Opinião

A melhor forma de avaliar se os resultados foram atingidos

Estes conceitos se aplicam tanto às empresas como aos colaboradores, ainda que tenham suas especificidades. Por um lado, para ajudar as organizações a aprenderem, o trabalho é um pouco mais simples, pois provavelmente teremos mais dados disponíveis, olhamos para receita, para os custos, etc. Já a análise individual é um pouco mais complexa, pois muitos dos resultados que alcançamos são em time.

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Pedro Signorelli é especialista em gestão

Você já se perguntou qual é a melhor maneira de avaliar os resultados, seja da empresa de forma geral ou dos colaboradores? É provável que sim. E também é provável que você tenha sentido um pouco de dificuldade para conseguir entender se esses resultados foram atingidos de fato, sem se basear apenas em achismos.

Isso acontece porque as pessoas não estão acostumadas a trabalhar por resultados, o que faz com que se percam no caminho, diante dos obstáculos que inevitavelmente vão surgir. E ao se verem engolidos pela rotina, fica difícil ter o mínimo de controle sobre tudo que está acontecendo. São muitas coisas em paralelo e não saber se estão evoluindo gera frustração no final.

Não tente se enganar, se o resultado não foi o que você esperava, não dá para fingir que não percebeu. Caso contrário, você continuará andando em círculos, sem rumo e entrará em um looping eterno de chegar ao fim do caminho sem ter o que desejava. Mas se você nem sabia onde queria chegar, fica ainda mais complicado.

Porém, existem meios de contornar essa situação e fazer com que o seu esforço comece a realmente valer a pena. O primeiro passo é adotar uma gestão por OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados) -, que vai lhe ajudar a ter mais foco e clareza não só de onde você quer chegar, mas também em relação ao progresso em sua jornada.

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A partir disso, será possível traçar estratégias e criar um plano de execução estruturado, onde você conseguirá estabelecer quais são os resultados esperados e quais ações devem ser feitas para conseguir alcançá-los no final do processo. É claro que essa mudança não ocorre de uma hora para outra, quanto mais gente, mais tempo leva, mas valerá a pena.

Outro ponto positivo é que a ferramenta propõe que sejam realizados ajustes frequentes, com ciclos geralmente de três meses, o que vai fazer com que seja viável acompanhar os detalhes mais de perto, percebendo os erros e os acertos, consertando o que deu errado e fazendo novas tentativas a partir dos aprendizados, não precisando levar um ano para avaliar o que deu certo ou não.

Estes conceitos se aplicam tanto às empresas como aos colaboradores, ainda que tenham suas especificidades. Por um lado, para ajudar as organizações a aprenderem, o trabalho é um pouco mais simples, pois provavelmente teremos mais dados disponíveis, olhamos para receita, para os custos, etc. Já a análise individual é um pouco mais complexa, pois muitos dos resultados que alcançamos são em time.

Em geral, vamos ter que levar em conta alguma subjetividade, ainda que tenhamos elementos concretos que vamos capturando ao longo das reuniões de trabalho para alcançar um determinado OKR, por exemplo. Em ambos os casos, passamos a incorporar em nosso processo de avaliação mais dados e fatos do que meras opiniões. E a avaliação do colaborador leva em conta estes dados que vamos levantando durante a jornada.

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Se estivermos olhando para os resultados do desenvolvimento de um colaborador, ou seja, o famoso PDI (Plano de Desenvolvimento Individual), precisamos capturar concretamente como percebemos o avanço desta pessoa em relação ao plano, podendo assim começar a avaliar se conseguiu atingir os resultados estabelecidos ou não.

O colaborador tem feito mais de determinada coisa e apresentado mais de um certo  comportamento, deixando de lado outros que não lhe fazem bem ou ao time? Tem feito tarefas com mais facilidade? Tem necessitado de menos revisão ou supervisão? Muito provavelmente, encontraremos formas de quantificar estas coisas e isto se transformará em dados para oferecermos feedbacks construtivos para seu desenvolvimento.

Desta forma, conseguimos avaliar, de maneiras específicas e também personalizadas, se os resultados foram atingidos pela empresa como um todo e pelos integrantes da equipe. Isso permitirá que consigamos mensurar se estamos no caminho correto ou se será necessário alguma mudança de conduta para que encontremos o final desejado.

Pedro Signorelli é especialista em gestão

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ARTIGO

A reforma Tributária em curso

Tenho receio que chegaremos em 2032 e concluiremos que “não deu não” e vamos continuar com o velho sistema.

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Ives Gandra da Silva Martins é professor e advogado

Recentemente, participei do XXXVII Congresso de Direito Tributário, promovido pelo Instituto Geraldo Ataliba – IDEPE, em que analisei, ao lado dos melhores tributaristas do Brasil, a reforma tributária em curso.

Quero trazer aos leitores parte da preocupação que externei em minha palestra. Tenho a impressão, pela forma como reagiu o auditório, que os presentes também demonstram a mesma apreensão.

