Opinião

Egeon, o supercomputador

A implantação completa do Egeon demorará cinco anos e conta com uma verba de R$ 200 milhões que devem (ou deveriam?) ser liberados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

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Em 8 de outubro último, durante a solenidade de comemoração dos 51 anos da unidade de Cachoeira Paulista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o diretor Clezio De Nardin, juntamente com representantes do MCTI – Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, anunciou a compra do novo supercomputador para a previsão do Clima, o Egeon.

Nesta unidade do INPE, que já recebe e processa as imagens de diversos satélites, agora receberá também imagens do Landsat 9, satélite de observação da Terra, por conta de um acordo de troca de imagens entre Brasil e Estados Unidos. Cachoeira Paulista também sedia o centro de previsão numérica do tempo e clima e o Laboratório de Combustão e Propulsão de Satélite.

Nessa solenidade foi lançado o Modelo Comunitário do Sistema Terrestre Unificado, plataforma de código aberto e colaborativo, que permitirá que o código do modelo seja compartilhado com pesquisadores de outras instituições. Espera-se que essa participação sem fronteiras traga avanços na modelagem numérica de tempo e clima.

Desde 2017, o supercomputador Tupã, que ainda é usado pelo INPE, corre o risco de parar de funcionar e sem possibilidade de ser reparado. Outro grave problema desse supercomputador antigo é o gasto em energia elétrica, consumindo R$ 5 milhões ao ano para funcionamento e resfriamento. E, por falta de recursos, o INPE desligou seis dos 14 gabinetes prejudicando a previsão que é feita.

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Em junho, o INPE comprou um primeiro módulo do novo supercomputador, que custou US$ 729 mil utilizando verba do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da ONU. Acredite, uma potência como o Brasil precisando recorrer ao estrangeiro para cumprir uma função essencial e estratégica. Mas qual a surpresa? Depois de muito tempo, nossos militares entenderam que precisam de um satélite radar de banda L, mas quando viram o custo desistiram… Os argentinos já fabricaram dois!

Nem parece que temos tantos militares no governo federal, pois é com o Tupã que as equipes do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) fazem os relatórios sobre a estiagem no Brasil, os alertas da crise hídrica, documentos que são entregues semanalmente ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que sem esses dados deixaria o governo às cegas para gerir a crise. Grandes estrategistas!

A implantação completa do Egeon demorará cinco anos e conta com uma verba de R$ 200 milhões que devem (ou deveriam?) ser liberados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

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Para este ano, espera-se R$ 50 milhões, que permitirá a compra de módulos de processamento de 800 Teraflops e armazenamento de 20 Petabytes (tera é acrônimo para trilhão e peta para quatrilhão e flop é operação em ponto flutuante, aquela notação científica que aprendemos no colégio, e para se ter uma ideia, esse supercomputador é equivalente a cerca de 800 milhões de computadores comuns). Para comparar, o Tupã tem 258 Teraflops. A dúvida é se houve corte dessa verba, com a palavra os senadores e deputados.

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

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ARTIGO

Absurdo!

Eu aprendi a fazer isso com você. Na “Samba” você me ganhou: dá para sentir o batuque da sensualidade na tela. Toma uma comigo e sossega o faixo. Você, Di, ensinou o Brasil a enxergar o Brasil! Desde o catálogo de 22 até o “Baile Popular”, é puro suco da gente. E aqui, a gente pode pedir umas e outras, comer uma moelinha acebolada, ouvir os sons do mundo…

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André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política.

– Absurdo você fazer isso, Aldir! Porra! Que merda! Marquei consulta com você, psiquiatra, tomei o endereço do consultório, e quando chego aqui me deparo com essa bodega! Eu devia desconfiar… Quem busca o lirismo da humanidade com a música não consegue ser sério.

– Calma, Di! Até parece que você não busca, com suas pinturas, a poesia do povo. Eu aprendi a fazer isso com você. Na “Samba” você me ganhou: dá para sentir o batuque da sensualidade na tela. Toma uma comigo e sossega o faixo. Você, Di, ensinou o Brasil a enxergar o Brasil! Desde o catálogo de 22 até o “Baile Popular”, é puro suco da gente. E aqui, a gente pode pedir umas e outras, comer uma moelinha acebolada, ouvir os sons do mundo…

– A poesia da rua… O canto da calçada! A canção das nossas raças, como diria o Pinheiro! Ou você, com o Mestre-Sala…

– Eu sabia que você ia se acalmar. O que a gente vai tomar? 2 cachaças pra abrir o apetite? Um torresminho? Sabe o João? Quando a gente tava escrevendo o “Corsário” ele, com aquela musicalidade gigante, queria ser o primeiro a plantar uma nova era. Acho que deu pra sentir na letra, né?

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– Acho que deu mesmo. A ancestralidade do mar salgado, uma certa metáfora das ondas, nossa história de tanta luta, expropriação e amor! Puta música! Apoteose pura! Quando o Oscar desenhou o sambódromo ele deve ter ouvido vocês!

– E visto seus quadros! Certeza que viu! Lógico! Só se enxerga o Brasil depois de Di Cavalcanti! Mas, fala, você veio para uma consulta ou não?

– Sério que você quer falar disso aqui?

– Muito sério! Esse aqui é o melhor consultório que se pode querer. Vários pacientes meus já vieram aqui. Eu já falei: a sensibilidade popular faz parte do diagnóstico e do tratamento. Estar aqui, nesse ambiente, é um santo remédio!

– Só me preocupam os efeitos colaterais disso.

– Não me vem com essas de puritano! Quem pintou como você, quem escolheu temas tão nossos, não tem o direito disso!

– Sabe o que é, Aldir? O Brasil tá queimando! Calor, fumaça, secura. Cadê o paraíso que a gente sonhou? Tomo mundo fica escondido, guardado por D´us, contando o vil metal. Cadê a alteridade brasileira? Cadê as mãos dadas? Cadê o povo? Eu vi quando você compôs “O Bêbado e o Equilibrista”. Vi o “Mestre-Sala dos Mares”. Vi esses hinos guiando a gente rumo à Democracia! E agora, Aldir? É só selvageria, cada um por si. Acho que cansei desse Brazil. Quero o nosso Brasil!

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– Isso não é com psiquiatra, infelizmente. No fundo é seu coração chorando de saudades do porvir… Virá? Não sei…

André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos, Inclusão Social e Economia Política. Escritor, professor, ganhador do Prêmio Best Seller pelo livro “Caminho – a Beleza é Enxergar”, da Editora UICLAP (@andrenaves.def).

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