Estudo avalia propensão a doenças metabólicas em filhos de mães obesas
Um estudo brasileiro, que foi publicado na revista Molecular Human Reprodution, tenta descobrir por que filhos de mães obesas teriam mais propensão a desenvolver, ao longo da vida, doenças metabólicas, tais como o diabetes.
Segundo o estudo, essa transmissão de doenças de mãe para filho pode estar relacionada à deficiência, no óvulo materno, de uma proteína chamada mitofusina-2, localizada na membrana externa da mitocôndria. O trabalho é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp) e coordenado por Marcos Roberto Chiaratti, professor adjunto do Departamento de Genética e Evolução da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e coordenador do Laboratório de Genética e Biotecnologia da instituição.
Em entrevista à Agência Brasil, Chiaratti disse que o trabalho, que começou em 2015, nasceu de seu interesse em estudar a reprodução da fêmea. “Eu estudo mitocôndrias, que são organelas celulares conhecidas principalmente por produzir energia para as nossas células. E, como a mitocôndria é transmitida somente pela mãe, ao estudar a fertilidade da fêmea, tenho bastante interesse em estudar o papel da mitocôndria no óvulo – tanto em como ele afeta a fertilidade quanto em relação aos mecanismos que regulam o óvulo e que possam ser transmitidos para seus filhos”, disse o professor.
Em experimentos com camundongos geneticamente modificados para não expressar a mitofusina-2 no óvulo, os pesquisadores desse estudo observaram que a deficiência da proteína não afetou a fertilidade das fêmeas. O resultado, no entanto, foi que os filhotes gerados por elas apresentaram maior ganho de peso durante as dez primeiras semanas em que foram observados. Além disso, os filhotes desenvolveram diabetes.
“O foco desse trabalho era estudar a relação da mitocôndria com dois aspectos: fertilidade e herança mitocondrial. Porém, quando deletamos essa proteína [a mitofusina-2] no óvulo, vimos que não teve nenhum efeito significativo sobre a fertilidade, produzindo vários filhotes. Começamos a acompanhar o peso deles [dos filhotes] nas primeiras dez semanas pós-nascimento e vimos que eles estavam engordando mais”, detalhou Chiaratti.
O pesquisador acrescentou que, ao ver que eles engordavam mais, em relação ao grupo de controle [o grupo de controle tinha a mitofusina-2 no óvulo], foi feito um teste de glicemia. “Aí vimos que a glicemia estava maior nos filhotes que nasceram de óvulos que eram deficientes na mitofusina-2.”
O estudo
De acordo com Chiaratti, o tema em foco vem sendo pesquisado há muitos anos. Outras pesquisas, por exemplo, já vinham demonstrando que a mitofusina-2 é um regulador metabólico, ou seja, à medida que uma pessoa ganha peso ou desenvolve diabetes, essa proteína tende a diminuir nas células. “Vários outros estudos mostraram a importância da mitofusina-2 para a obesidade e para o diabetes, tanto para camundongos quanto para humanos. Mas não no óvulo [como faz esse estudo]”, afirmou.
As primeiras evidências de que a gestação das mulheres poderia interferir na fisiologia dos filhos – e até fazer com estes fossem mais propensos a desenvolver doenças metabólicas – foram observadas ao final da segunda guerra mundial, quando uma região da Holanda foi cercada por forças alemãs, impedindo-a de receber provisões. “No final da segunda guerra mundial, [Adolf] Hitler isolou a Holanda por alguns meses. E os holandeses passaram fome. Um grande número de mulheres [holandesas], que estavam gestantes na época e que passaram fome, tiveram filhos que, mais tarde, desenvolveram distúrbios metabólicos”. Isso, segundo Chiaratti, demonstrou que tanto a carência de alimentos quanto a obesidade poderiam trazer algum tipo de prejuízo ao óvulo.
Por isso, a próxima etapa do estudo será analisar o que aconteceria se as fêmeas geneticamente modificadas para a ausência da mitofusina-2 passassem a receber uma dieta mais calórica. “Nos próximos passos, vamos estudar a interação com a dieta”, informou o pesquisador. “A fêmea que não tem a mitofusina-2 no óvulo, nós já mostramos que produz filhotes propensos à obesidade e ao diabetes, mas isso diante de uma dieta normal. E se desafiarmos as mães agora com uma dieta que induz a obesidade por si só?”, questionou.
