Opinião

De escorpiões e hienas

Sabem que não adianta tentar parecer mocinhos. São bandidos. E assim morrerão. É o legado que optaram por deixar para seus filhos.

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Se um novelista dos mais talentosos – ainda que inspirado pelas visões estéticas de Salvador Dali e estimulado pelos alucinógenos mais eficientes – quisesse descrever o presente, jamais imaginaria uma obra em que corruptos contumazes fossem investigadores oficiais para apurar fatos de interesse da sociedade.

Se tivesse tal capacidade, não chegaria ao desplante de retirar do foco da investigação desvios de recursos públicos, para atacar opiniões divergentes. Quem, porém, conhecesse a história e assistisse a tal enredo, não diria que isso seria coisa de novela; nem se surpreenderia, diante do tamanho da desfaçatez daqueles que se valem de brechas do ordenamento jurídico que eles mesmos constroem e de relações promíscuas com que se mantêm no Poder, protegendo-se uns aos outros.

Nenhum escritor criaria uma história de corrupção como essa porque teria de referir-se a incontáveis tipos penais, pois os personagens trafegam com desenvoltura no vasto leque da previsão legal, com predileção para aqueles que conceituam desvios de verbas públicas. Como se não bastasse apenas corromper e corromper-se, têm necessidade de ir além. Trocar de posição. De bandido, virar mocinho. Tentar transformar pessoas decentes em réus. Seria inacreditável se não fosse onde é e se fossem outras as pessoas.

Aristóteles não fez do homem um animal (ser) social. Apenas constatou isso. A evolução dessa necessidade e realidade gregárias culminou na idealização do estado, tratado por Maquiavel, Bodin, Hobbes, Rousseau, Locke, Kant, Kelsen, dentre outros, com a finalidade de que as pessoas pudessem se organizar e administrar-se. Para tanto, Montesquieu contribuiu com sua proposta de tripartição dos poderes: Legislativo, pelo qual o “povo”, por seus “representantes”, elaborariam as leis da própria convivência; o Executivo, para gerenciar o Estado; o Judiciário, para dirimir os conflitos entre as pessoas.

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A presunção era de que aqueles que viessem a exercer as funções de tais poderes se pautassem pelas normas vigentes. Se as violassem, deveriam ser punidos, obviamente, pois a lei deve ser para todos, assim diziam os doutrinadores. Se, porém, os criminosos tomam conta dos poderes, os inimigos passam a ser os cidadãos de bem, aqueles que não se deixam cooptar ou seduzir pelos esquemas de corrupção dominantes.

Por coerência, portanto, o Estado não pode, para punir, violar ele próprio as normas do ordenamento jurídico nas quais está supostamente enquadrando alguém. Ou seja, delegado de polícia, promotor de justiça, juiz de direito, advogado, parlamentar, no exercício do direito de interrogar alguém, não deveriam, eles próprios, em razão desse direito, violar o direito alheio, quer seja na oitiva de perito, testemunha ou mesmo acusado.

Num Estado, porém, em que o crime organizado é quem elabora as normas e quem as interpreta, não deveriam causar surpresa os delírios da estupidez dos malfeitores. Esperar que agissem de forma diferente é pensar como o sapo, que acreditou no escorpião quando este lhe pediu carona para atravessar o lago e prometeu não o ferroar, pois morreria também. No meio do lago, o escorpião ferroou o sapo e esclareceu, diante da surpresa assustadora de que foi acometido o batráquio – É da minha natureza!

Não se tem notícia de que na fábula o escorpião sorri. No mundo real, o escorpião parece uma hiena, rindo de sua própria maldade, em êxtase desrespeitoso, não só para com aqueles a quem deveria interrogar com respeito, mas para com todas as pessoas decentes, pois presenciam atitudes destituídas do mínimo de educação por parte de quem deveria ter conduta revestida de dignidade e honra.

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Isso, porém, é absolutamente impossível, pois não têm nenhum pudor. Sua natureza é avessa a valores morais, éticos e legais. Se alhures ser pego com a mão no cofre público é vergonhoso, na terra das hienas isso é mérito, revigora a audácia e confere até poderes para intimidar e ameaçar pessoas decentes. Tentar humilhá-las. Mas não conseguem. Não têm estatura moral para isso. Sua qualificação é a da sordidez e da canalhice. Tentam desqualificar aqueles aos quais não alcançam, com interrupções indevidas, ofensas e agressões gratuitas, sem se darem conta, no lamaçal da impunidade em que vivem, do papel ridículo que fazem.

