Opinião

Atletas olímpicos e a saúde mental

Nossos atletas nos mostraram como é importante saber lidar com situações de estresse ou adversidade. Cuidar da saúde mental nos ajuda a desenvolver estratégias para lidar com as situações e saber reagir da melhor maneira possível. Procure um especialista e se cuide para que consiga saber como agir de forma assertiva diante dos desafios diários e conquistar a “medalha de ouro” quando o tema for saber lidar com as emoções.

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Livia Marques é psicóloga clínica.

Nas Olimpíadas de Paris 2024, nossos atletas não deram show apenas conquistando medalhas históricas, mas também falando sobre a importância do cuidado com a saúde mental. Nossas ginastas durante as entrevistas mostraram a importância de se autocobrarem na medida certa, se divertirem durante as competições e de torcer e vibrar pelas conquistas das adversárias.

Por exemplo, é admirável ver Simone Biles e Rebeca Andrade disputando medalhas e uma olhando para outra com carinho e respeito. Além disso, são mulheres negras se unindo. São um exemplo para a resistência negra e fortalecimento da coletividade.

Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Lorrane Oliveira, Jade Barbosa e Julia Soares mostraram que são gigantes não só conquistando medalhas, mas mostrando maturidade para lidar com a pressão durante as competições.

Quando falamos sobre autocobrança, precisamos entender que não devemos ser inflexíveis. Muitas vezes é preciso realinhar, reorientar a nossa rota, porque, às vezes, é necessário fazer esse movimento. Não podemos desqualificar e nem desvalidar aquilo que se já conquistou.

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Por exemplo, a ginasta Flávia, em entrevistas, reconheceu que fez o melhor que podia naquele momento e voltou para torcer pelas outras atletas. Ela volta para aproveitar o momento de algo que ela tinha idealizado há muito tempo. É a maturidade de entender o que foi feito e pensar em pontos de melhoria sem desqualificar aquilo que ela fez até aquele momento.

Outro ponto interessante foi uma fala da Rebeca sobre pensar em receitas que separa e, muitas vezes, não chega nem a fazer. Essa é uma estratégia para evitar a ansiedade em excesso. Ela pensa em algo para desviar o foco dos sintomas da ansiedade que podem ser disfuncionais, para que possa se autorregular. É uma estratégia de enfrentamento para momentos aflitivos. Assim, quando é exigido dela concentração para executar os movimentos, está com a atenção mais plena, mais focada, para atingir o objetivo.

Vimos ainda que conquista não tem idade para acontecer. A Jade Barbosa conseguiu sua primeira medalha olímpica aos 33 anos. O quanto de críticas duras ela deve ter escutado por ser uma atleta que demorou a atingir essa conquista. Ela é um exemplo de perseverança, pois, possivelmente, recalculou a rota para conseguir seu objetivo.

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Nossos atletas nos mostraram como é importante saber lidar com situações de estresse ou adversidade. Cuidar da saúde mental nos ajuda a desenvolver estratégias para lidar com as situações e saber reagir da melhor maneira possível. Procure um especialista e se cuide para que consiga saber como agir de forma assertiva diante dos desafios diários e conquistar a “medalha de ouro” quando o tema for saber lidar com as emoções.

Livia Marques é psicóloga clínica

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ARTIGO

Falta erudição na política

A questão é que a política define os rumos da sociedade, decide sobre a vida da coletividade,  ou seja, por mais que se negue ou se criminalize é uma função essencial para sociedade.

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Henrique Matthiesen é formando em Direito co pós-graduação em Sociologia

Nada mais deprimente do que assistir o nível da classe política contemporânea: rasa, ignorante, parva e ignóbil, dentre outros adjetivos.

Fenômeno este que atinge todo o mundo e que demonstra o retrocesso civilizatório pelo qual passa a humanidade.

A transformação do exercício político em “espetáculo” – muitas das vezes grotesco e de baixo nível – é a decorrência da escravização dos likes e da lacração impostos pelas redes sociais à sociedade.

O vulgar, o embuste, a incultura  a desinformação,  a deserudição e a agressividade são as regras e não as exceções da ascensão meteórica de “imbecis” à arena política.

Estes lacradores são incapazes de conjugar mais de um verbo, ou simplesmente organizar um raciocínio linear coerente; projetos, então, são um verdadeiro suplício. Desprezam as experiências pretéritas, desconhecem a historicidade das instituições, debocham dos exemplos, e são soberbos de sua estupidez; porém são ligeiros na prática do parlapatão, do charlatanismo e do engodo.

Neste cenário está em extinção o grande orador, o conhecimento, o debate profícuo e respeitável, o exercício saudável do contraditório baseado em visões de sociedade.

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Substituímos o conhecimento pela ignorância, o decoro pela descompostura, a oratório pela linguagem vulgar, os princípios iluministas pelo obscurantismo, a verdade pela fake news, a  cortesia pela  boçalidade, a ideia pelo vazio, a seriedade pela molecagem.

Isso tudo sob os holofotes da imbecilização da sociedade que compartilha, aplaude e viraliza os horrores ruinosos dos lacradores.

A questão é que a política define os rumos da sociedade, decide sobre a vida da coletividade,  ou seja, por mais que se negue ou se criminalize é uma função essencial para sociedade.

O exercício da política sem o mínimo de erudição, ou simplesmente, à mercê fútil e grotesca dos likes condena irreversivelmente nosso presente e nosso futuro, afinal não podemos almejar um presente ou um futuro melhor se somos representados ou dirigidos por imbecis ignorantes, escravos dos likes e da deserudição, afinal falta erudição.

Henrique Matthiesen é formando em Direito co pós-graduação em Sociologia

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