Davi Teixeira (RJ). Foto: Anthony Macedo / CBSurf.
PORTO DE GALINHAS, Ipojuca / PE – O carioca Davi Teixeira, o Davizinho Radical, se destacou na abertura do Campeonato Brasileiro de Parasurf 2025 em Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco. O tricampeão mundial e tri brasileiro também da categoria PS-Prone 2, fez os recordes do primeiro dia nas ondas da Praia do Borete, em Porto de Galinhas. O evento mais especial da Confederação Brasileira de Surf, está sendo disputado por 52 atletas com deficiência de 10 estados do país. Os 35 participantes das 9 categorias seletivas para o Mundial de Parasurf da ISA (International Surfing Association), competiram nas 14 baterias da sexta-feira.
Além de Davi Teixeira, que estreou somando notas 7,93 e 7,83 no imbatível placar de 15,43 pontos, também começaram muito bem no Campeonato Brasileiro de Parasurf 2025, os catarinenses Luciano Nem na categoria PS-S3 dos atletas com comprometimento em membro inferior acima do joelho que surfam em pé e os deficientes visuais Figue Diel e Ingrid Medina, que fez os recordes femininos. Apenas os 17 participantes das 4 categorias inclusivas da Confederação Brasileira de Surf, que não fazem parte do Mundial da ISA, não competiram no primeiro dia. Elas vão abrir o sábado, a partir das 8h00, ao vivo no CBSurf.org.br pelo canal CBSurfPLAY no YouTube.
O recordista absoluto da sexta-feira, Davi Teixeira, integra a maior delegação estadual na Praia do Borete. O Rio de Janeiro está participando com 12 atletas nesta terceira edição do Campeonato Brasileiro de Parasurf em Ipojuca, formando maioria com 9 surfistas nas categorias masculinas e 3 mulheres. O segundo maior pelotão é de Santa Catarina, com 6 homens e maioria de 5 competidoras nas categorias femininas. Depois tem São Paulo e Pernambuco com 7 participantes cada, Rio Grande do Norte com 4, Bahia e Ceará com 3, Rio Grande do Sul e Paraíba com 2 e Espírito Santo com 1.
A sexta-feira começou com uma cerimônia especial de abertura do Campeonato Brasileiro de Parasurf 2025, contando com a presença do prefeito do Ipojuca, Carlos Santana, outras autoridades do município, patrocinadores e atletas. O presidente da Confederação Brasileira de Surf, Teco Padaratz, fez um discurso emocionante, antes do hasteamento da Bandeira do Brasil ao som do Hino Nacional. Em seguida foi iniciada a competição e o Davizinho Radical fez os recordes do dia logo na terceira bateria a entrar no mar difícil na Praia do Borete, com ondas de 3-4 pés e forte correnteza.

OS RECORDES DA SEXTA-FEIRA FORAM REGISTRADOS NO INÍCIO DO DIA
O carioca é tricampeão brasileiro e tem três títulos mundiais, em 2016, 2022 e 2023, na categoria PS-Prone 2, dos atletas que surfam deitados de bruços e precisam de assistência para remar e subir na prancha. Davi Teixeirajá começou muito bem, atacando uma boa onda com batidas e rasgadas que valeram 7,50. Depois, surfou outra melhor ainda, para somar 7,93 na vitória por 15,43 pontos. Em segundo lugar ficou o paulista Robson de Souzacom 7,50 nas duas notas computadas. Ele superou outros dois surfistas do Rio de Janeiro, Marcos Heringer com 4,30 e Gabriel Santos com 2,30.
“Foi irado. Teve boas ondas, apesar de bastante correnteza também, ficando difícil de se posicionar, mas consegui pegar duas ondas boas pra vencer a bateria”, disse Davi Teixeira, o Davizinho Radical. “Foi bem divertido e eu sempre, em todas as baterias, procuro começar com a maior nota possível. Eu faço um trabalho mental muito bom, porque o surf é um esporte que exige muita concentração, para estar no controle de fazer a manobra certa e não cair, então estou ali pronto pra extrair o máximo da onda. Hoje eu sou tricampeão mundial e to preparado, treinando muito, pra vencer essa etapa pra ser tetracampeão brasileiro e, se Deus quiser, tetracampeão mundial também esse ano”.

