Opinião

A arte do encontro

Como imagino a minha vida daqui a 5 ou 10 anos? Quais músicas e ritmos queremos dançar juntos na vida, na família e nos negócios nos próximos anos?

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Melina Lobo é conselheira de administração e advogada

Para alcançarmos a longevidade, na vida e nos relacionamentos, algumas habilidades se tornam imprescindíveis. Ritmo, técnica e sensibilidade são algumas delas.

Para entendermos melhor essas habilidades, podemos compará-las às necessárias na dança ou no encontro do abraço, onde as pessoas se aproximam para compartilhar a diversão ou o acolhimento.

Na dança, é preciso se conhecer, entender gostos, habilidades e ritmo. Conhecer o outro também, respeitando seus limites e vontades para alinhar os passos, formando um compasso. E às vezes vai ser melhor dançar separado para não ficar pisando no pé um do outro.

O abraço também tem suas particularidades. A primeira é reconhecer o que gostamos e do que o outro gosta. Há pessoas que não toleram a aproximação, há outras que gostam de carinho. Há quem goste de abraço apertado e demorado. Há aqueles que mal toleram um aperto de mãos.

Em uma família, são muitos os encontros e os desencontros, pois cada um tem seu jeito de ser. Para viver bem junto, será importante reconhecer as vontades e limites de cada um. Se tentamos dançar e abraçar a todos do mesmo jeito, multiplicamos os desencontros.

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A longevidade desafia esse olhar para as verdadeiras vontades e diferenças de cada um. Há coisas que não funcionam bem juntas, há encontros desastrosos e é preciso ter coragem para encarar essas conversas difíceis:

Como será o futuro da empresa (ou negócio) e da família? Qual será o próximo líder? Quero ser sócio do meus irmãos, primos e tios? Como é o nosso ritmo? Seremos capazes de treinar os passos na dança da vida, nos negócios e na família? Conseguimos dançar juntos ou estamos pisando uns nos pés dos outros e nos machucando? Será melhor mantermos apenas os encontros de final de ano ou somos capazes de nos encontrarmos todos os dias na empresa e no lar? Como estamos convivendo em família e nos negócios?

Como imagino a minha vida daqui a 5 ou 10 anos? Quais músicas e ritmos queremos dançar juntos na vida, na família e nos negócios nos próximos anos?

Encontros e desencontros, abraços e separações, no ritmo das batidas do nosso coração, treinados como nossos músculos que nos mantêm de pé e nos ajudam a nos movimentar. A vida é movimento! Se sabemos o que queremos dela, planejamos e realizamos nossos sonhos nos encontrando nos abraços daqueles que amamos!

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A longevidade contém alguns segredos. Aqueles que a alcançaram estão aí para nos contar. Basta observarmos. Divirta-se na arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida!

Melina Lobo é conselheira de administração e advogada

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ARTIGO

Independência ou morte

É evidente que, apesar de todo o trabalho de pesquisa feito pelo artista – que, além de pintor, tinha outros talentos e atividades, como cientista, poeta, romancista e professor -, a tela, pintada mais de 60 anos depois, não estaria imune às polêmicas que inevitavelmente viriam. Assim como quanto à obra de Pedro Américo, a própria independência seria alvo de polêmica, não só pela divergência entre os que desejavam uma nação independente e os que defendiam a manutenção do vínculo de domínio à Corte portuguesa.

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Carlos Nina é advogado e jornalista

São decorridos, neste setembro de 2024, 202 anos do “brado retumbante” ao qual se referiu Joaquim Osório Duque-Estrada nos versos que se consolidaram como o Hino Nacional e que estão na primeira estrofe: Ouviram do Ipiranga, as margens plácidas / De um povo heroico, o brado retumbante / E o Sol da liberdade, em raios fúlgidos / Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Mas a imagem que nos vem à mente é a tela do pintor paraibano de Areia, Pedro Américo de Figueiredo e Melo, que, contratado pelo Governo do Estado de São Paulo, produziu Independência ou Morte!, tela  que deveria corresponder ao grito do príncipe Pedro, às margens do Ipiranga.

É evidente que, apesar de todo o trabalho de pesquisa feito pelo artista – que, além de pintor, tinha outros talentos e atividades, como cientista, poeta, romancista e professor -, a tela, pintada mais de 60 anos depois, não estaria imune às polêmicas que inevitavelmente viriam. Assim como quanto à obra de Pedro Américo, a própria independência seria alvo de polêmica, não só pela divergência entre os que desejavam uma nação independente e os que defendiam a manutenção do vínculo de domínio à Corte portuguesa.

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Pintura à parte, o que representou aquele rompimento de Pedro, que viria a ser o primeiro Imperador do Brasil?

É relevante para essa reflexão que se saiba que o príncipe fora instado a deixar o Brasil e ir para Portugal. Foi convencido a ficar por D. Leopoldina, então esposa de Pedro, que “via a conjuntura política com clarividência maior.” (CALÓGERAS, 1966, p. 89). Afinal, assinala o historiador, como pensamento íntimo de Pedro: “Com ele ou sem ele, o país se tornaria independente por qualquer forma”.

Daí a história do Fico, ocorrido dia 9 de janeiro de 1822, quando o Príncipe-regente, contrariando as ordens de Portugal, teria declarado: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico.”

Essa história de bem de todos e felicidade geral da Nação, portanto, é antiga. E as constituições brasileiras a repetiriam em seus preâmbulos. A primeira, de 1824, não se refere explicitamente à motivação expressa na célebre declaração de Pedro, mas, ao dissolver a Assembleia Constituinte, o já Imperador, em Manifesto de 16 de novembro de 1823, anuncia o quanto está “empenhado em promover a felicidade e a tranquilidade nacional” e almeja “paz, tranquilidade e prosperidade que a Constituição afiança e assegura.”

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Sete Constituições depois (1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967/1969), a de 1988 proclama a intenção dos Constituintes: “instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus.”

É o que temos?

Carlos Nina é advogado e jornalista

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