímos o conhecimento pela ignorância, o decoro pela descompostura, a oratório pela linguagem vulgar, os princípios iluministas pelo obscurantismo, a verdade pela fake news, a cortesia pela boçalidade, a ideia pelo vazio, a seriedade pela molecagem.
Isso tudo sob os holofotes da imbecilização da sociedade que compartilha, aplaude e viraliza os horrores ruinosos dos lacradores.
A questão é que a política define os rumos da sociedade, decide sobre a vida da coletividade, ou seja, por mais que se negue ou se criminalize é uma função essencial para sociedade.
O exercício da política sem o mínimo de erudição, ou simplesmente, à mercê fútil e grotesca dos likes condena irreversivelmente nosso presente e nosso futuro, afinal não podemos almejar um presente ou um futuro melhor se somos representados ou dirigidos por imbecis ignorantes, escravos dos likes e da deserudição, afinal falta erudição.
Henrique Matthiesen é formando em Direito co pós-graduação em Sociologia
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