Opinião

Cercas inteligentes evitam ataques de javaporcos e javalis em propriedades rurais e contribuem para proteção de espécies silvestres em risco de extinção 

O javaporco é um animal híbrido, resultante do cruzamento do javali com o suíno doméstico. Esse animal não tem um predador natural no Brasil, tendo em vista seu porte, sua força e sua agressividade.

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Cercas inteligentes evitam ataques de javaporcos e javalis em propriedades rurais e contribuem para proteção de espécies silvestres em risco de extinção.

Animais silvestres e exóticos podem representar um desafio para a agricultura e a pecuária. Mas você sabe a diferença entre esses animais? Silvestres são aqueles que pertencem à fauna nativa, migratória ou outras que tenham sua vida ou parte dela ocorrendo naturalmente em determinado território. Eles fazem parte do ecossistema local e desempenham papel importante na manutenção do equilíbrio ambiental.

Os animais exóticos não são nativos do país onde são encontrados. Eles foram introduzidos pelo ser humano, algumas vezes para fins comerciais e de alimentação. Essas espécies podem representar riscos para o ecossistema local, pois competem com espécies nativas por recursos, e até transmitir doenças. O javali é um importante exemplo de espécie exótica invasora, que se tornou um problema em diversos países, bem como o javaporco.

O javaporco é um animal híbrido, resultante do cruzamento do javali com o suíno doméstico. Esse animal não tem um predador natural no Brasil, tendo em vista seu porte, sua força e sua agressividade. A espécie se adapta muito bem em qualquer ambiente, se reproduz com facilidade e tem número considerável de filhotes por gestação, o que reforça a amplitude de seu dano ao meio ambiente e a propriedades rurais. Por serem animais onívoros e andarem em bandos, atacam com frequência lavouras de grãos, criatórios de pequenos animais, além de pisotearem nascentes de água e se alimentarem de raízes, frutas, hortaliças e brotos, gerando impactos consideráveis para a fauna e a flora e prejuízos às propriedades rurais.

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Os javalis figuram entre as 100 piores espécies invasoras do mundo, segundo o Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento, elaborado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Seu manejo, contudo, precisa ser cuidadoso, já que pode contribuir para a extinção de espécies nativas.

A caça para controle apenas de javalis e javaporcos é autorizada no Brasil. Entretanto, como eles são fisicamente semelhantes à queixada e ao cateto, muitas vezes essas espécies acabam sendo confundidas. Conhecer algumas características dos animais ajuda a evitar equívocos.

Queixadas possuem pelagem escura com uma faixa branca no queixo, pesam cerca de 30kg e vivem em bandos de até 300 animais. Habitam praticamente todo o território brasileiro e atualmente é uma espécie classificada como vulnerável. Catetos têm a pelagem acinzentada, com um “colar” branco sobre o pescoço. São menores que queixadas, apresentam basicamente a mesma distribuição geográfica, andam em bandos em torno de 10 indivíduos e pesam aproximadamente 18kg. Ambos são chamados “porcos-do-mato”, apesar de não serem porcos. Já os javaporcos são bem maiores (um adulto pode facilmente ultrapassar os 100kg) e possuem cauda e orelhas mais compridas. Os bandos não têm um padrão definido, porém, geralmente há a presença de um macho dominante.

De forma geral, essas espécies, além de outras, encontram nas propriedades rurais fonte de alimento, podendo causar perdas consideráveis aos agricultores e aos pecuaristas, sendo a melhor recomendação mantê-las afastadas, evitando sua entrada no local. Nesse sentido, o cercamento é uma opção eficaz no controle, tanto para proteger os silvestres quanto para impedir o ataque dos exóticos. Sem acesso a alimentos, as espécies tendem a buscar novas áreas.

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Referência no mercado brasileiro de arames de aço, a Belgo desenvolveu uma tela especial para proteger as áreas cultivadas, além de criações animais contra a entrada de espécies exóticas. A tela Belgo Javaporco é eficaz também para conter outras espécies silvestres (tais como o cateto, a queixada e a capivara). Com 11 fios e altura de 1,20m, essa cerca possui fios horizontais e verticais interconectados, com espaçamentos apropriados e resistência mecânica suficiente para o controle da passagem dos animais.

Soluções como essa ajudam a preservar a fauna brasileira, permitindo o manejo sustentável de espécies exóticas e contribuindo ainda para a redução das manutenções com cercas e aumento da produtividade dos agricultores e pecuaristas.

Amanda Dione Silva, zootecnista, doutora em zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e analista de mercado agro da Belgo Arames

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ARTIGO

PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação. 

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André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.

A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.

A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.

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A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.

Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.

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A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.

André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).

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