Opinião

Utilize ferramentas de gestão para alavancar o crescimento da sua empresa

Uma gestão baseada em OKRs olha para cada indivíduo e área da empresa como elementos que compõem o todo, o que ajuda a criar um sentimento de unidade e colaboração. Cada um dos colaboradores deve compreender a importância do seu papel dentro do modelo de negócio. Entender isso é fundamental para o sucesso da companhia de forma geral.

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Pedro Signorelli é especialista em gestão

As ferramentas de gestão estão disponíveis para serem utilizadas por qualquer um. Porém, para que seu uso dê certo, é preciso ter um conhecimento prévio de como fazer a implementação e, principalmente, de como utilizá-las da maneira correta. Recentemente, o que mais vejo são boas ferramentas não sendo aproveitadas por falta de entendimento.

Isso acontece com os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, que são muito mais que uma metodologia, são uma espécie de filosofia de gestão que propõe maximizar resultados no curto prazo, através da transparência, foco e colaboração, para empresas de diferentes tamanhos, tipos e segmentos.

A ferramenta possibilita que a organização desenvolva capacidade maior de se adaptar às mudanças do mercado, e também passe a ter uma direção clara e parâmetros mensuráveis para a conquista dos objetivos. Muito mais do que propor uma gestão eficiente, os OKRs estão ajudando empresas em seus processos de transformação.

Várias empresas já utilizam os OKRs, no entanto, me pergunto se estão fazendo isso de forma correta na prática. A implementação da ferramenta é bem mais complexa do que se imagina, não passando simplesmente pela implementação de técnicas e processos, mas se baseando também em um terceiro pilar, que é a mudança de mentalidade.

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Quando fazemos a implementação de OKRs em empresas, é importante termos em mente que é necessária uma mudança de mentalidade do time, que estava acostumado com uma maneira de trabalhar (hábitos, práticas, processos), mas que não se adequa mais ao mundo em que estamos vivendo hoje.

Cada empresa ou negócio tem particularidades, que devem ser aprimoradas para alcançar bons resultados com o uso da ferramenta. É por isso que, com a experiência adquirida, podemos acelerar a curva de aprendizagem, o que economiza tempo e agiliza o processo. A implementação de OKRs de forma incompleta pode torná-los obsoletos rapidamente.

Uma gestão baseada em OKRs olha para cada indivíduo e área da empresa como elementos que compõem o todo, o que ajuda a criar um sentimento de unidade e colaboração. Cada um dos colaboradores deve compreender a importância do seu papel dentro do modelo de negócio. Entender isso é fundamental para o sucesso da companhia de forma geral.

Além desse ponto, a ferramenta permite que sejam feitos ajustes constantes no plano de execução da estratégia, que é possível graças aos ciclos mais curtos de planejamento, geralmente de três meses. Isso dá uma maior tração para as mudanças necessárias na organização, permitindo assim eventuais correções de rota de forma mais rápida.

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Neste sentido, o uso de um modelo de gestão com OKRs vai fazer com que a empresa seja mais eficaz em atingir seus objetivos, tendo colaboradores mais engajados e felizes, mas acima de tudo, vai proporcionar uma mudança cultural de crescimento constante muito importante para o seu negócio. Não por acaso, a ferramenta é usada por companhias globais como Google, Twitter, LinkedIn, Conta Azul, GoPro, Eventbrite, dentre outras.

Pedro Signorelli é especialista em gestão

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ARTIGO

PEC 6X1: oportunidade para o debate franco acerca da legislação trabalhista

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação. 

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André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; Mestre em Economia Política.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6X1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tem como objetivo a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, mantendo os salários e reorganizando a carga semanal em até quatro dias. Essa proposta vem ao encontro de tendências globais, onde o debate sobre a jornada de trabalho e sua adaptação aos novos tempos — especialmente com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial — tem ganhado força.

A PEC 6×1, inspirada pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), pode ser vista como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o sistema trabalhista brasileiro e suas limitações, tanto para trabalhadores quanto para empregadores.

A questão da jornada de trabalho reduzida é sustentada por um contexto de aumento da produtividade, impulsionado pelas inovações tecnológicas. Essas inovações permitiram que, em alguns setores, menos horas de trabalho resultassem em níveis de produção iguais ou superiores aos modelos tradicionais. No entanto, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho não se limita aos ganhos de produtividade. Ela também envolve uma série de outros fatores, como qualidade de vida, saúde mental, e até mesmo a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Em termos práticos, a PEC 6X1 procura responder à demanda por uma jornada de trabalho que promova o bem-estar dos trabalhadores sem sacrificar o desempenho econômico. Entretanto, há obstáculos no que diz respeito à aplicabilidade da medida no contexto brasileiro. O arcabouço jurídico trabalhista do país, com regulamentações amplas, visa proteger o trabalhador, mas frequentemente é apontado como um fator que engessa a iniciativa privada e dificulta a criação de empregos.

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A complexidade e os custos associados ao cumprimento das leis trabalhistas brasileiras muitas vezes desestimulam empresários, especialmente os pequenos e médios, de contratar formalmente. O excesso regulatório pode ser, em parte, responsável pela baixa produtividade e pela informalidade ainda presente no mercado de trabalho brasileiro.

Além disso, o Brasil já enfrenta desafios específicos em relação ao mercado de trabalho, como a escassez de mão de obra em algumas regiões e o aumento da informalidade. Há também uma pressão social crescente para ajustar programas de assistência, como o Bolsa Família, para que realmente sirvam como apoio temporário, incentivando a entrada no mercado de trabalho. Isso alinha-se à célebre frase do ex-presidente americano Ronald Reagan, para quem “o melhor programa social é o emprego”. Nesse sentido, um mercado de trabalho desburocratizado e uma política de assistência social orientada para a autonomia individual poderiam ser fundamentais para garantir uma economia mais forte e inclusiva.

A baixa produtividade nacional está também associada a uma qualidade educacional deficiente, fator que dificulta a implementação de uma jornada reduzida sem impacto negativo na produção. O recente relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho destaca que, para competir em um mercado global, é necessário cultivar habilidades de criatividade, autoaprendizado e flexibilidade. O Brasil, com uma educação pública ainda deficiente, precisaria investir significativamente nesses aspectos para que seus trabalhadores pudessem se beneficiar plenamente de uma jornada reduzida e competir em uma economia mundial em transformação.

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A PEC 6X1, assim, abre uma oportunidade rara para rever os princípios que sustentam o sistema trabalhista brasileiro e questionar se esse modelo atende às necessidades contemporâneas de um mundo em rápida mudança. Trata-se de uma chance para empreender uma reforma que, ao mesmo tempo que preserva a dignidade dos trabalhadores, valorize a iniciativa privada e encoraje a criação de empregos de qualidade. Como se diz, “quando o cavalo selado passa, é hora de pular e aproveitar a chance”.

André Naves é Defensor Público Federal formado em Direito pela USP; especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social; mestre em Economia Política pela PUC/SP; cientista político pela Hillsdale College; doutor em Economia pela Princeton University; escritor e professor (Instagram: @andrenaves.def).

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