Internacional
Aumento de casos de Covid-19 na Europa ameaça levar mais países a adotarem lockdowns
O aumento das contaminações de coronavírus no continente europeu tem feito vários países restringirem as medidas de circulação de pessoas e ameaçarem lockdowns pontuais. Nos últimos dias, nações como Reino Unido, França, Irlanda, Itália, Alemanha, República Checa e Bélgica elevaram as restrições para evitar o avanço da segunda onda da pandemia. A Alemanha registrou 11.300 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, o número mais elevado desde o início da pandemia, segundo dados do Instituto Robert Koch.
O total de contágios se aproxima de 400 mil, com 9.911 mortos no país mais populoso da Europa. O instituto defende que a maior parte das contaminações está acontecendo em reuniões privadas e recomenda que esse tipo de encontro seja evitado o máximo possível.
Há mais de 1 milhão de testes sendo realizados por dia no país e a taxa de casos positivos passou de 1% para 3% em poucas semanas. Na quarta, o ministro de Saúde, Jens Spahn, não descartou a possibilidade de estender a outras partes do país as restrições adotadas na cidade de Berchtesgaden, na Baviera, por causa da elevada incidência, com 262,4 novos contágios em cada 100 mil habitantes em uma semana.
“Globalmente, a situação é muito grave”, afirmou o presidente do Instituto Robert Koch, Lothar Wieler, acrescentando que o vírus poderia “se espalhar incontrolavelmente” se nada for feito. “Quanto mais pessoas se infectam em ambientes privados, mais o vírus se espalha”. Alertas de viagem para áreas de ski na Áustria, Itália e Suíça foram impostas na quinta. Uma reunião de crise, na semana passada, entre o governo da chanceler Angela Merkel e os 16 estados regionais terminou sem acordo sobre as restrições nacionais comuns. Merkel não escondeu a frustração e se declarou “insatisfeita” com o statu-quo.
Primeiro lockdown na União Europeia
Na quarta, a Irlanda determinou o primeiro lockdown em um país europeu para frear a segunda onda. Agora, os moradores devem permanecer em casa por seis semanas – escolas e creches ficam abertas. Os irlandeses só podem deixar suas residências para se exercitar em um raio de cinco quilômetros, sob pena de multas. Estabelecimentos comerciais não essenciais serão fechados.
Ministra na UTI e “tsunami pela frente”
Na Bélgica, a ministra das Relações Exteriores e ex-premiê Sophie Wilmes foi internada na UTI para tratar da covid-19. Ela liderou o país durante os primeiros seis meses da pandemia, e mudou de cargo após sua administração ter sido substituída por uma coalizão majoritária neste mês.
O país de 11 milhões de pessoas relatou 9.693 novas infecções por dia na semana até 18 de outubro, um aumento de 75% na comparação com a semana anterior. Infecções e internações continuam a aumentar em Bélgica, que tem uma das maiores taxas de fatalidades do mundo per capita. O país perde apenas para a República Checa na Europa em termos de infecções nas últimas duas semanas. Até agora, 10.539 pessoas morreram. O ministro da Saúde, Frank Vandenbroucke, alertou para um possível “tsunami” pela frente, com o país começando a perder o controle do vírus.
Na Espanha, 1 milhão de contaminados
Também na quarta, a Espanha atingiu a marca de 1 milhão de contaminados, um recorde para a Europa. Com 47 milhões de habitantes, o país tornou-se o sexto a superar a barreira de um milhão de casos. Os outros são EUA, Índia, Brasil, Rússia e Argentina, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins. A França chegou à marca de 1 milhão de casos na quinta.
O ministro da Saúde, Salvador Illa, se reúne nesta quinta-feira com representantes das regiões autônomas para atualizar o plano de combate à covid-19. “Semanas muito duras virão, o inverno (europeu) está chegando e a segunda onda não é mais uma ameaça, é uma realidade em toda a Europa”, disse. “Insisto que temos que adotar medidas drásticas, como fazem várias regiões”. O governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez estuda a imposição de um toque de recolher em Madri, que concentra cerca de 30% de todas as infecções. No entanto, desde o início da segunda onda, as autoridades da capital espanhola resistem à aplicação de medidas mais rígidas.
Restrições para metade dos ingleses e partes da Itália
Na Inglaterra, reuniões de mais de seis pessoas já foram proibidas, e 28 milhões de pessoas (metade da população), incluindo os moradores de Londres, estão sujeitas a medidas ainda mais rígidas. Na terça-feira, Manchester, cidade de 2,8 milhões de habitantes no noroeste da Inglaterra, foi colocada em nível de alerta máximo. A medida significa o fechamento de bares e pubs que não servem comida e a proibição de reuniões com pessoas de casas diferentes.
Os sinais também são vermelhos na Itália, onde a região da Lombardia – ao norte – e de Campânia – a sudoeste – estabelecerão toque de recolher a partir desta quinta-feira das 23 às 5 horas durante três semanas. A região de Lazio, onde fica a capital Roma, também impôs restrições de circulação de pessoas. Se os casos diários chegarem a 2.300 – estão em 1.250 -, a capital entrará em lockdown.
