Opinião

Os adolescentes e as redes sociais

Um estudo recente da Michigan Medicine perguntou a jovens de 14 a 24 anos nos EUA como eles percebem e regulam seu próprio uso das redes sociais e quais conselhos dariam a seus pares mais novos.

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Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Michigan promoveram um debate visando ajudar os adolescentes com as redes sociais. Destacam que o desenvolvimento do cérebro vai até os 20 anos e a tomada de decisões e a regulação emocional e comportamental até os 25 anos. Em outras palavras, necessitam de algum tipo de proteção até esta idade.

Em uma pesquisa de 2022, 95% dos adolescentes relataram ter um celular, e quase todos os adolescentes relataram possuir um aos 13 anos. A maioria dos adolescentes usa YouTube, TikTok, Instagram e Snapchat diariamente e 46% dizem que usam a internet quase constantemente. Ao mesmo tempo, os problemas de saúde mental crescem entre adolescentes. Um estudo nacional recente com estudantes do ensino médio verificou um aumento nos sintomas de depressão, incluindo pensamentos suicidas, planejamento ou tentativa de suicídio.

Esse aumento simultâneo, documentado em outros estudos, aponta que o uso das redes sociais combinado com outros fatores impulsionam os problemas de saúde mental dos adolescentes.

Embora a pesquisa não indique causa, a pesquisa sugeriu três fatores que se correlacionam redes sociais e os resultados de saúde mental: (1) Idade de acesso: jovens que relataram ter acesso ou possuir um celular mais cedo tendem a ter pior saúde mental. (2) Quanto usa: em adolescentes mais jovens (11-15 anos), um maior uso de redes sociais pode ser prejudicial à saúde mental, mas em adolescentes mais velhos (16 ou mais), parece ser benéfico. (3) Gênero: o impacto das redes sociais na saúde mental geralmente é pior para meninas.

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Quais os prós e contras das redes sociais? Os jovens podem formar amizades online ou sentir que pertencem a uma comunidade virtual, o que pode ajudá-los a se sentirem compreendidos, apoiados e com identidade valorizada.

As redes sociais também podem incentivar a criatividade, já que praticamente todo interesse, hobby ou ofício tem uma comunidade online. Plataformas como YouTube oferecem conteúdo educativo de alta qualidade, que pode ser uma ferramenta valiosa de aprendizado.

Porém, os adolescentes podem estar expostos a conteúdos prejudiciais, pessoas perigosas, problemas de privacidade ou cyberbullying. É muito importante falar sobre segurança na internet com as crianças e ensiná-las a lidar com essas situações quando surgirem.

Eles podem sentir desespero, e a capacidade de resolver problemas desaparece. Sentir que sempre podem recorrer a um cuidador de confiança será uma proteção em situações assustadoras ou perigosas.

Um estudo recente da Michigan Medicine perguntou a jovens de 14 a 24 anos nos EUA como eles percebem e regulam seu próprio uso das redes sociais e quais conselhos dariam a seus pares mais novos.

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Alguns dos conselhos dados pelos jovens alinham-se com as normas profissionais, incluindo: evite interagir com pessoas desconhecidas online; silencie contas negativas; use lembretes sobre o tempo gasto no aplicativo; seja gentil online; não se esqueça da vida real; evite basear seu valor em curtidas ou comentários.

Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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ARTIGO

Jeremias de Qumran e da Septuaginta

Escrevi diversos artigos apresentando livros que tratam da proximidade entre a Septuaginta (LXX) dos originais hebraicos, enquanto que o Antigo Testamento dos católicos, judeus e protestantes sofreram alterações significativas. Não custa lembrar que os primeiros cristãos utilizavam a LXX.

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Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

Escrevi diversos artigos apresentando livros que tratam da proximidade entre a Septuaginta (LXX) dos originais hebraicos, enquanto que o Antigo Testamento dos católicos, judeus e protestantes sofreram alterações significativas. Não custa lembrar que os primeiros cristãos utilizavam a LXX.

Outro livro importante e que agrega diversos autores é o “The Oxford Handbook of the Septuagint” que tem o capítulo 18, “Jeremiah, Baruch”, de Matthieu Richelle. Como já expliquei em outros artigos, Jeremias é o livro mais alterado da Bíblia.

Orígenes e Jerônimo haviam notado grandes diferenças entre o texto hebraico que conheciam e a versão da Septuaginta. O texto hebraico era bem mais longo e várias passagens estavam ordenadas de forma diferente. Jerônimo confiou na “hebraica veritas” e ignorou a versão grega ao escrever sua própria versão em latim, a versão “iuxta Hebraeos”, posteriormente conhecida como Vulgata, que substituiu a Antiga Latina (Vetus Latina). Como consequência, Jerônimo não traduziu o livro de Baruque, ao contrário dos manuscritos da Vetus Latina, nos quais ele é parte integrante do livro de Jeremias. Consequentemente, o estudo acadêmico do Jeremias grego e de Baruque foi negligenciado a partir da Antiguidade Tardia.

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A descoberta de fragmentos hebraicos do livro de Jeremias entre os Manuscritos do Mar Morto, alguns dos quais exibindo um texto bastante próximo do que seria o modelo hebraico da LXX, deu um novo impulso a esse tipo de estudo. Embora isso tenha sido anunciado na década de 1950, foi somente em 1973 que uma edição preliminar dos fragmentos relevantes de Qumran da Caverna 4 foi publicada.

A diferença quantitativa entre o Texto Massorético (MT) e a LXX é impressionante, mais de 3.000 palavras do MT, cerca de um sétimo de seu conteúdo, não têm contraparte na LXX. Em muitos casos, trata-se apenas de uma sequência de algumas palavras que não parecem ser de importância crucial (cerca de cinquenta ocorrências da fórmula “assim diz o SENHOR”, além de nomes, títulos, etc.), e muitas vezes criam meras repetições no texto.

No entanto, mesmo algumas dessas pequenas adições alteram significativamente o conteúdo do texto ao fornecer informações únicas, por exemplo, a identidade do “rei vindo do norte” que subjugará todas as nações no capítulo 25. Mais importante, adições longas não são raras, e a mais longa (33,14-26 MT) contém 185 palavras. Esse material inevitavelmente tem um impacto qualitativo, na medida em que contém ideias teológicas ou ideológicas e altera a organização literária de seções inteiras.

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Porém, algumas partes do livro são quase idênticas em ambas as tradições textuais como as “confissões de Jeremias” (Jr 11,18-12,6). As referências a Jeremias em Siracida (Eclesiástico) mostram que o Jeremias da LXX já existia por volta de 130 a.C. A tradução pode ter sido feita na primeira metade do segundo século a.C. em Alexandria. Provavelmente, influenciou o tradutor das Lamentações (primeiro século d.C.), pois muitas traduções significativas de palavras e expressões hebraicas para o grego são as mesmas nesse livro e em Jeremias 1-28.

Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Professor Assistente da Escola de Teologia para Leigos São José de Anchieta da Diocese de Caraguatatuba, Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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