Câmara começa sessão para votar PEC Emergencial em segundo turno

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A Câmara dos Deputados começou há pouco a sessão para votar, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/19, a chamada PEC Emergencial. A proposta cria mecanismos de contenção fiscal, controle de despesas com pessoal e redução de incentivos tributários; além de liberar R$ 44 bilhões, fora do teto de gastos, para pagamento do auxílio às pessoas afetadas pela pandemia de covid-19.

Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a Casa deve concluir ainda nesta quinta-feira (11) a votação da PEC, com poucas alterações. A oposição, contudo, tenta obstruir as votações e adiar a apreciação da proposta, com o argumento de que o governo faz chantagem ao condicionar o pagamento da nova rodada de auxílio emergencial à aprovação das medidas de ajuste fiscal.

“Vamos manter o foco no trabalho hoje para que a Câmara consiga, respeitando os limites regimentais, como todos têm acompanhado há três dias, aprovar a PEC sem nenhuma quebra mais nos seus destaques”, disse. “O segundo turno, com todos os seus destaques, deverá levar um tempo parecido com o de ontem, mas terminaremos hoje”, afirmou Lira.

A votação em primeiro turno do texto foi concluída, no início da madrugada de hoje. Ao fim da sessão, Lira convocou sessão extraordinária para as 10h de hoje a fim de dar seguimento à apreciação da proposta. Para que o texto seja aprovado, são necessários no mínimo 308 votos.

Auxílio

A PEC libera R$ 44 bilhões por fora do teto de gastos para o pagamento do auxílio emergencial. Segundo o governo, as parcelas de ajuda à população mais vulnerável serão de R$ 175 a R$ 375 por quatro meses (março a junho), sendo R$ 375 para mulher chefe de família monoparental; R$ 175 no caso de homem e de R$ 250 para casais.

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Rigidez

O texto da PEC impõe medidas de ajuste fiscal, como controle de despesas com pessoal e redução de incentivos tributários, caso as operações de crédito da União excedam as despesas. Entre as medidas, estão barreiras para que a União, os estados e os municípios criem despesas obrigatórias ou benefícios tributários.

Pela proposta, todas as vezes em que as despesas obrigatórias sujeitas ao teto de gastos ultrapassarem 95% das despesas totais, ficarão proibidos para os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e o Ministério Público: aumentar salário para o funcionalismo; realizar concursos públicos; criar cargos e despesas obrigatórias; conceder benefícios e incentivos tributários; lançar linhas de financiamento e renegociar dívidas.

Para o nível estadual e municipal, a regra dos 95% será facultativa. O texto inclui gatilho adicional de medidas de contenção de gastos, quando a relação entre as despesas correntes e receitas correntes alcançar 85%, com vigência imediata e dependente de atos do governador ou do prefeito.

Segundo a proposta, uma lei complementar vai tratar da sustentabilidade da dívida e poderá autorizar a aplicação dessas restrições. O teto diz que a lei deve definir, entre outros pontos, níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida e planejamento de venda de estatais para reduzir seu montante.

Acordo

Entretanto, o governo acatou um acordo, envolvendo a maior parte dos partidos da base aliada, para apresentar no segundo turno de votação um destaque ao texto, retirando a proibição de promoção funcional ou progressão de carreira de qualquer servidor ou empregado público.

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Este foi um dos pontos mais criticados da PEC. A proposta surgiu durante a votação de um destaque do PT, que retirava do texto as restrições relacionadas às despesas de pessoal.

De acordo com Lira, serão apresentados dois destaques para assegurar a manutenção das promoções e progressões dos servidores e funcionários públicos.

“O governo cedeu um pouco, o plenário da Câmara ajustou”, afirmou Lira. “É importantíssimo que terminemos hoje essa PEC, para dar tempo de tomarmos as providências necessárias e passarmos para os outros assuntos que são justamente a reforma administrativa, com a CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] já instalada e vamos trabalhar nesse final de semana, para que se apresente o mais rápido possível o relatório da reforma tributária”, disse.

O único destaque aprovado na votação de ontem retirou da proposta toda a parte que proibia a vinculação de qualquer receita pública a fundos específicos.

Entretanto, permaneceu no teto o ponto que prevê que, até o fim de 2023, o Poder Executivo poderá utilizar o superávit financeiro dos seus fundos públicos para pagar dívida pública. Ficam de fora da regra os fundos públicos de fomento e desenvolvimento regionais e os fundos mantidos pela PEC, que aumentou a desvinculação de receitas.

A medida vale inclusive para estados e municípios, mas se o ente federado não tiver dívida pública para amortizar, o dinheiro será de livre aplicação.

Edição: Denise Griesinger

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POLÍTICA NACIONAL

Campanha nacional de incentivo à doação de cabelo passa na CAS

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A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou  nesta quarta-feira (12) projeto de lei que cria campanha nacional para incentivar a doação de cabelo a pessoas carentes em tratamento de câncer ou vítimas de escalpelamento (arracamento brusco do couro cabeludo). 

O PL 610/2021, da Câmara dos Deputados, recebeu parecer favorável da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que apresentou apenas uma emenda de redação. A matéria segue agora para análise do Plenário. 

O objetivo da campanha nacional de incentivo à doação de cabelo a pessoas carentes em tratamento de câncer e vítimas de escalpelamento é conscientizar a população sobre a importância da doação de cabelos para a recuperação da autoestima dessas pessoas. Segundo o texto, a campanha será coordenada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, com a participação de organizações da sociedade civil, e será realizada anualmente durante a semana do Dia Nacional de Combate ao Câncer, em 27 de novembro. As ações devem esclarecer os procedimentos e os locais onde podem ser feitas as doações.

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Para Damares, a queda dos cabelos é um dos efeitos colaterais mais impactantes, pois pode levar a uma imagem corporal negativa que, geralmente, evolui para a depressão, ansiedade ou outros transtornos mentais. 

— Não há dúvida de que o estabelecimento de uma iniciativa que chame a atenção da sociedade para problema que causa sofrimento a tantas pessoas pode contribuir significativamente na diminuição do déficit na doação de cabelos para a confecção de perucas e, assim, mitigar o sofrimento das vítimas de câncer e de escalpelamento, a maioria das quais mulheres — afirmou a relatora.

A senadora Dra. Eudócia (PL-AL), vice-presidente da CAS, apoiou a proposta e enfatizou que a queda de cabelo pelo tratamento com quimioterapia compromete a dignidade da mulher.

Audiência pública 

Foi aprovado na CAS requerimento da senadora Damares para audiência pública, em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos (CDH), no dia 14 de maio, data que marca o Dia Nacional da Conscientização das Doenças Cardiovasculares na Mulher. O objetivo, segundo a parlamentar, é discutir os diversos fatores que apontam para a necessidade da tomada de consciência sobre o tema.  

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

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