Evtols são o futuro da mobilidade, mas não são carros voadores

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Eve, da Embraer, investe pesado nos eVtols, que devem chegar ao mercado em 2026
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Eve, da Embraer, investe pesado nos eVtols, que devem chegar ao mercado em 2026

O carro voador é um grande sonho da ficção, seja em desenhos animados como os Jetsons ou em filmes como ” De volta para o Futuro “, ” Blade Runner “, entre outros, obras em que o meio de locomoção mais futurista possível é sempre voador, no formato de carros ou “naves”. Apesar dos avanços tecnológicos, ainda não temos carros voadores , mas algumas empresas estão desenvolvendo algo parecido, os chamados “ eVtols ”.

Longe de ser equiparado com um carro , o eVtol (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical ) promete viagens mais baratas, mais ecológicas e menos barulhentas do que as realizadas por helicópteros , e bem mais rápidas do que as oferecidas por automóveis.

Diversas empresas do setor de aviação e até do setor automotivo, como é o caso da Stellanis e da Hyundai , já estão envolvidas em projetos de estudo ou desenvolvimento desses tipos de veículos.

Conversamos com André Gasparotti , presidente do conselho da SAE BRASIL e gerente sênior de Programas e Estratégia de Pesquisa & Desenvolvimento da Embraer para entender como funcionam os eVtols e se podem ser chamados de carros voadores.

“Do ponto de vista de carro voador, esse conceito é um pouco equivocado porque os eVtols são otimizados para ter uma boa performance de voo, não têm função de carro. O helicóptero tem dois rotores, o principal e o de cauda, enquanto o eVtol tem vários e também não emite carbono, por ser 100% elétrico”, esclarece o especialista.

A brasileira Embraer é uma das empresas que possuem projetos de eVtols. Apesar do assunto estar em alta, os primeiros projetos de aeronaves de decolagem vertical datam da década de 1950 , mas voltaram a ganhar destaque por conta do avanço das tecnologias elétricas.

Eve irá exibir eVtols no Paris Air Show entre os dias 19 e 25 de junho
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Eve irá exibir eVtols no Paris Air Show entre os dias 19 e 25 de junho

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A indústria de carros elétricos e sua busca por motores mais eficientes e baterias com mais capacidade energética e menor tamanho físico ajuda a indústria dos eVtols a acessar tecnologias que permitem viabilizar o projeto.

“A operação dos eVtols tem muito investimento e espera-se que, até 2026, as primeiras unidades já estejam em uso. Diversas empresas já trabalham em tecnologias correlatas, como no caso dos carros elétricos, por exemplo, e essas pesquisas acabam nos auxiliando”, projeta Gasparotti.

Por falar em carros elétricos , eles compartilham o mesmo problema dos eVtols: baterias pesadas e com autonomia aquém do ideal , o que não permite viagens muito longas. A falta de estrutura necessária também é um ponto de similaridade. Segundo Gasparotti, a ideia é que os eVtols utilizem a estrutura existente para helicópteros, o que facilitaria a operação .

“Esse tempo até o início da operação dos eVtols é muito por conta do tempo necessário para desenvolver a estrutura para esses veículos. Eles formarão parte da estrutura existente de helicópteros e rotas aéreas. O veículo faz parte de um sistema que contempla fabricantes, cadeia [de fornecedores], órgão regulamentador, tráfego aéreo. A novidade para a infraestrutura será a maior quantidade de veículos em circulação e operação”, diz o engenheiro.

Segundo o site da Eve Air Mobility , a divisão da Embraer responsável pelos eVtols, a estimativa é que uma viagem do Aeroporto de Miami até South Beach leve 15 minutos , enquanto de carro, o mesmo trajeto leva cerca de 45 minutos .

Quando se pensa em carros voadores , principalmente por conta do imaginário dos filmes, a ideia é que eles substituam os meios de transporte tradicionais. De acordo com o engenheiro, a ideia é que os eVtols sejam uma opção de transporte rápido, complementando o sistema já existente, e sendo mais acessível que os helicópteros. Isso não significa que será barato .

Evtols prometem ser silenciosos, apesar de que os projetos iniciais mostrem seis motores elétricos
Divulgação/Embraer

Evtols prometem ser silenciosos, apesar de que os projetos iniciais mostrem seis motores elétricos

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“A ideia é ser acessível ao público. Não necessariamente vai substituir o transporte de massa, não vai ser todo mundo que vai voar. Mas vai estar acessível ao público geral, ainda que seja de uso eventual. A ideia é que seja mais acessível que uma viagem de helicóptero, custando mais caro que um táxi, mas entregando uma viagem bem mais rápida, por exemplo”, analisa.