Todas as notícias propaladas pelos veículos de Comunicação são no sentido de que teremos uma simplificação do sistema tributário advinda da reforma.

Simplificação significa que, do sistema extensivo atual, deveremos ter um sistema muito mais simples, mais compreensível.

Contudo, o que ocorre? A Emenda 132, da Constituição Federal, criou três vezes mais dispositivos do que o sistema atual. Acho muito difícil algo simplificar aumentando o número de dispositivos a serem interpretados.

Revelei a minha grande preocupação, quando o projeto foi aprovado, no ano passado, no Congresso, pois não é possível falar em simplificação se, em nível constitucional, há um aumento considerável de três vezes mais disposições do que se tinha no sistema anterior.

De qualquer forma, ficamos dependentes das disposições dos novos projetos que estão sendo encaminhados.

O primeiro assusta. Para regular 1/3 do novo sistema e substituir em parte o CTN (Código Tributário Nacional) – que possui 218 artigos para disciplinar todos os tributos -, temos um projeto de 360 páginas e 499 artigos!!!

O que vale destacar é que o nosso Código Tributário, discutido durante 15 anos e que vigorou até agora, tem, repito, 218 artigos, enquanto apenas uma das leis complementares que visam simplificar o sistema tem 499 artigos. E não é a única, teremos outras.

Importante também salientar que, para que se avalie se o sistema vai dar certo ou não, até 2032, quando entrará em vigor, primeiro o CBS em 2026 e depois o IBS, em 2029, teremos dois sistemas vigorando: o atual complexo e caótico, e o novo que terá que ser estudado com três vezes mais disposições constitucionais e com o primeiro dos projetos regulamentadores com 360 páginas e 499 artigos.

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Acredito que enfrentaremos um processo extremamente complicado.

As empresas necessitarão manter seu atual sistema de controle ao lado de um novo regime. Somente para aplicar o novo sistema com tantos artigos e tantas disposições haverá, certamente, que acrescentar uma nova equipe especializada.

Assim, para simplificar e manter-se até 2032, os dois sistemas juntos, a vida será mais difícil para as empresas. Estou falando do mandato do atual presidente, daquele que vai substituí-lo de 2027 a 2030, e do outro que presidirá o Brasil a partir de 2030. Durante todo esse tempo teremos os dois sistemas juntos. Alerto, pois, para a insegurança juridica que tudo isso trará.

Quero trazer um último aspecto neste artigo, dentre os outros que abordei em minha palestra: todos os Estados e Municípios médios e grandes que são chamados exportadores líquidos de bens e serviços, pois  passam para os outros Estados mais mercadorias e mais serviços do que recebem, como a incidência será no destino e não mais grande parte na origem, uma parte menor no destino, perderão receita.

Os que vão ganhar ficarão muito satisfeitos, os que vão perder serão compensados pela União, na medida das suas perdas. A União deverá destinar, teoricamente, todo ano R$ 60 bilhões tanto para cuidar das suas perdas quanto para financiar outras finalidades. Terá, portanto, que destinar todo esse enorme montante para compensar quem vai perder. Será suficiente? Não se sabe.

Se uns ganham, outros não perdem, e a União precisa repassar R$ 60 bilhões, de quem é que ela retirará o recurso? Ou do aumento de tributação ou de endividamento público.

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Então, apesar de querer aceitar a reforma, cada vez mais chego à conclusão de que nós corremos o risco de entrar em um caos tributário e, creio que por essa razão, eles estabeleceram o ano de 2032 para ver se tudo vai correr  bem. Esta é a ideia que levou a manter o atual sistema com o novo sistema e à medida que se reduzirem as alíquotas do antigo, aumentar-se-ão as do novo.

Em outras palavras, a sensação que tenho é que corremos o risco, em 2032, – evidentemente, com 89 anos, eu não estarei aqui para ver, mas todos os leitores poderão constatar -, de continuação do velho sistema, porque o novo não deu certo.

Me sinto como naquela piada, pedindo perdão ao meu anjo da guarda por brincar com aquele que é meu protetor e cada um de nós tem um seu anjo da guarda.

É a história daquele cidadão que vem em alta velocidade em um carro, há um sinal amarelo e ele pergunta ao anjo da guarda, vou ou não vou? E ouve do anjo: “vai que dá”. E quando ele está no meio do caminho, vem uma jamanta e as últimas palavras que ele ouviu ainda vivo foi do anjo da guarda, que dizia: “não deu, não”.

Tenho receio que chegaremos em 2032 e concluiremos que “não deu não” e vamos continuar com o velho sistema.

É bem possível que às minhas objeções os sábios da reforma respondam, como Hegel a um discípulo, quando confrontado entre suas ideias e os fatos, “Pior para os fatos”.

Ives Gandra da Silva Martins é professor e advogado

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