Um dos objetivos dos pesquisadores é que, a partir de todo o conhecimento gerado pelo estudo, possam ser desenvolvidas terapias que ajudem a prevenir a transmissibilidade de doenças metabólicas.
Edição: Nádia Franco
SAÚDE
Ministra a gestores no Sul: “Reconstrução do SUS depende do trabalho conjunto entre governo e sociedade”
Durante agenda em Pelotas, no Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira (23), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu a união entre os entes federativos para a reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS).
O encontro na cidade gaúcha integrou uma série de ações voltadas ao fortalecimento do sistema de saúde e contou com a participação dos secretários Adriano Massuda, da Secretaria de Atenção Especializada (SAES), Felipe Proenço, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), e do secretário-adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Rivaldo Venâncio.
Realizado na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o evento reuniu prefeitos da região, secretários de saúde, deputados e professores para debater os desafios da saúde pública e apresentar novos investimentos por meio de programas estratégicos do governo federal.
“Não podemos reconstruir o Sistema Único de Saúde (SUS) sozinhos. A força do sistema vem do trabalho conjunto entre o governo federal, estados, municípios e a sociedade civil. A nossa prioridade é ampliar o acesso da população a uma saúde pública de qualidade, com serviços organizados e resolutivos,” afirmou a ministra.
Entre os principais anúncios da visita, destacam-se a ampliação do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), que busca reduzir o tempo de espera por consultas e exames especializados, e o fortalecimento da Rede Alyne, voltada para a saúde materna e infantil.
Referência em cuidados paliativos
A Faculdade de Medicina da UFPel, que celebra 60 anos de existência e já formou mais de cinco mil médicos, foi reconhecida como referência na política de cuidados paliativos. Esse modelo, iniciado na instituição, ganhou relevância nacional com a implementação da Política Nacional de Cuidados Paliativos, lançada na gestão da ministra Nísia Trindade.
“Pensamos em uma experiência mais digna e confortável para pacientes, familiares e cuidadores. Com isso, o Ministério da Saúde está implantando 1,3 mil equipes especializadas em cuidados paliativos em todo o país,” destacou a ministra.
Controle da dengue e fortalecimento da atenção primária
Outro tema abordado durante o evento foi o controle da dengue, Zika e chikungunya. A ministra reforçou a importância das ações preventivas e lembrou que a pasta da saúde está distribuindo 6,5 milhões de testes rápidos para diagnóstico da dengue, possibilitando uma identificação mais ágil da doença e contribuindo para um tratamento eficaz, além da implementação de novas tecnologias testadas cientificamente e eficazes no controle.
“O enfrentamento da dengue começa em casa, nas comunidades, com o envolvimento de todos. O Ministério da Saúde está ao lado das prefeituras para garantir ações eficientes de prevenção e controle,” ressaltou.
A ministra também reforçou o compromisso com o fortalecimento da atenção primária, destacando programas como o Brasil Sorridente, que visa ampliar o acesso à saúde bucal, e o Mais Médicos, que continuará expandindo a presença de profissionais em áreas de difícil acesso.
Compromisso com a saúde materna
Durante o encontro, foi debatida a necessidade de reduzir o tempo de espera por cirurgias e ampliar os serviços de saúde para gestantes e crianças. A ministra destacou a importância do pré-natal adequado e a necessidade de ampliar o acesso a uma maternidade segura.
“O Brasil avançou na redução da mortalidade infantil, mas ainda temos desafios na saúde materna. Estamos comprometidos em garantir que toda mulher tenha acesso ao cuidado necessário durante a gestação e no parto,” afirmou Nísia Trindade.
Trabalho conjunto para fortalecer o SUS
Encerrando a agenda na parte da manhã , a ministra reforçou a necessidade de um trabalho integrado entre os governos federal, estadual e municipal para garantir o fortalecimento do SUS.
“O Ministério da Saúde não é feito apenas em Brasília. Ele se constrói com diálogo, escuta e parceria com aqueles que estão na ponta, nos municípios, atendendo a população,” concluiu a ministra, agradecendo o apoio da UFPel e das lideranças locais.
Edjalma Borges
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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