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Período eleitoral: o que esperar do e-commerce brasileiro?

Desafios e oportunidades não faltarão para o e-commerce. A digitalização do varejo, aliada à disputa pela entrega mais rápida e mais barata, farão toda a diferença nos próximos meses.

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2022 tem sido um ano de inúmeros desafios para o e-commerce, sobretudo, neste segundo semestre. Marcado por grandes eventos, teremos nos próximos meses Copa do Mundo, eleição presidencial, Black Friday e Natal, datas significativas que impactam diretamente o comportamento do consumidor brasileiro e, principalmente, o cenário macroeconômico.

De fato, os anos eleitorais tendem a causar mais volatilidade no mercado financeiro, ao passo que a incerteza das eleições impactam negativamente o desempenho da bolsa de valores. Além disso, as movimentações tornam-se mais tensas e pragmáticas, afinal a venda de ações ocorre a partir da precificação do futuro. Fatores como política econômica, juros, dívida pública e inflação refletem o desempenho do mercado como um todo e, consequentemente, há a possibilidade de inúmeras variações em curto prazo. Basicamente, é um período em que o mercado reage conforme a expectativa e os seus respectivos reflexos que o possível candidato pode causar para o desenvolvimento econômico.

Esta instabilidade política faz com que empresários, investidores, empreendedores e cidadãos comuns tomem mais cuidado com algumas decisões e coloquem mais elementos na balança em relação ao dinheiro. Porém, falando em e-commerce, quais são as reais expectativas de faturamento neste segundo semestre? De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), espera-se um faturamento de R$ 91,5 bilhões em vendas. Lembrando que, caso este valor se cumpra, 2022 deve terminar com R$ 165 bilhões em faturamento para o setor, o que ultrapassa os R$ 150,8 bilhões registrados pela instituição em 2021.

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Alguns fatores como custo do frete, aumento dos juros e endividamento familiar poderão impactar diretamente o comércio eletrônico brasileiro, uma vez que há uma baixa e restrita confiança por parte do consumidor, principalmente com relação ao atual momento econômico.

Embora o cenário para as empresas varejistas deva permanecer desafiador no curto prazo, a consolidação do e-commerce em 2021 tornou o setor muito mais estruturado e atento às novas tendências e exigências do consumidor. O atual cliente visa uma experiência de compra satisfatória e memorável, por isso as marcas que investirem em canais omnichannel, pós-venda e live commerces, estarão à frente da concorrência e terão mais chances de fidelizá-lo em um ano tão atípico.

Desafios e oportunidades não faltarão para o e-commerce. A digitalização do varejo, aliada à disputa pela entrega mais rápida e mais barata, farão toda a diferença nos próximos meses.

Jefferson Araújo é CEO da Showkase, plataforma inovadora de Social Commerce que transforma vendedores em consultores e possibilita as empresas a terem uma melhor relação com seus clientes no processo de venda e satisfação.

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PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação. 

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André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.

A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.

A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.

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A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.

Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.

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A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.

André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).

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