Ministro da Infraestrutura participa do evento Santos Export 2021

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O ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas participou hoje (23) da abertura do evento Santos Export 2021, realizado no Guarujá (SP) e que reúne lideranças e especialistas da logística e infraestrutura portuárias nacionais.

Com expectativa de investimentos de R$ 16 bilhões, o Ministério da Infraestrutura informou que avança na estruturação do projeto de desestatização do Porto de Santos e, segundo o ministro, deve apresentá-lo para a fase de audiência pública até outubro.

“No mês de outubro, a gente deve soltar as consultas públicas para Santos, São Sebastião e Itajaí. E vamos dar mais um passo importante. Além de ser o governo que mais fez arrendamentos portuários, que mais assinou contratos de adesão, que mais contratou investimento privado, vai ser o governo que vai fazer as primeiras desestatizações do setor portuário, incluindo a desestatização do Porto de Santos, que é o assunto do momento, tenho certeza. Nós não podemos dar o passo para trás”, disse o ministro, na abertura do evento.

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Para Freitas, a parceria com a iniciativa privada tem a capacidade de transformar o Porto de Santos no maior terminal em operação em todo o hemisfério Sul. “Precisamos aproveitar o benefício que virá com a iniciativa privada. Quando que teríamos um montante desse [para investir]? Estamos falando em investimentos para corrigir os acessos ao porto, para a dragagem da profundidade do canal, falando em equacionar a travessia seca entre Santos e Guarujá”, disse o ministro.

O ministro convocou os representantes do setor a participar do aperfeiçoamento do projeto, principalmente com relação à segurança jurídica, com objetivo de proteger os contratos de arrendamentos vigentes, segundo apontou a pasta. “Convido a todos a debater para que tenhamos um modelo campeão. É hora de arregaçar as mangas e formar o modelo junto conosco. Não há o que temer. Não queremos deixar nenhuma ponta solta”, disse.

Sobre os projetos para desestatizações portuárias, o ministro afirmou que a primeira será a da Codesa, no Espírito Santo, e prevê que será um leilão “bem sucedido”. No entanto, o MInfra informou que também segue focado nos arrendamentos portuários. Em novembro, nove áreas serão leiloadas, entre elas, duas no porto de Santos: STS08 e STS08A, voltadas ao armazenamento de combustíveis e que juntas receberão investimentos de cerca de R$ 1 bilhão.

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Edição: Aline Leal

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Câmara aprova regime de urgência para projeto que limita multas e elimina penalidades do Fisco

“A redução de penalidades desproporcionais pode beneficiar tanto o governo quanto o setor produtivo”, diz especialista.

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Câmara aprova regime de urgência para projeto que limita multas e elimina penalidades do Fisco.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para a tramitação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 124/2022, que propõe alterar as regras de atuação do Fisco com o objetivo de solucionar conflitos tributários antes que sejam judicializados. Entre os principais pontos do texto estão a limitação das multas tributárias e a eliminação de penalidades em casos de confissão espontânea de débitos.

Para Marcelo Costa Censoni Filho, advogado especialista em Direito Tributário, a proposta reflete uma aplicação prática do princípio constitucional do não-confisco, previsto no art. 150, IV, da Constituição Federal. “Multas desproporcionais, que ultrapassam os limites da razoabilidade, comprometem o patrimônio do contribuinte de forma excessiva. A fixação de limites protege o cidadão de arbitrariedades e assegura que o sistema tributário opere dentro dos parâmetros constitucionais”, explica.

Marcelo Costa Censoni Filho é advogado especialista em Direito Tributário. Foto: Divulgação

Segundo o advogado, medidas como a eliminação de penalidades em casos de confissão espontânea também reforçam a segurança jurídica, reduzindo a possibilidade de judicialização de conflitos e promovendo maior previsibilidade para os contribuintes. “Essa abordagem incentiva a conformidade tributária, criando um ambiente mais equilibrado entre contribuintes e o Fisco”, complementa.

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Embora a proposta represente um avanço, Marcelo Censoni avalia que as mudanças não são suficientes para transformar, por si só, a relação entre contribuintes e Fisco em algo mais colaborativo. “A construção de uma interação equilibrada exige ajustes legislativos mais amplos, além de iniciativas para fortalecer a segurança jurídica e reduzir a complexidade tributária”, destaca.

O PLP 124/2022 também prevê a introdução de mecanismos como arbitragem, mediação e transação tributária para a solução de disputas. Essas ferramentas, segundo o especialista, têm potencial de reduzir significativamente o volume de processos tributários no Judiciário, desde que devidamente regulamentadas e implementadas com imparcialidade. “A arbitragem, por exemplo, pode solucionar disputas em até 12 meses, um prazo bem menor do que o tradicional trâmite judicial”, afirma.

Outro aspecto relevante abordado no projeto é o impacto econômico das novas regras de multa. De acordo com Marcelo Censoni, a redução de penalidades desproporcionais pode beneficiar tanto o governo quanto o setor produtivo. “Ao simplificar procedimentos administrativos e reduzir litígios, o governo otimiza a arrecadação tributária e economiza recursos. Para as empresas, a diminuição do peso financeiro das multas traz maior previsibilidade e incentiva o planejamento econômico”, analisa.

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O especialista reforça, contudo, que é essencial observar os princípios constitucionais de razoabilidade e proporcionalidade para evitar impactos negativos na competitividade empresarial. “Um sistema tributário justo e eficiente precisa alinhar os interesses do Estado e do setor produtivo de forma sustentável”, conclui.

O texto do PLP 124/2022 agora segue para análise final, com a expectativa de que as medidas tragam maior equidade e eficiência ao sistema tributário brasileiro.

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