O país teve 15.199 novas infecções de covid-19 nas últimas 24 horas, o maior aumento desde o início da pandemia. Primeiro país da Europa atingido pela pandemia, a Itália registra desde sexta-feira um aumento acentuado no número de contágios, com mais de 10 mil por dia. A Lombardia, seu coração econômico, é, mais uma vez, a mais afetada. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, estuda a possibilidade de aplicar nos fins de semana em todo o país um toque de recolher das 23 às 5 horas.
Toque de recolher
Na França, as grandes metrópoles, incluindo Paris, estão sujeitas a um toque de recolher das 21 às 6 horas desde o fim de semana. Outras cidades com restrições são Lille, Grenoble, Lyon, Aix-Marselha, Montpellier, Rouen, Toulouse e Saint-Etienne. As pessoas que não cumprem a medida recebem multa de 135 euros (cerca de R$ 887). O país também ultrapassou, na quinta-feira, a marca de 1 milhão de casos. O número de mortos chegou a 34.075.
O toque de recolher também entrou em vigor na Eslovênia desde terça: seus 2 milhões de habitantes não poderão sair entre 21 e 6 horas. Na República Checa, o governo anunciou um confinamento parcial: restrição de deslocamento, exceto para trabalho, compras e visitas médicas, fechamento de lojas e serviços.
A República Checa constrói, com a ajuda do Exército, um hospital de campanha com 500 camas para conter o avanço dos casos diários, que subiram 57% em uma semana. O país registrou 14.968 casos nas últimas 24 horas, um aumento de 25% em relação ao dia anterior.
Com 1.066 contágios para cada 100 mil habitantes, a República Checa é o país europeu com mais contaminações per capita. De acordo com a agência de notícias Reuters, Croácia, Eslovênia e Bósnia também tiveram os maiores números de infecções diárias nesta quinta-feira, 22. Foram 1.563 novos casos em território croata, 1.663 na Eslovênia e 999 para os bósnios. A pandemia já matou pelo menos 1.132.732 pessoas em todo mundo desde o final de dezembro, de acordo com um balanço da Universidade Johns Hopkins. Mais de 41,3 milhões de casos de infecção foram diagnosticados. Com Agência Estado e agências internacionais
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GERAL
Deputado quer garantir acesso e permanência de pessoas com diabetes em eventos
Projeto foi protocolado na última semana pelo médico, diabético e deputado federal Dr. Zacharias Calil e tem o objetivo de proteger o direito à saúde de pacientes que enfrentam restrições em eventos públicos e privados.
Projeto de lei do deputado federal Dr. Zacharias Calil (União Brasil) propõe que pessoas com diabetes e que fazem uso de insulina, insumos e dispositivos de monitoramento de glicemia tenham a garantia de acesso aos espaços e eventos públicos e privados tenham agulhas, aparelhos de monitoramento e até mesmo alimentos, sem restrições ou constrangimentos.
O projeto foi apresentado na última terça-feira (5), no plenário da Câmara dos Deputados. A medida reconhece que o controle do diabetes é uma necessidade constante, envolvendo monitoramento e intervenções rápidas para evitar complicações de hipo ou hiperglicemia de pessoas com diabetes tipo I e II.
Caso seja aprovado e sancionado, a lei vai assegurar o acesso de pessoas com diabetes com insulinas, seus insumos – como seringas e agulhas, canetas de aplicação, materiais necessários para aplicação e conservação da insulina, pequenas porções de alimentos e bebidas que não são vendidas no local, mas que são utilizadas para corrigir quadros de hipo ou hiperglicemia.
Diabetes
Como médico, diabético e deputado federal reeleito como principal representante da Saúde, Dr. Zacharias Calil afirma que a proposta tem o objetivo de proteger o direito à saúde e dignidade de pessoas de todos que possuem esta condição crônica. Conforme Calil, essa condição exige monitoramento e cuidados contínuos e garante o acesso e a permanência destes pacientes com estes dispositivos de monitoramento de glicemia em todos os locais, públicos e privados.
São os casos de estádios de futebol, arena, cinemas, feiras, shows, teatros, estabelecimentos de ensino, concursos, que são exemplos de eventos públicos e privados que constam com restrições de ingresso de pessoas com proibição de alimentos, bebidas e aparelhos pessoais. “Sou diabético e sei quais são as restrições sofridas por nós. Sei que muitos estudantes e candidatos enfrentam dificuldades para utilizar esses dispositivos durante aulas e provas, o que pode comprometer sua saúde e desempenho acadêmico”, explicou.
Diante desses fatores citados por Dr. Zacharias Calil, ele buscou apresentar a proposta, para garantir o uso destes dispositivos médicos e eletrônicos, e também de alimentos. “É uma medida para assegurar o monitoramento contínuo como uma prática essencial e que não deve ser restringido por normas gerais de silêncio ou exclusão de eletrônicos, além de promover a inclusão nos espaços públicos e privados e proteger o direito à saúde e à dignidade das pessoas com diabetes”, justifica o autor.
Quanto à alimentação, o médico reitera que “a pessoa tem que ter um monitoramento regular da glicemia e, no caso, intervenções rápidas. A pessoa pode fazer uma hipoglicemia e ter que procurar, naquele momento, um açúcar, um adoçante, um refrigerante adocicado para aumentar sua taxa de glicemia no sangue, porque pode levar a complicações severas, desde convulsões a coma”.
Após sua apresentação, o projeto aguarda o despacho do Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para seguir para as comissões responsáveis, onde será avaliado em caráter técnico e legal.
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