Pesquisa detalha distribuição dos subtipos do HIV no Brasil

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Entender como atuam os subtipos do vírus da Aids, o HIV, entre os brasileiros é um dos objetivos de um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade do Minho (UMinho), em Portugal. A primeira etapa do projeto confirmou dados da literatura científica que apontam uma concentração do subtipo C na Região Sul do país, enquanto o tipo B é mais disseminado nas demais regiões do país.

O professor Bernardino Geraldo Alves Souto, do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar, que desenvolve a pesquisa no pós-doutorado, explica que a hipótese para essa distribuição geográfica é que o subtipo C tem afinidades por determinadas células do corpo humano que são diferentes daquelas observadas no subtipo B.

“Tem locais que, do ponto de visto sociocomportamental, a maior parte das infecções por HIV é transmitida por via anal, provavelmente nessas áreas prevalece o subtipo B. Aquelas em que a transmissão é mais por via vaginal prevalece o subtipo C. Não é só isso, mas um conjunto de eventos socioculturais e comportamentais, que relacionados com características genéticas do vírus, determina certa afinidade do vírus por determinadas células humanas”, explicou Souto.

Existem dois tipos de HIV, 1 e 2. O mais prevalente no Brasil é o tipo 1, o qual tem nove subtipos. “São pequenas variações genéticas que existem dentro da mesma espécie viral que faz com que eles possam ter pequenas características que diferenciem um do outro”, aponta o pesquisador. Os subtipos B e C respondem por cerca de 80% dos casos no país.

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Transmissão

Souto disse que todos os subtipos do HIV são transmitidos do mesmo jeito – relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, aleitamento materno, gravidez e parto. Entre essas vias, no entanto, algumas transmitem mais facilmente um subtipo do que outro. Isso se deve a características biológicas de base genética que são particulares a cada subtipo, ainda pouco esclarecidas.

O pesquisador aponta que o detalhamento desses dados permite, por exemplo, identificar prevalências de subtipos do HIV e definir melhor as políticas de prevenção e tratamento. “Existe uma política nacional de controle do HIV, de excelente qualidade, não há o que se discutir, mas quando a gente descobre que existem questões regionais que são específicas, pode ser que a gente tenha que pegar esses protocolos nacionais, que são padronizados, e fazer algumas adaptações e otimizar as abordagens preventivas e terapêuticas”, disse.

 

Pesquisa

O estudo propõe estabelecer a epidemiologia, a filogenia e a filogeografia dos subtipos do HIV que circulam no Brasil. A epidemiologia avaliou como o vírus se distribui no território nacional, se afeta mais homens, mulheres, pessoas com maior ou menor grau de escolaridade, como os indivíduos contraíram o HIV, entre outros aspectos. A filogenia estudou as características genéticas do HIV de milhares de pessoas para entender os ancestrais desses vírus e suas origens, quando chegaram ao Brasil e qual a relação genética que há entre os diversos subtipos do HIV que estão no país.

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A filogeografia busca entender de que lugar do mundo vieram os subtipos do vírus que circulam no Brasil, como eles circulam por aqui e para qual lugar do mundo os vírus “nacionais” estão indo. “A gente já tem informações a respeito da origem do vírus do subtipo C, que é africano e se instalou no Sul do país e está tendo dificuldade de circular fora da Região Sul. Essa é uma versão preliminar dos nossos achados, estamos aprofundando isso para ter compreensão melhor”, disse Souto.

 

Dados

De acordo com o Programa das Nações Unidas sobre o HIV (Unaids), em 2019, há 37,9 milhões de pessoas infectadas com o vírus no mundo, dos quais 23,3 milhões têm acesso à terapia antirretroviral. Do total de infectados no mundo, 36,2 milhões são adultos e 1,7 milhão são crianças e jovens com menos de 15 anos.

No Brasil, o último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, divulgado em 2018, mostra que, entre 2007 e 2018, foram notificados, pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 247.795 casos de Aids (68,6% em homens e 31,4% em mulheres).

O Brasil teve uma média de 40 mil novos casos da doença nos últimos cinco anos, com maior concentração nas regiões Sudeste e Sul.

Agência Brasil

 

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CIDADES

Em Goiás, jogador de 14 anos morre após passar mal enquanto jogava bola com amigos

Zequinha deu seus primeiros passos com a bola aos 6 anos, quando jogava futsal. Atualmente, treinava como ponta-direita no G2 Futebol Clube, de Goiânia. Ele era o irmão mais velho entre os três filhos da família.

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Ezequiel Sena Neres, o Zequinha tinha 14 anos. Fotos: Redes Sociais

Um jogador de futebol identificado como Ezequiel Sena Neres, o Zequinha de 14 anos, morreu após passar mal enquanto jogava bola com amigos, em Goiânia. Ele treinava profissionalmente e chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu, informou o pai do adolescente Dione Neres.

O caso aconteceu no último sábado (8), em um condomínio próximo da saída para Senador Canedo. Conforme Dione, o seu filho estava jogando com amigos da igreja que frequenta, quando passou mal. O pai contou que rapidamente levou o filho até um hospital pediátrico, onde foi atendido.

“Ele chegou bem fraco no hospital. Os médicos tentaram restabelecer ele, mas não conseguiram. Ele tinha todos os exames, sendo apto para a atividade”, acrescentou Dione.

Conforme informações da família, o atestado de óbito diz que a causa da morte deverá ser esclarecida por exames complementares.

Orgulho

Zequinha deu seus primeiros passos com a bola aos 6 anos, quando jogava futsal. Atualmente, treinava como ponta-direita no G2 Futebol Clube, de Goiânia. Ele era o irmão mais velho entre os três filhos da família. “Menino de ouro. Craque. Inteligente”, elogiou o Dione.

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“Meu garoto de ouro tinha sonho de ser empresário, queria ser bem-sucedido na vida. O desejo dele era já parar de jogar esse ano e focar em estudos. Queria ir morar sozinho cedo”, descreveu o pai.

O clube lamentou a morte do atleta nas redes sociais. “É com muita tristeza que comunicamos o falecimento do nosso atleta Ezequiel (conhecido como Zequinha). Que Deus te receba com sua alegria. Nossos sentimentos a toda sua família, e pedimos que Deus os conforte nesse momento tão difícil. Família G2 em luto”, disse em nota.

O corpo de Ezequiel foi sepultado nesta segunda-feira (10), no Cemitério Parque de Goiânia.

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