Reagem irritados à voz serena do equilíbrio, com os únicos “argumentos” que têm: gritaria e ofensa.

Mal-educados, desinformados, autoritários e – pior – covardes, excitam-se provocando náuseas e nojo. Só não conseguem é mudar a realidade da qual eles não têm nenhuma dúvida: são corruptos, criminosos. Tentam destruir a boa reputação de quem a tem, por que a única que possuem é a de ladrões. Sabem que não adianta tentar parecer mocinhos. São bandidos. E assim morrerão. É o legado que optaram por deixar para seus filhos.

Carlos Nina é advogado e jornalista

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ARTIGO

Colaboradores desmotivados não entregam bons resultados

De acordo com dados fornecidos pela Gallup, uma empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, cerca de 61% dos trabalhadores não se sentem engajados no emprego em que estão. Além disso, o estudo da consultoria de gestão Bain & Company afirma que um colaborador que está desmotivado pode ser 125% menos produtivo do que aqueles que se sentem engajados e inspirados.

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Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão.

Falar sobre ‘motivação’ no ambiente de trabalho sempre gera discussão, afinal, as pessoas podem se sentir motivadas por motivos diferentes e únicos, o mesmo vale para quando começam a se sentir desmotivadas também. Porém, existem situações que não são mais aceitáveis como propulsores de motivação e que os donos, gestores e líderes deveriam repensar totalmente antes de insistirem em continuar implementado.

E com ‘situações que não são mais aceitáveis’, estou me referindo a instalação de alguns itens que considero pura distração e que se analisarmos friamente, não acrescentam de nada para que um colaborador se sinta mais motivado ou não. Seja sincero: você acha que ter um escorregador, uma mesa de ping-pong ou até mesmo um vídeo game são fatores motivacionais? Esses itens me parecem mais para distração do que para motivação.

Existem milhares de coisas que podem ser oferecidas que promoveriam de fato motivação, e a principal é: condições de trabalho adequadas. As pessoas querem que o ambiente de trabalho seja um local que preze pelo bem-estar delas e que forneça todas as ferramentas necessárias para que possam exercer suas funções de maneira correta para atingir o resultado final. Pois é, mesmo repetindo várias vezes, parece que continuamos sem acreditar que colaboradores desmotivados não entregam bons resultados.

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De acordo com dados fornecidos pela Gallup, uma empresa de pesquisa de opinião dos Estados Unidos, cerca de 61% dos trabalhadores não se sentem engajados no emprego em que estão. Além disso, o estudo da consultoria de gestão Bain & Company afirma que um colaborador que está desmotivado pode ser 125% menos produtivo do que aqueles que se sentem engajados e inspirados.

Então, a pergunta que não quer calar: como manter o time motivado? Os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, podem ajudar bastante, pois priorizam as pessoas em diversos âmbitos e não, não é papo de abraçar árvores. Ao colocar os colaboradores para participar dos processos e fazer com que saibam como estão impactando a empresa, os OKRs incentivam que o potencial existente seja explorado, fazendo inevitavelmente com que sejam mais produtivos.

Aliado a isso, a ferramenta propõe o aumento da clareza e do foco, o que vai fazer com que os integrantes da equipe consigam enxergar o que precisa ser feito e o que eventualmente precisa ser melhorado, ficando todos na mesma página. Isso provoca a melhoria do clima da organização, já que os colaboradores passam a ter autonomia para dar ideias e também tomar decisões, fazendo um bom trabalho em equipe e estando em sintonia com os líderes.

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A verdade é que além das boas condições de trabalho que precisam ser oferecidas, a real motivação está ligada ao reconhecimento dos colaboradores por parte da liderança, que a partir do momento que passa a enxergar aquelas pessoas e estimular que se desenvolvam, veem uma mudança de comportamento. Afinal, todos nós queremos ser reconhecidos pelo o que fazemos, tendo recompensas positivas ao conseguir entregar bons resultados.

Quer ver melhores resultados na sua organização, pessoas mais satisfeitas e felizes? A resposta é simples: comece organizando seu sistema de gestão

Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão

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