Opinião

Como a Geração Z pode organizar suas finanças pessoais?

Especialista em finanças pessoais dá dicas para ajudar esse grupo a ter uma relação melhor com o próprio dinheiro.

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João Victorino é administrador de empresas.

Começar a organização das finanças pessoais não é um processo fácil, independentemente da idade. Porém, pode ser especialmente desafiador para os jovens, que enfrentam uma vastidão de ofertas supostamente imperdíveis, desde produtos e serviços até experiências. A tentação de seguir as tendências do momento é forte e atinge milhões de pessoas, especialmente integrantes da Geração Z, que possuem de 13 a 27 anos.

Diante de um cenário constante de endividamento das famílias e juros altos no Brasil, o especialista em finanças pessoais, João Victorino, explica ser comum que esses jovens, ao conseguirem um trabalho e melhorarem suas condições financeiras – mesmo que ainda não sejam totalmente independentes -, sintam a vontade de gastar boa parte do salário comprando coisas de seu interesse. Isso é válido e pode ser feito, porém, desde que seja com sabedoria e com um bom controle financeiro.

Segundo João, é fácil se deixar levar por hábitos consumistas. “Vivemos em um mundo onde o acesso rápido a tudo pela internet é uma realidade. Essa agilidade pode ser positiva, já que nos permite obter informações a qualquer momento, mas também tem seu lado negativo. A Geração Z, por exemplo, é bastante ativa nas redes sociais e, às vezes, passa a querer determinado produto cuja existência era desconhecida há poucos minutos, desembolsando altas quantias para adquiri-lo sem maiores reflexões. Isso pode trazer sérias consequências para as finanças pessoais”, afirma.

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Dados de um estudo realizado em 2024 pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), apontam que 47% das pessoas da Geração Z que foram entrevistadas não realizam o controle das finanças pessoais. Entre as justificativas, estão: não saber fazer (19%), sentir preguiça (18%), não ter hábito ou disciplina (18%) ou não ter rendimentos (16%).

O especialista demonstra preocupação com esses dados, pois considera a organização das finanças pessoais como fundamental para garantir uma vida financeira mais plena e consciente. Para ele, é essencial que os pais e responsáveis comecem a ensinar os filhos sobre dinheiro desde cedo, respeitando a faixa etária para garantir a compreensão do tema. Essa atitude vai ajudar as crianças a ampliarem sua consciência e, assim, se tornarem jovens mais interessados em entender e controlar seus gastos.

João ressalta que, mesmo diante de eventuais dificuldades, o importante é dar o primeiro passo. “Um planejamento financeiro não nasce da noite para o dia, é necessário ter dedicação para mantê-lo organizado e atualizado, vivendo na sua vida real o que você escreve no papel. No entanto, saber o valor do seu dinheiro, quanto você gasta ou deixa de gastar, quanto você pode economizar, entre tantos outros fatores, vai te trazer uma enorme liberdade e uma melhor relação com as finanças”, pontua.

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De acordo com o especialista, se a pessoa realmente conseguir criar o hábito de fazer um orçamento e de ter um controle formalizado, terá grandes chances de alcançar a chamada ‘felicidade financeira’. O primeiro passo desse orçamento é saber exatamente o quanto se ganha e o quanto se gasta, pois é o principal para manter-se no caminho de uma vida financeira equilibrada. Neste sentido, João Victorino, elencou mais duas dicas para ajudar a Geração Z com as finanças pessoais:

  • Em primeiro lugar, estabeleça metas financeiras de curto e longo prazo, como poupar para uma viagem ou investir em um curso, e direcione parte de sua renda para essas metas. Para ajudar a atingir estas metas, automatize seus investimentos, transforme o valor que você deseja guardar em um formato que você nem percebe que está separando e guardando – e sempre na mesma data que você recebe seu salário, honorários, pró-labore, etc.
  • Por fim, antes de qualquer compra, faça a si mesmo três perguntas: ‘Eu realmente preciso disso? Eu realmente quero? Eu realmente posso comprar este produto ou serviço?’. Essa reflexão ajudará a evitar gastos desnecessários e manter um equilíbrio saudável nas finanças.

