Opinião

Chronoworking: como adotar o modelo de trabalho sem gerar riscos para sua empresa

Uma sugestão é começar aos poucos, utilizando esse modelo de trabalho para algumas funções inicialmente e depois, com o aprendizado, expandir para os demais. Fazer um big bang de mudanças de uma hora para outra tem um risco maior de causar muita entropia no sistema e os resultados não serem alcançados de início.

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Pedro Signorelli é especialista em gestão

Recentemente, uma tendência tem se destacado bastante no mercado internacional e vem ganhando espaço no Brasil: o chronoworking. Esse modelo consiste em adaptar o trabalho ao ritmo biológico de cada um, ou seja, você vai poder fazer suas tarefas no horário do dia em que se considera mais produtivo, seja de manhã, de tarde ou à noite.

No entanto, para que o chronoworking seja realmente viável, é necessário que o contexto atenda algumas premissas. Uma delas é saber trabalhar por resultados e para isso dar certo é fundamental existir confiança entre os integrantes do time, caso contrário, o risco de fracasso é grande.

As pessoas precisam ser accountable em relação aos seus pares, se sentindo responsáveis  perante os demais integrantes, sabendo que suas entregas, ou a falta delas, afeta a entrega dos colegas. Além disso, é preciso estar ciente de que os resultados são atingidos em time, não individualmente, em geral.

Outra premissa é que o trabalho e as tarefas devem poder ser desenvolvidos de maneira assíncrona. Sem dúvida, várias tarefas do nosso dia a dia requerem um alinhamento inicial, então de tempos em tempos será necessário que pelo menos haja uma intersecção entre os horários de trabalho dos integrantes do time para que estes alinhamentos síncronos necessários ocorram de maneira minimamente satisfatória para todos.

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Normalmente, a proximidade física entre os integrantes do time facilita o conhecimento mútuo, o trabalho em conjunto, a aceitação, a identificação de padrões de comportamento e formas de trabalhar. Por esse motivo, quando uma pessoa está com algum problema pessoal, isso pode afetar o trabalho. Mas se as pessoas estão juntas, é mais fácil perceber.

Por outro lado, o fato dos colaboradores ficarem menos tempo próximos pode jogar contra esta familiaridade, o que é capaz de impactar o desempenho da equipe de forma geral. A pessoa se sente menos parte de um time quando está fazendo as coisas do seu modo, na sua dinâmica individual, e com menor sintonia com os demais.

Se alguém propuser a adoção do chronoworking, creio que todos vão topar na hora, pois vão perceber valor para si. Quem não gostaria de evitar deslocamentos em grandes cidades? Mas considerar o impacto no todo é uma preocupação da liderança. Então, esta transição tem que ser bem estruturada e ter um sistema de gestão com acompanhamento de indicadores e alinhamentos que ajudem o time a entregar os resultados esperados.

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Uma sugestão é começar aos poucos, utilizando esse modelo de trabalho para algumas funções inicialmente e depois, com o aprendizado, expandir para os demais. Fazer um big bang de mudanças de uma hora para outra tem um risco maior de causar muita entropia no sistema e os resultados não serem alcançados de início.

Neste sentido, a gestão precisa ter transparência de objetivos, métricas claras a serem alcançadas, cadência, disciplina de execução e acompanhamento, pontos que se tornam indispensáveis em um contexto como esse.

Por isso, a primeira métrica de sucesso é avaliar se os resultados estão sendo alcançados. Em seguida, é importante entender como estão sendo alcançados, então métricas como satisfação do time e adesão à governança proposta são outros pontos em que a gestão deve ficar sempre atenta, para que não ocorra nenhum desequilíbrio.

Pedro Signorelli é especialista em gestão

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ARTIGO

Desenvolvimento integral produto da solidariedade ambiental

Tudo conflui com o ideário proposto por São Paulo VI: o desenvolvimento para ser autêntico deve ser integral e promover a figura humana como um todo, posto que todos os homens são chamados ao pleno desenvolvimento.

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Wagner Balera é Coordenador do Núcleo de Estudos de Doutrina Social, Faculdade de Direito da PUC-SP.

