Vou pegar o Sapiquá!
Para contar um pouco das tradições gastronômicas nos sertões de Goiás, vamos falar primeiro da chamada Cozinha de Raiz que é muito rica e diversificada, partindo do uso de ingredientes simples e receitas centenárias sempre ligadas a história de seu povo, que quase sempre usa produtos oriundos da agricultura familiar e trazem vários benefícios desde a parte cultural, social e turística para as cidades históricas brasileiras aliadas a sustentabilidade.
O objetivo principal da cozinha raiz é resgatar, apresentar e divulgar a rica diversidade gastronômica Brasileira com o intuito de preservar as tradições com suas histórias e receitas. E com isso evitar que muitas receitas de família se percam, pois as novas gerações não conhecem os ingredientes e produtos exclusivamente usados antigamente, que são considerados uma referência na gastronomia mundial.
Hoje em dia a gastronomia de raiz está ganhando o Brasil e pode ser muito rentável para todos haja visto que possui uma grande número de adeptos, consumidores e Chefs. Contribui para o resgate de uma cultura alimentar de um povo, incentiva e valoriza a produção dos alimentos orgânicos e do cardápio local, registra as tradições culinárias através de todos os produtos apresentados em suas receitas, divulga a cultura histórica através das tradições orais e dos Mestres Griôs e ainda fortalece o destino turístico através do turismo gastronômico.
Em Goiás temos uma representação muito presente da chamada gastronomia de raiz, pois existem muitas receitas e tradições culinárias bem interessantes como a Paçoca de Carne Seca no pilão prato de origem indígena a mais conhecida, a Matula de Galinha, Matula Goiana, Matula dos Tropeiros e muitas outras farofas que são usadas como Matulas ou Merendas.
O Goiano é um farofeiro nato, adora uma farofa. Entre as mais interessantes farofas estão a de Pirenópolis, que podemos ressaltar a Farofada dos Cavaleiros Mouros e Cristões um momento que antecede a Festa do Divino Espírito Santo e as Cavalhadas. Antigamente o alimento servido era a tradicional farofa de frango ensopada, e hoje é oferecido um banquete aos cavaleiros e a toda população da cidade não podendo faltar a combinação com a guariroba e o jiló.
Pirenópolis, nos tempos passados, as cozinheiras faziam uma merenda chamada de Pixico, uma farofa de milho de galinha com rapadura e canela para as crianças levarem para a escola. Conta à tradição oral que era tão gostosa que os filhos dos coronéis queriam tanto provar que trocavam com as crianças pobres pelas suas merendas.
Hoje podemos encontrar muitas matulas diferenciadas e até criadas por muitos chefs Brasil a fora, sendo que as mais antigas receitas continuam fazendo sucesso como a matula dos Comboieiros uma Farofa de Rapadura com Queijo curado que é muito saborosa, sabendo que todas as matulas eram enroladas na folha de milho seco e nas folhas de bananeira, pois era tudo muito rústico e prático.
Nas cidades turísticas e mais tradicionais do estado de Goiás podemos encontrar várias receitas centenárias que representam muito bem a importância da cozinha raiz para a preservação e divulgação cultural gastronômica de Goiás, como o pastelinho, o doce cangote de moça, o manjar de fubá de arroz, e muito mais.
É certo que as comidas mais antigas estão voltando com a força total trazendo no Sapiquá toda sua tradição e cultura fortalecendo a importância destas receitas e suas histórias para a preservação da cultura e tradição de nosso povo.
*Sapiquá- Sacola de Couro usada para se transportar mercadorias no lombo dos Muares pelos sertões.
Gilmar Borges é chef de cozinha, pesquisador de gastronomia raiz. É idealizador do Vivência de Cozinha Raiz, que promove um resgate cultural por meio da culinária.
ARTIGO
PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.
A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.
A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.
A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.
Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.
André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).
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