João Victorino é administrador de empresas

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ARTIGO

A absolvição política de Lula e a anistia aos baderneiros do 8 de Janeiro

Estou, pois, convencido de que foi uma decisão política para resgatar a figura do presidente Lula, numa tentativa de pacificação nacional e na esperança de que esquerda e direita pudessem ter um caminho comum.

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Ives Gandra da Silva Martins é professor e advogado

Tenho esperança de que possamos começar a pacificação nacional através do Supremo Tribunal Federal, fazendo uma revisão das condenações dos envolvidos nas badernas do dia 8 de janeiro.

Digo isso por conta da decisão política que absolveu o presidente Lula, em razão da mudança de foro de competência. Afinal, ao recomeçar todo o processo em outra instância, a prescrição atingiu todos os processos vinculados àquela condenação.

Ora, foro incompetente é matéria processual. No início do curso de Direito, nas disciplinas de processo civil e processo penal, aprendemos que a primeira coisa a se verificar, ao ingressarmos com uma ação, é se o juiz é competente ou não para julgar aquele caso.

O que vale dizer que um aluno de segundo ano de faculdade de Direito, de qualquer uma das mais de 1.700 que existem no Brasil, que não soubesse avaliar se um juiz tem competência para examinar o caso, seria reprovado imediatamente. Mas o que ocorreu? Teoricamente, tivemos um juiz, três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, cinco ministros do Superior Tribunal de Justiça e onze ministros do Supremo Tribunal Federal que entenderam que o juiz Sergio Moro tinha competência de foro para julgar aquele processo. Só algum tempo depois, estranhamente, se descobriu que havia uma incompetência territorial para aquele julgamento.

Será que profissionais tão habilitados para serem Ministros, poderiam cometer um erro tão elementar? Não! Todos eles são grandes juristas; eu os conheço e tenho livros escritos com a maior parte deles.

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Seria desídia não ter examinado um processo dessa relevância com o devido cuidado? Também não! Todos eles têm legiões de assessores.

Estou, pois, convencido de que foi uma decisão política para resgatar a figura do presidente Lula, numa tentativa de pacificação nacional e na esperança de que esquerda e direita pudessem ter um caminho comum.

Assim, o presidente Lula foi resgatado por uma decisão eminentemente política, porque eu não posso, até em homenagem à cultura e à inteligência de todos eles, acreditar que cometeriam um erro tão elementar, e nenhum deles tenha se apercebido tempestivamente da incompetência do juiz Sergio Moro para o referido processo.

Por tudo isso, gostaria de sugerir agora outra tentativa de pacificação nacional, ou seja, a revisão de todos os processos referentes a 8 de janeiro.

Em recente entrevista, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim disse claramente que os fatos ocorridos em 8 de janeiro não configuram um golpe de Estado. – Quando é que gente desarmada pode dar um golpe de Estado? -, indagou Jobim. Nenhuma delas, sem passagem pela polícia, poderia atentar contra o Estado Democrático. Por que condená-las a 17 anos de prisão?

O que fizeram contra os baderneiros do PT e do MST, que destruíram as dependências do Congresso Nacional na época do presidente Michel Temer? Este imediatamente considerou que não valeria a pena tomar nenhuma atitude mais drástica.

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Em uma palestra que proferiu na Academia Paulista de Letras Jurídicas, ele disse ter se inspirado no ex-presidente Juscelino Kubitschek, que anistiou os revoltosos de Aragarças e Jacareacanga e os perdoou.

Tenho a impressão de que seria um gesto de monumental grandeza do Supremo, da mesma forma que fez a revisão por causa daquele que seria um erro fulcral imperdoável, fundamental, elementar, que não poderia ser praticado por qualquer aluno de qualquer faculdade de Direito, de não saber se um juiz seria ou não competente.

Essa mesma decisão, que foi, portanto, de natureza política, poderia iniciar uma pacificação, se o Supremo revisasse os processos dos baderneiros de 8 de janeiro, já que, como disse o ministro Nelson Jobim, que foi presidente do Supremo, deputado federal e Constituinte, jamais poderiam ter dado um golpe de Estado, porque não tinham armas.

Talvez pudéssemos começar por aí um grande processo de pacificação para tentar reduzir essa radicalização que não faz bem à nação e passássemos a discutir ideias, e não atacar pessoas.

Ives Gandra da Silva Martins é professor e advogado

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