Artigo
Para quê aprender uma segunda língua?
Será que os alunos da rede pública de ensino sabem a importância de se aprender uma segunda língua e sua utilidade? Em uma pesquisa realizada com 56 alunos da rede pública de ensino, no Colégio Estadual de Período Integral Heloísa de Fátima Vargas na cidade de Nova Glória, onde são oferecidas as línguas estrangeiras modernas inglês e espanhol, revela a preferência dos alunos quanto ao ensino das línguas estrangeiras. Dos alunos que responderam à pesquisa 78,5% preferem a língua espanhola e o motivo é por ela ser mais parecida com a língua portuguesa, tanto na escrita como na pronúncia. Já 21,5% dos alunos dizem preferir a língua inglesa, visto que se trata de uma língua mundialmente conhecida e aprendida. Alguns alunos, inclusive, disseram ser a língua inglesa mais fácil de aprender.
Em outra questão foi perguntado aos alunos por qual motivo eles acham importante aprender uma segunda língua e o resultado você pode conferir a seguir:
Todos os motivos apresentados pelos alunos são de suma importância, visto que é aprendendo sobre outra língua que se aprende mais sobre outras culturas, é possível viajar para outros países, fazer novos amigos e compreender mais sobre o mercado de trabalho. Alguns alunos dizem que gostariamde aprender uma segunda língua para ouvir músicas estrangeiras e entendê-las, e que já conseguem entender algumas palavras e frases que são suficientes para compreender do que se trata a letra ou tema da canção. Entender séries e filmes é um dos outros motivos. Logo, é possível perceber que os alunos sabem a importância de se aprender uma segunda língua.
Há muitos outros motivos para se aprender uma segunda língua, como nos afirma Humberto Abdo em um artigo à Revista Galileu:
Pesquisas científicas conduzidas nos últimos anos têm confirmado a importância e os benefícios cognitivos de aprender novos idiomas. Além de poder assimilar outra linguagem e sua cultura, as vantagens de estudar idiomas envolvem o desenvolvimento da memória, habilidades de tomar decisões com mais rapidez e ainda ajudam a atrasar algumas doenças, como o Alzheimer. (ABDO, 2016)
Estão aí mais motivos que não foram citados pelos estudantes e que também são de suma importância, visto que estudar uma segunda língua ajuda no desenvolvimento da memória e ainda retarda problemas como Alzheimer e ainda auxilia na parte cognitiva do cérebro, fazendo com que a pessoa aprimore suas habilidades de resolução de problemas, pensamento rápido, raciocínio lógico e muito mais. Pode-se dizer que a aprendizagem de uma segunda língua traz mais qualidade de vida para quem a aprende.
Thaymara Correia da Silva é licenciada em letras
ARTIGO
PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.
A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.
A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.
A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.
Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.
A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.
A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.
André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).
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