Enquanto uma parte da indústria automotiva trabalha em carros elétricos, os eVtols já se preparam para um futuro autônomo também. Entretanto, de acordo com Gasparotti, os projetos iniciais dependerão de tripulação, mas dependendo da aceitação dos usuários, poderá evoluir para um sistema autônomo:

“De acordo com a aceitação do público, esses veículos poderão até funcionar sem tripulação. Claro, ainda é muito cedo para afirmar, mas talvez de forma autônoma ou com um condução assistida”, explica o especialista.

Uma das principais diferenças dos eVtols para os helicópteros é justamente o baixo ruído . A redução da poluição ambiental e também sonora é um dos pilares do desenvolvimento desses novos veículos, principalmente por trafegarem em grandes cidades.

“O ruído é um dos principais tópicos de preocupação para os eVtols porque podem impactar muito as comunidades. Nos eVtols, isso é possível por conta da utilização de pequenos rotores”, explica o engenheiro.

Mas como atestar a segurança desses veículos? Segundo o engenheiro, os padrões de segurança dos eVtols irão seguir os mesmos níveis estabelecidos pela aviação comercial e executiva no Brasil e no mundo.

Por falar em Brasil, Gasparotti acredita que o país pode ser um dos grandes países quando o assunto são os eVtols: “O Brasil tem uma grande possibilidade de ser protagonista e um dos pioneiros no setor. Temos uma indústria aeronáutica forte, um órgão regulamentador competente, uma cadeia forte, e temos grande experiência na operação com aeronaves e helicópteros”, conclui o executivo.

Fonte: Carros

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Fomos à Serra Gaúcha conferir um Rally de motonetas clássicas

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Ainda bem cedo, os competidores se dirigem à largada. A temperatura esteve próxima do zero
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Ainda bem cedo, os competidores se dirigem à largada. A temperatura esteve próxima do zero

Neste último fim de semana fui até o Rio Grande do Sul acompanhar a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica , promovido pela Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. A etapa chama-se Rally dos Vinhedos e é organizada pelo Veteran Car Club dos Vinhedos , sediado no município de Bento Gonçalves , na Serra Gaúcha.

Só o fato de estar em uma região tão bela, tão bem dotada pela natureza, já vale qualquer dificuldade em chegar, visto que fica no extremo sul do país, região que é bem conhecida pelas baixas temperaturas , especialmente no inverno. Mas é justamente isso que faz do lugar um destino tão desejado.

O Rally dos Vinhedos está comemorando sua décima edição, reunindo 129 veículos antigos e clássicos para um passeio cronometrado pelas estradas da região, passando por municípios como Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O mais interessante foi a participação de 13 intrépidos pilotos de motonetas clássicas , que enfrentaram a temperatura de quase zero grau no momento da largada.

As motonetas cruzaram alguns centros urbanos durante o percurso
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As motonetas cruzaram alguns centros urbanos durante o percurso

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E mais, diferentemente dos automóveis, que têm um piloto e um navegador, que além de lhe fornecer a velocidade ideal para cada trecho também indica o caminho a ser seguido, no scooter o piloto faz sozinho todos os trabalhos.

Claro, sendo um rally de veículos antigos , essas motonetas, que atualmente são conhecidas por scooters , são de época, de um tempo quando ainda não tinham esse apelido.

Dos 13 participantes, 11 deles pilotavam Vespa nacionais dos anos 80, que eram fabricadas em Manaus, AM, pela Piaggio . Os outros dois pilotavam Lambretta Li 150 , fabricadas nos anos 60. Vespa e Lambretta eram (e são) eternos rivais nesse segmento dos veículos de duas rodas.

Um rally de regularidade , que também pode ser chamado de passeio cronometrado, avalia a capacidade do piloto em manter as médias de velocidade pré-estabelecidas, que figuram na planilha com o roteiro. Quanto mais próximo o tempo de passagem pelos vários pontos de controle distribuídos pelo percurso, menos pontos o participante perde. No final, quem perder menos pontos, de acordo com um regulamento complexo, vence a prova.

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Entre as motonetas, o vencedor foi André Sain, de Bento Gonçalves, pilotando (e navegando) a Vespa PX 200 1986 de número 21. André teve 78 pontos perdidos nessa etapa.

O vencedor André Sain, com sua Vespa PX 200 1986
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O vencedor André Sain, com sua Vespa PX 200 1986

Em segundo lugar chegou Daniel Orso, também de Bento Gonçalves, com a Vespa PX 200 Elestart 1987 de número 24, com 84 pontos perdidos. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Nenini, de Garibaldi, com a Vespa PX 200 1986 de número 22, com 123 pontos perdidos.

Fonte: Carros

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