Política

“O salário do cidadão não vai acompanhar tributação”, destaca Caiado

Com agenda em Brasília para debater texto da Reforma Tributária que tramita no Congresso, governador de Goiás avalia, em entrevista à GloboNews, que modelo apresentado não simplifica o sistema e vai sobrecarregar contribuinte.

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Ronaldo Caiado, em entrevista: “Estou discutindo algo que acho extremamente grave, que é a perda da independência e autonomia dos entes federados”. Foto: Júnior Guimarães

A necessidade de priorizar o cidadão, que consome e terá sua vida financeira impactada com a proposta da Reforma Tributária, é o centro do debate levantado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Em entrevista para a GloboNews, na noite desta terça-feira (4), em Brasília, o chefe do Executivo goiano expressou preocupação com a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), previsto no texto que tramita na Câmara dos Deputados, sobrecarregando itens básicos como a cesta básica. “O salário do cidadão não vai acompanhar o reajuste”, avaliou.

Contrário ao conteúdo da reforma, o governador avalia que o modelo tributário é complexo e começa da forma errada. “Não vai simplificar”, acrescentou Caiado ao alertar sobre a transição, um processo que deve se prolongar por cerca de 10 anos e que deveria ser testado com as receitas da União. O gestor goiano concentra agenda em Brasília nesta semana para acompanhar a votação da matéria no parlamento e dialogar com deputados sobre os riscos de se manter o projeto como está.

“Se já é um emaranhado a legislação hoje, você vai misturar outros”, afirmou com base na ideia de criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), parcela da União, e do Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS), proposto para unir ICMS e ISS, cobrados pelos estados e municípios, respectivamente. “Vai tirar a decisão dos gestores eleitos sobre incentivos e acarretar perda de investimento”, alertou. A Secretaria de Economia de Goiás estima a saída de, pelo menos, 700 grandes empresas do estado com a aprovação da Reforma.

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Centralização

Dentro da nova tributação, a proposta é que a arrecadação advinda do IBS seja gerida pelo Conselho Federativo, composto por representantes de estados e municípios com um presidente indicado. “É algo que realmente espanta todos nós”, declarou Caiado. “Estou discutindo algo que acho extremamente grave, que é a perda da independência e autonomia dos entes federados. Isto para mim é intocável”, frisou, ao citar que a medida fere a cláusula pétrea do pacto federativo, atribuindo a um conselho poder financeiro superior ao dos gestores eleitos pela população.

Para o governador é importante também não perder de vista os resultados negativos em outros países que adotaram o mesmo modelo. “É um erro que aconteceu com o México. Em 1981, implantaram o IVA”, exemplificou. “Na projeção que foi feita o México cresceria em torno de 3% ao ano. Está crescendo menos que 1%”, lembrou.

Em Goiás o prejuízo já é previsto. O próprio vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, admitiu que a receita do Estado, que está em pleno crescimento, vai cair. Caiado foi incisivo na defesa da economia goiana. “O Brasil cresce 2,9% e Goiás cresce 6,6%. Vão frear nosso desenvolvimento”, destacou.

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O governador reforçou que a discussão da reforma é importante, o problema é o conteúdo: “Ninguém é contra o conceito de reforma, o que está proposto é que é uma intransigência. Não é por aí que vão conseguir mudar o Brasil para melhor. Aliás, se o foco é esse, deveríamos priorizar o debate sobre educação”.

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POLÍTICA

Caiado dá nova demonstração de força e União Brasil conquista 94 prefeituras em Goiás

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Governador Ronaldo Caiado e Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil. Foto: Divulgação

O União Brasil, partido presidido em Goiás pelo governador Ronaldo Caiado, elegeu 589 prefeitos em todo o Brasil nas eleições municipais deste ano. Deste total, 94 estão em Goiás, o que representa quase 16% de todas as vitórias do partido no País. O número expressivo renova a força da legenda no estado, onde pode ainda conquistar a capital — a definição ficou para o segundo turno.

A eleição deste ano marca um crescimento significativo no número de prefeituras conquistadas pelo União Brasil em Goiás. Em 2020, antes da fusão que criou o partido, o DEM de Ronaldo Caiado conquistou 62 prefeituras. Já o PSL, que viria a se unir ao DEM para formar o União Brasil em 2022, elegeu 5 prefeitos. Em 2024, portanto, o União Brasil avança mais de 40% em relação às últimas eleições municipais em Goiás.

Com a conquista de municípios importantes, o União Brasil fortaleceu sua presença em todas as regiões do estado. No Entorno de Brasília, por exemplo, vai comandar Águas Lindas e Luziânia; na Região Metropolitana de Goiânia, Trindade e Senador Canedo. O partido também sagrou-se vitorioso em cidades estratégicas como Ceres, Rialma, Jaraguá, Goianésia no Vale do São Patrício, além de Porangatu, Iaciara, Simolândia, Inhumas e Itumbiara.

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O governador Ronaldo Caiado celebrou os resultados obtidos no cenário estadual. “O União Brasil mostrou sua força em Goiás. Elegemos 94 prefeitos em todo o estado, fortalecendo nosso compromisso com o desenvolvimento local, por meio de parceiras para continuar com o avanço da qualidade de vida para os mais de sete milhões de goianos”, afirmou o governador. Presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda esteve em Goiânia no domingo de eleições e, antes do resultado, afirmou que esperava que o partido fizesse cerca se 500 municípios, número que foi superado após a apuração.

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