Saúde
Dia do Trigo: crianças podem ter doença celíaca?
Especialista conta quais os principais sinais que crianças com doença celíaca apresentam devido à intolerância do organismo proteína do glúten.

O glúten é um dos compostos de proteínas que estão presentes, especialmente, em cereais como o trigo e centeio. Ao consumi-lo, o organismo é capaz de digerir a substância de forma natural. Entretanto, este processo se torna mais complexo para quem sofre com a doença celíaca. A condição, considerada autoimune, é dez vezes mais comum em crianças e acomete cerca de duas milhões de pessoas no Brasil, segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos (Fenacelbra).
Por se tratar de uma inflamação na parede intestinal, a intolerância pode aparecer em qualquer idade, inclusive na fase adulta. Porém, o diagnóstico tem se tornado cada vez mais comum na infância, pois antes do primeiro ano de vida ocorre a introdução alimentar e, consequentemente, há uma devida exposição ao glúten.
Conforme o gastropediatra Henrique Gomes, a condição manifesta sintomas comuns, como: diarreias, distensão abdominal, anemia, fadiga, dor abdominal e flatulências. “O consumo de alimentos com a proteína do glúten pode favorecer o desenvolvimento de manifestações clínicas, como alergias, irritação e inflamação intestinal, má absorção de nutrientes e até mesmo o aumento na predisposição para doenças como câncer de intestino”, explica.
O diagnóstico da doença celíaca deve ser feito por um médico especialista que, ao ouvir as queixas da criança, irá solicitar exames capazes de verificar os motivos da irritação do organismo. Quando o problema é identificado na infância, os pais devem ficar atentos às mudanças que devem ser feitas na alimentação para minimizar o desconforto durante o dia a dia e, além disso, diminuir as chances de desenvolver os quadros de doenças mais graves.
Segundo o pediatra, a dieta de crianças com este quadro deve ser rigorosamente restrita. Isso porque, mesmo quando consumido minimamente, os alimentos são capazes de desencadear inflamações que causam dor nos pequenos. Portanto, torna-se fundamental substituir alimentos que contenham a proteína na formulação. Vale ressaltar que lanches processados também devem ser deixados de lado, pois tendem a conter em sua composição pequenas quantidades da proteína.
Alimentos livres de glúten:
- Tubérculos e alguns cereais: arroz, milho, mandioca, tapioca, polvilho, alfarroba, fécula de batatas;
- Azeite e manteiga;
- Carnes e ovos;
- Leite e derivados;
- Fruta e vegetais incluindo a batata e leguminosas (grãos em geral);
A boa notícia é que, cada vez mais, o mercado de alimentos tem investido em alimentos saborosos, nutritivos e livre do glúten. “Biscoitos, torradas, farinhas como a de arroz, de castanhas e de mandioca são opções novas a serem exploradas pelos pais e responsáveis”, ressalta o especialista
Portanto, se uma criança foi diagnosticada com a doença celíaca, o próximo passo é recompor da flora intestinal dela e evitar que ela a inflame novamente. Um organismo com este tipo de intolerância tende a causar incômodo por conta de suas variadas reações alérgicas na pele e no abdômen, logo, para combater a condição é indicado aos pais que seja posta em prática a ingestão de probióticos, como também o consumo de alimentos que sejam de digestão leve e livre da proteína.
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SAÚDE
Dia Mundial do Rim: cuidado com a saúde renal deve começar na infância
Somente em 2024, o maior hospital pediátrico do país realizou mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes.

A doença renal crônica afeta mais de dez milhões de brasileiros e 850 milhões de pessoas no mundo, além de causar 2,4 milhões de mortes todos os anos, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, cerca de 157 mil pessoas dependem de terapia renal substitutiva, conforme dados do Censo Brasileiro de Nefrologia de 2023. Só no Hospital Pequeno Príncipe, que é o maior e mais completo hospital pediátrico do país, foram mais de cinco mil sessões de hemodiálise em crianças e adolescentes em 2024.
Embora seja mais comum em adultos, a doença renal crônica também acomete o público infantojuvenil. Estima-se que sejam 20 casos a cada um milhão de crianças, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Por isso, no Dia Mundial do Rim, lembrado em 13 de março, o Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância dos cuidados com a saúde renal desde a infância.
Além da produção de urina, os rins desempenham funções essenciais no organismo, como filtrar impurezas do sangue, controlar a pressão arterial e produzir hormônios. “Muitas pessoas pensam que os rins são responsáveis apenas pela urina, mas eles também são fundamentais para o bom funcionamento do metabolismo, crescimento e desenvolvimento do corpo. Por isso é tão importante que o cuidado com a saúde renal e os bons hábitos iniciem ainda na infância, pois eles interferem na saúde por toda a vida”, enfatiza a nefrologista pediátrica Lucimary Sylvestre, do Hospital Pequeno Príncipe.
A ingestão adequada de líquidos, a alimentação balanceada (evitando processados e excesso de sal) e a prática regular de atividades físicas são fundamentais para manter os rins saudáveis ao longo da vida. Também é importante controlar o peso e a glicose e aferir a pressão arterial regularmente a partir dos 3 anos de idade.
Quando suspeitar de problemas renais?
Existem diferentes doenças renais e que não se limitam apenas aos rins, atingindo todo o trato urinário. Elas se apresentam por malformações congênitas, condições hereditárias ou adquiridas. “Algumas doenças se manifestam com sinais como perda de urina, infecção urinária de repetição, presença de sangue ou proteína na urina, mas outras são silenciosas até que atinjam um estágio mais avançado de alteração na função renal”, explica a nefrologista pediátrica. Além desses sinais, também é importante estar atento para:
- alteração na pressão arterial;
- anemia que não melhora com reposição de ferro;
- alterações ou fraqueza óssea;
- cansaço excessivo;
- inchaço nos pés e no rosto;
- histórico familiar de doenças renais.
Ao observar qualquer sinal ou sintoma, é fundamental passar por avaliação médica. Se não tratada adequadamente, a doença renal crônica pode levar a complicações graves, como insuficiência renal e necessidade de realização de diálise ou até mesmo de transplante de rim. Os problemas renais também podem resultar em edemas, dificuldades respiratórias e problemas cardiovasculares, como hipertensão e aumento do risco de infarto.
Cor da urina como alerta para a saúde
A urina é um indicativo relevante da saúde dos rins, pois a coloração reflete o estado de hidratação e pode sinalizar problemas que exigem atenção médica. “É importante que seja avaliado o aspecto da urina como um todo e sempre buscar para que ela não seja muito escura, concentrada demais e que não tenha alterações do cheiro. Ao observar alguma dessas alterações, é importante buscar por atendimento médico para verificar se existe algum problema renal ou se é algo secundário, causado por desidratação, consumo de alimentos que podem mudar a coloração da urina ou pelo uso de alguma medicação”, realça Lucimary.
Saiba o que cada cor da urina pode indicar
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