Saúde mental e Covid-19. A face oculta da pandemia

Dados da OMS mostram que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas em todo o mundo. Neurocientista explica como este pode ser um fator determinante para o aumento dos casos de morte por Coronavírus no país.
O noticiário brasileiro está repleto de informações sobre o número de infectados e mortos pelo Covid-19. Os números crescentes assustam enquanto as medidas paliativas de tratamento são amplamente divulgadas e todos aguardam pela chegada da vacina ou de um tratamento realmente eficaz contra esta doença. No entanto, ao mesmo tempo que as taxas crescem e sem a perspectiva de queda desses números, e ao contrário do uso de terapias questionáveis como a ozonoterapia ou o uso de fármacos como a hidroxicloroquina ou a ivermectina, pouco é falado de um assunto importante que pode ser um fator grande importância para a elevação dos dados: a saúde mental do brasileiro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019 o Brasil foi o país com o maior de número de pessoas que sofrem com a ansiedade em todo o mundo. E agora, viver este período de incertezas, quarentena e isolamento certamente traz uma série de sintomas que valem a pena destacar: ansioso, raiva, doente, deprimido, estressado, insatisfação ou tristeza diante de tantos desafios que tomaram conta de nossas vidas durante este ano. Tais fatores podem aumentar os riscos de morte pelo Coronavírus.
De acordo com o neurocientista, neuropsicólogo, psicanalista, nutricionista e filósofo Fabiano de Abreu, a ansiedade deve ser levada a sério neste período de pandemia, e com ela afetando o corpo, pode trazer riscos como aqueles tão divulgados diariamente: “A ansiedade é um mecanismo de fuga natural no ser humano, estamos em um momento de incertezas e esse receio/medo potencializa a ansiedade. Se em 2019 já fomos apontados como o país com o maior número de ansiosos em todo o mundo, imagina nos dias de hoje o quanto este número já deve ter aumentado ainda mais? A ansiedade está relacionada ao estresse já que ela é a pulsão para sairmos daquela situação e quando não há solução, a falta, potencializa a ansiedade aumentando o estresse e baixando assim a imunidade”. Além disso, Fabiano destaca que “uma má alimentação devido ao pouco tempo que temos para dispensar conosco mesmo e a vida atribulada que temos, associados aos problemas do cotidiano e adicionando o momento que vivemos, entendo então que os brasileiros são o povo com maior risco em relação a esta perigosa doença”.
É fundamental que a ansiedade seja diagnosticada e tratada a tempo hábil, pois caso contrário pode trazer uma série de prejuízos para a saúde mental e física da pessoa: “A ansiedade pode levar à síndrome do pânico, fobias, transtornos, síndromes, mutismo seletivo, estresse e depressão”, explica o neurocientista.
A sociedade vive um tempo difícil, diferente de tudo que já passou até hoje, mas é preciso cuidar bem da mente, afinal, em meios a tantas incertezas uma questão é certa assim como o velho ditado: “mente sã, corpo são”. A saúde mental agradece, e a do corpo também.
Como lidar com a ansiedade – alguns pontos para controlar
• Falta de metas de curto e longo prazo elevam a ansiedade e levam à depressão. É importante criar não só metas de longo prazo, mas as de curto prazo. Principalmente quem sofre de ansiedade;
• Respiração, procurar respirar fundo quando sente-se ansioso;
• Nosso tipo de pensamento é responsável pelas diversidades mentais negativas. O pensamento desencadeia uma ação no sentimento. Precisamos pensar positivo e buscar ações positivas;
• Meditação é um bom relaxamento quando consegue praticá-lo devidamente, não pensando em nada negativo ou que leve à ansiedade;
• Auto intoxicação comportamental, onde seus pensamentos desregulam os hormônios neurotransmissores trazendo desequilíbrio. Mudança de hábito é essencial;
• Uma neuroplasticidade cerebral criando novas conexões através da leitura, exercícios físicos e mudança de hábitos;
• Uma alimentação que supra nossas necessidades e regule a microbiota intestinal para que reações não atrapalhes o bem estar e não levem a uma ansiedade;
Dr. Fabiano de Abreu é neurocientista, neuropsicólogo, neuropsicanalista, psicanalista, psicopedagogo, nutricionista clínico, especialista em riscos psicossociais, psicologia positiva, neuroplasticista, filósofo, escritor e jornalista.
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SAÚDE
Ministro Alexandre Padilha recebe familiares de vítimas da Covid-19

Nesta terça-feira (11), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu em seu gabinete representantes de associações e familiares de vítimas que entraram para as estatísticas de milhares de vidas perdidas durante a pandemia de Covid-19. “Resiliência é a palavra que utilizo para resumir este encontro hoje. O enfrentamento à Covid-19, seja dos trabalhadores ou das famílias, é uma prova enorme de resiliência. Resiliência do SUS, do povo brasileiro, da ciência”, afirmou o ministro, reforçando que articula a criação de um Grupo de Trabalho – coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente – para propor um modelo de estrutura para que cada estado possa enfrentar melhor situações de surtos, epidemias, endemias e os impactos das mudanças climáticas.
Há exatos cinco anos, o diretor da OMS, Tedros Adhanom, declarou que os países deveriam adotar uma estratégia integral e combinada para prevenir infecções, salvar vidas e minimizar o impacto da pandemia. Na época, o Brasil não adotou os mecanismos sugeridos pela OMS, vindo o país a registrar mais de 700 mil óbitos.
Na reunião com o ministro Padilha, participaram a Sociedade Brasileira de Bioética (SBB), a Associação de Vítimas da Covid-19 (Avico); a Associação Vida e Justiça; o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES); a Coalização Nacional Orfandade e Direitos; a Fiocruz; o Instituto Questão de Ciência; a atual presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernanda Magano e o presidente do CNS durante a pandemia, Fernando Pigatto. “É importante que a gente tenha, no Brasil, uma política de estado mais estável”, defendeu a nova secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão.
O dia 11 de março é doloroso para Izabela Lopes Jamar, que perdeu a mãe para a Covid-19. “Quero justiça e que pessoas sejam responsabilizadas pelos crimes de saúde pública e pela divulgação de fake news que cometeram”, afirmou.
Kátia Castilho perdeu a mãe e o pai por Covid-19. A mãe, segundo ela, foi vítima de uma empresa acusada de promover tratamentos para a doença sem eficácia comprovada. “Março e abril foram os meses que perdi meus pais. A gente precisa que o Ministério da Saúde olhe mais para nós. Não podemos ser esquecidos”, declarou.
A advogada Bruna Morato depôs na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. “O que me traz aqui são dois sentimentos: esperança e indignação. A minha resistência está relacionada à rede apoio a esses parentes e associações”, disse, solicitando ao Ministério da Saúde ampliação do apoio na assistência aos familiares das vítimas.
A presidente da Associação de Vítimas e Familiares da Covid-19, Paola Falceta, defendeu a criação de uma política de saúde mental com linha de cuidado para familiares órfãos como método de preparo para os sistemas de saúde em caso de novas pandemias. “Grande parte da população utiliza o SUS e, provavelmente, teremos outras pandemias. Quanto antes tivermos protocolos, melhor”, defendeu.
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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