A Revolução Teletransportada, por Letícia Luccheze

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Livro é sinônimo de conhecimento, de sabedoria. E um grupo de conhecimento de um mesmo assunto se junta e passa a ser chamado de livro. Muitos veem um livro na estante como algo fechado, quieto, mudo e empoeirado. Só que cada livro pulsa de conhecimento vivo, como o ressoar de um tambor indígena. A cada passo que damos dentro de uma biblioteca, ou livraria, vários olhinhos ansiosos, nos acompanham minuciosamente, quase sem piscar. Parecem até que não respiram, se não fosse por toda aquela gritaria. Quando passo, ou paro na porta de um desses ambientes, nem sei pra quem olhar, ou quem ouvir primeiro. Pois todos falam ao mesmo tempo, toda a sabedoria que tem grafado em suas paredes. E nem parecem falar, parecem mesmo é que gritam. Inquietos numa prateleira, numa estante, ou sobre uma mesa, falta pularem para o chão, correrem atrás de mim e pularem para o meu colo. Desejando que os levem pra casa, para poderem me dar o presente que é a sabedoria.

Quando dou de cara com uma feira de livros, parece que nem consigo respirar. Fico ali por segundos, parada e muda, tentando voltar meus batimentos cardíacos ao normal, em meio a tanta gritaria. Você tem o hábito de ir à biblioteca e livraria? Você, já ouviu os livros falarem? Mais um dia, em 1969 um grupo de pessoas, dotados de conhecimentos porque ouviam os livros, criaram a Arpanet, primeiro nome dado a Internet. Que deu o seu primeiro suspiro, em meio a um e-mail, que um professor da Universidade da Califórnia, passou para um amigo em Stanford. O envio desse e-mail foi o ápice do momento, em que Pedro Alves Cabral, avistou o monte Pascoal. Foi o descobrir de um novo mundo, com Pedrão navegando sem barco, sem vela e sem água. E a sua luneta, foi à tela de um microcomputador, de um celular, ou de uma televisão.

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Foi à eclosão da revolução! Não era “A revolução dos bichos” de George Orwell não. Era a revolução dos livros. Que eufóricos, junto com os homens pularam e dançaram, com os olhos brilhando, como um farol na madrugada. Era um novo universo e cada ponto dele, é um de nós aqui, dentro do planeta Terra. Literalmente era um Multiverso (universo dentro do outro), o universo que é a Internet (teclado, monitor, fios, cabos etc.) dentro do nosso universo (planetas, estrelas, galáxias etc.).

O ar pegou um pouco daquela euforia toda e virando vento sorrateiro vuuuuuu; entrou pelas janelas de bibliotecas e livrarias do mundo inteiro. Passou por cada livro, disseminando a notícia, que em instantes de milésimos de segundos, teletransportou conhecimento, sabedoria, livros em gargalhadas, para o universo digital vuuuuuu…. Alguns homens, até tiveram a tal da L.E.R., de tanto que ajudaram no teletransporte.

Foi um avanço, para oportunizar que toda pessoa, quer onde esteja fosse capaz de ouvir os livros. Seja por meio de áudio, imagens (G.I.F.), seja por meio de livro digital (e-book), P.D.F., seja por meio de audiolivro, ou de vídeos. Tudo o que já foi e está sendo visto e aprendido no mundo, foi e está sendo grafado em letras na madeira, no papel e agora na tela.

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Muitos desconhecem a revolução dos livros e fazem uso da Internet apenas para lazer, descontração e diversão. Só que a Internet é uma biblioteca abarrotada e atualizada de livros (conhecimento, sabedoria), em formas de imagens, áudios, vídeos e textos. É o ensino-aprendizagem transmitido sem fronteiras, sem barreiras. Pois a sabedoria é para todos e não pode ser contida em um retângulo. Ela não consegue ficar quieta e muda em uma prateleira.

Se você tem dificuldade de ouvir os livros da sua escola, da livraria, da sua casa, da biblioteca; então se lembre da revolução. E corra para a Internet, para se embriagar de todas as formas de conhecimentos.

Letícia Luccheze é professora de Língua Portuguesa, Teatro, Sexologia, Arte Visual e Arte Circense, na rede estadual, municipal e particular. É fotógrafa, escritora e crítica teatral

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PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação. 

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André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.

A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.

A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.

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A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.

Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.

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A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.

André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).

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