O drama das enchentes no Rio Grande do Sul e que, de algum modo, também se reproduz no Pantanal pode vir a ser uma constante.

É o fenômeno da sociedade de risco que há de ser enfrentada à luz de perspectiva bem definida: a dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de 17 metas globais da Organização das Nações Unidas (ONU) no contexto do que é o direito ao desenvolvimento.

Desde 1986, momento em que a ONU proclamou a Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento, a ideia-chave a ser assimilada e compreendida consiste em pôr limites ao mero desenvolvimento econômico.

É um dilema conhecido. Que tipo de desenvolvimento a sociedade pretende? O documento da ONU afirma que o desenvolvimento não pode ser só econômico, o desenvolvimento deve ser integral, abrangendo a sociedade no seu todo. Só assim o progresso beneficiará toda a comunidade. Não haverá verdadeiro desenvolvimento sem que essa chave de dinamização seja acionada.

A problemática do meio ambiente, desde o oportuno alerta de 1972, já exigiria o incremento do mote da sustentabilidade.

O nosso futuro comum, nome e identidade do histórico documento, impunha a condição indispensável: que o liame entre o econômico e o social ordene a vida e as condições de trabalho, a fim de que a qualidade de vida em ambiente saudável possa ser garantida de modo perene.

Ora não é outra a noção de desenvolvimento sustentável: é o que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de que as gerações futuras atendam às suas próprias necessidades.

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De que, afinal, está se falando? Simplesmente de que a conta que estamos deixando o futuro não conseguirá pagar.

Há poucos anos, o Papa Francisco lançou, na encíclica Laudato Si, a trágica constatação: “O ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto; e não podemos enfrentar adequadamente a degradação ambiental, se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a degradação humana e social” (nº 48).

A tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul nos mostra o que poderá acontecer doravante se não prestarmos atenção. É um alerta que a natureza nos faz.

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que consubstanciam a Agenda 2030, devem ser levados mais a sério.

Tais objetivos encontram como fundamento distintas manifestações ocorridas em 1972, já referida, e em 1987. Do mesmo modo, o Brasil sediou a ECO-92, na qual também se insiste que o desenvolvimento socioeconômico deve marchar conjuntamente com a defesa do meio ambiente.

Tudo conflui com o ideário proposto por São Paulo VI: o desenvolvimento para ser autêntico deve ser integral e promover a figura humana como um todo, posto que todos os homens são chamados ao pleno desenvolvimento.

Agora vamos destacar o item 7 da ODS, são 17 itens: Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente.

A degradação constatada no Rio Grande do Sul decorre de causas naturais, mas também de deficiências notórias de governança.

Muitos problemas de governança levaram a essa crise. Então, temos que compreender a responsabilidade humana, a responsabilidade histórica e a responsabilidade social. Três vetores de responsabilidade que explicam, mas não justificam, que a crise ora instalada poderia ter sido evitada mediante cuidados elementares de defesa do meio ambiente.

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Eis o objetivo 7: garantir a sustentabilidade ambiental. O desenvolvimento sustentável é o único apto a garantir que desastres como esse não se tornem uma constante.

Portanto, são necessárias passadas de gigante para que o propósito do objetivo de sustentabilidade ambiental seja atingido até 2030.

Três metas estão associadas ao objetivo 7: A primeira é a água, a qualidade da conservação e recuperação dos mananciais, essencial para um desenvolvimento sustentável e saudável, capaz de garantir à geração presente e à geração futura qualidade de vida e vida saudável. Do mesmo modo, matas e florestas, enfim, esse imenso potencial ambiental que o Brasil possui e que é tão desleixado, tão deixado de lado, não pode mais admitir a ausência de verdadeiras políticas de estado para que delas se cuide com eficiência.

Os extremos de frio e de calor que são sentidos por toda parte registram a prova cabal do aquecimento global. Como ainda se pode negar isso?

A solidariedade registrada nesse episódio, que merece todos os louvores, exige prosseguimento com a solidariedade na cobrança de providências claras, objetivas e imediatas de defesa do meio ambiente, do desenvolvimento integral e do nosso futuro comum.

Wagner Balera é Coordenador do Núcleo de Estudos de Doutrina Social, Faculdade de Direito da PUC-SP

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