Opinião

Uma nova lua da Terra

Em órbita semelhante, foi descoberto o 2003 YN107, que é um pequeno asteroide de 10 e 30 metros, mas sua estranha órbita o colocou próximo à Terra entre os anos de 1997 e 2006, voltando à ferradura depois. Deverá repetir essa situação de quase órbita daqui a 600 anos. O 2015 SO2 aproximou-se do planeta em 30 de setembro de 2015. O diâmetro dele é de 50 e 111 metros.

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Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Há um ano, escrevi sobre as outras luas que a Terra tem, mas gira em torno do sol no que é chamado de órbita de ferradura, como o 3753 Cruithne, o 2002 AA29, o 2003 YN107, 2015 SO2, e o 2016 HO3 que entra em órbita aparente por algum tempo. E, agora, em 7 de agosto, o Sistema de Alerta de Impacto Terrestre (ATLAS) descobriu um pequeno asteroide de cerca de 10 metros de largura, denominado 2024 PT5, que entrou em órbita realmente da Terra, não em ferradura, em 29 de setembro, tornando-se uma segunda lua por dois meses.

O 3753 Cruithne foi descoberto em 1997 e é um asteroide de cerca de 5 km diâmetro, e está sempre à frente da Terra em torno do Lagrange 4 (L4). O asteroide 2002 AA29 tem cerca de 100 metros e não orbita um ponto de Lagrange, ele se aproxima à frente da Terra, cerca de 5,85 milhões de km e afasta-se, até chegar do outro lado em distância semelhante completando a ferradura.

Em órbita semelhante, foi descoberto o 2003 YN107, que é um pequeno asteroide de 10 e 30 metros, mas sua estranha órbita o colocou próximo à Terra entre os anos de 1997 e 2006, voltando à ferradura depois. Deverá repetir essa situação de quase órbita daqui a 600 anos. O 2015 SO2 aproximou-se do planeta em 30 de setembro de 2015. O diâmetro dele é de 50 e 111 metros.

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Outro quase-satélite interessante é o 69219 Kamoʻoalewa (2016 HO3), um asteroide de 40 a 100 metros de diâmetro, de rotação rápida, próximo à Terra e o mais estável pseudo-satélite conhecido. O segundo maior objeto próximo da Terra é o 2020 XL5 que é um asteroide que oscila em torno do ponto de Lagrange 4, medindo de 1100 e 1260 metros.

O asteroide 2024 PT5 aproximará da Terra, chegando a apenas 567.000 quilômetros de distância, a Lua dista da Terra 384.400 km, em média. Ele completará uma órbita ao redor da Terra por 56,6 dias, quando, então, escapará da gravidade do nosso planeta, em 25 de novembro, retornando à sua trajetória em torno do Sol. Mas ainda passará próximo da Terra em 9 de janeiro de 2025, aproximando-se a 1,8 milhão de quilômetros antes de se afastar.

Porém, os cálculos feitos de sua trajetória indicam que o 2024 PT5 deverá retornar em 8 de novembro de 2055, mas não se aproximará muito, ficando a uma distância de 5,2 milhões de quilômetros.

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Os astrônomos da Universidade Complutense de Madri conseguiram calcular a órbita de 2024 PT5 usando os dados do Jet Propulsion Laboratory da NASA, com base em 122 observações por 21 dias. Descobriram que o asteroide segue uma trajetória em forma de ferradura, com características orbitais de outros asteroides, denominados Arjunas, (tratarei em artigo futuro), orbitando o Sol a mesma distância, forma e ângulo que a Terra.

Descobriram ainda que o 2024 PT5 esteve nas proximidades da Terra em março de 1960, abril de 1982 e fevereiro de 2003, mas não chegou a uma distância menor de 8,2 milhões de quilômetros. A última vez que ele esteve a menos de um milhão de quilômetros de distância parece ter sido em outubro de 1937. Depois de 2055, o asteroide voltará em janeiro de 2084, chegando a cerca de 1,66 milhão de km de distância.

Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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ARTIGO

A Septuaginta, a Hebraica e Qumran

Há outros manuscritos medievais do Antigo Testamento, o mais antigo é uma cópia do Cairo dos profetas de 895 d.C., enquanto o Codex de Aleppo, de 930 d.C., carrega o selo de aprovação do grande filósofo Maimônides, há um Codex Babilônico dos Profetas (916 d.C.) e uma cópia do Pentateuco do século X no Museu Britânico.

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Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Desde o início da Igreja (ekkesia, comunidade, assembleia) de Jesus Cristo, as Escrituras (Antigo Testamento) utilizadas eram as da Septuaginta (LXX) na língua grega e não a Hebraica. Esta versão somente passou a ser valorizada na época de Jerônimo porque havia grandes diferenças entre as duas Bíblias e julgou-se que a Hebraica fosse original e mais correta. E essa impressão continuou até 1947, quando foram descobertos os pergaminhos do Mar Morto.

Descobri alguns livros que tratam do assunto, de autores como Emanuel Tov, James A. Sanders, Eugene Ulrich, e Ralph W. Klein (autor do livro “Textual – Crítica do Antigo Testamento. A Septuaginta depois de Qumran” e que estou estudando e repasso aqui).

A história da Septuaginta (LXX) começa com a tradução do Pentateuco em Alexandria, Egito, no século III A.C., uma vez que a comunidade judaica de lá encontrou cada vez mais dificuldade em usar o hebraico, traduziu o Pentateuco para o grego koiné para atender às necessidades litúrgicas da sinagoga, e talvez para fins apologéticos e educacionais também.

O Texto Massorético (TM) é versão hebraica do Antigo Testamento, padronizada entre os séculos VI e X d.C., pelos massoretas, usada no judaísmo rabínico e nas traduções modernas da Bíblia.

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Há outros manuscritos medievais do Antigo Testamento, o mais antigo é uma cópia do Cairo dos profetas de 895 d.C., enquanto o Codex de Aleppo, de 930 d.C., carrega o selo de aprovação do grande filósofo Maimônides, há um Codex Babilônico dos Profetas (916 d.C.) e uma cópia do Pentateuco do século X no Museu Britânico.

O Pentateuco Samaritano é a versão dos primeiros cinco livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) usada pela comunidade samaritana e que rejeita o resto da Bíblia Hebraica.

A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto (250 a.C. a 68 d.C.) demonstrou que a Septuaginta mudou menos e está mais próximo do original do que os demais textos. Por exemplo, o fragmento 4QEx de Qumran confirma Ex 1,1-6 da LXX contra o Texto Massorético.

Qumran e LXX acrescentam “seu pai” depois de Jacó; TM não. Qumran e LXX leem “E todas as pessoas de Jacó”; TM lê “E todas as pessoas que saem dos lombos de Jacó”. Qumran e LXX leem “setenta e cinco”; TM lê “setenta”. Qumran e LXX leem “pessoas. E José morreu.”; TM lê pessoas. E José no Egito. E José morreu.

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A variante “setenta e cinco” é a citada pelo mártir Estêvão (Atos 7,14) e é atestada por alguns manuscritos da LXX em Dt 10,22. É um cálculo baseado em Gn 46,20 da LXX, que contém os nomes de cinco descendentes adicionais de Efraim e Manassés.

Precisamos ainda analisar o Pentateuco Samaritano e o livro de Jeremias, cujo Texto Massorético mostra que foram acrescentadas 2.700 palavras a mais que a LXX e 4QJer, mas esta pequena amostra já mostrou que os Apóstolos e Padres da Igreja foram corretamente inspirados a utilizar a Palavra de Deus (em grego) que não depende de uma língua específica e que precisa estar sempre acompanhando as mudanças humanas da língua! Ou seja, precisamos da Igreja, uma que acerte nas escolhas teológicas, ou seja, siga a Septuaginta dos cristãos!

Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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