CADA ATLETA COMPETE DUAS VEZES E TODOS OS PONTOS SÃO SOMADOS
No Campeonato Brasileiro de Parasurf, os participantes competem duas vezes e os pontos das duas notas computadas em cada bateria, são somados para decidir o título brasileiro e as colocações no ranking final de 2025. O carioca Davi Teixeira vai voltar a enfrentar os seus conterrâneos Marcos Heringer, Gabriel Santos e o paulista Robson Jerônimo de Souza na Praia do Borete, mas já abriu uma grande vantagem para conseguir o tetracampeonato brasileiro e a vaga para o Mundial da ISA, que será disputado de 2 a 7 de novembro em Oceanside, na Califórnia, Estados Unidos.
Quem chegou mais perto dos recordes do Davizinho foi o catarinense Luciano “Nem” Silveira, campeão mundial de 2024 da categoria PS-S3, dos atletas com deficiência em membro inferior acima do joelho que surfam em pé. O surfista da Praia da Joaquina, também começou forte com nota 6,17 e selou a vitória por 14,00 pontos, com o 7,83 que recebeu na última onda que pegou na bateria. O cearense Stenio Costa ficou em segundo com 7,67 pontos nas duas notas, com o potiguar Markoff Nunes em terceiro com 4,43 e o gaúcho Claudio Buckowski em quarto com 3,47 pontos.

MAIS DOIS CAMPEÕES MUNDIAIS SE DESTACAM NO PRIMEIRO DIA
“Foi emoção pura essa primeira bateria pra quebrar o gelo e se conectar com o mar. É aquela magia que todo surfista espera né, começar bem o campeonato, mas não tem nada garantido ainda”, disse Luciano Nem. “Eu quero agradecer meus patrocinadores, a galera que me apoia, fizeram uma vaquinha pra chegar aqui e é uma honra muito grande representar Floripa, a ASJ (Associação de Surf da Joaquina), agora é foco no mundial. Quero tentar conseguir esse título de novo, se Deus quiser, o bicampeonato. Amanhã tem mais e bora, beijo no coração de todos vocês, emoção pura”.
Quem também se destacou no primeiro dia do Campeonato de Parasurf da Confederação Brasileira de Surf, foi outro catarinense, Figue Diel da categoria PS-VI 1, dos atletas com deficiência visual total. Ele não teve nenhum adversário na bateria em Ipojuca e fez o terceiro maior placar do dia, 12,67 pontos com notas 7,00 e 5,67. Ele então já garantiu o tetracampeonato brasileiro e vai em busca do tetra mundial na ISA também esse ano na Califórnia. Figue Diel confirmou o tri no ano passado, depois do bicampeonato consecutivo em 2021 e 2022.
“O mar aqui tem uma pressão, uma energia forte também, mas consegui pegar duas ondas boas e fazer uma boa média. Tem que ir se acostumando, porque as ondas aqui são bem diferentes lá do Sul, mas a gente vai se adaptando em qualquer condição né”, disse Figue Diel, que falou sobre sua preparação. “Eu sou professor de Ioga lá na Praia Brava (em Balneário Camboriú), então diariamente eu pratico Ioga, pego onda umas 3 a 4 vezes por semana e treino musculação e natação numa academia que me apoia. É aquela rotina de atleta, já to com 52 anos, então a gente procura manter nossa alimentação mais saudável possível, pra conseguir esticar essa performance. Agora já estou atrás do meu quarto título brasileiro e vou pra Califórnia buscar o quarto também”.

MELHOR APRESENTAÇÃO DAS CATEGORIAS FEMININAS NA SEXTA-FEIRA
Nas categorias femininas, uma competidora de Santa Catarina também, se destacou com os recordes das mulheres no primeiro dia do Campeonato Brasileiro de Parasurf 2025. Assim como Figue Diel, Ingrid Medina também tem deficiência visual total e compete na categoria PS-VI 1. Ingrid igualmente não tem adversária em Pernambuco e já garantiu o bicampeonato brasileiro consecutivo na Confederação Brasileira de Surf. Ela igualou a nota 5,00 da também catarinense Maryele Cardoso na categoria PS-S2, mas aumentou o maior placar feminino do dia de 8,17 para 9,00 pontos.
“O mar está bem desafiador, bastante correnteza, tá bem forte, um pouco difícil”, analisou Ingrid Medina, que não tem parentesco com a família do tricampeão mundial, Gabriel Medina. “Depois de um tempo no mar, eu consegui me achar, respirei bastante e deu pra pegar umas ondas boas no outside. Eu quero agradecer todos os voluntários do Surf Sem Fronteiras, que são a minha rede de apoio no surf. E quero pedir para todos vocês acompanharem os atletas que estão aqui. Tem uma galera de Santa Catarina, muita gente, estamos aqui representando o estado, então assistam, acompanhem, deem apoio pro Parasurf e é isso, conto com vocês”.

CATEGORIAS INCLUSIVAS DA CBSURF ABREM O SÁBADO EM IPOJUCA
Ingrid Medina, bem como todos que competiram na sexta-feira, voltam a se apresentar nas ondas da Praia do Borete neste sábado. Isto depois da estreia dos 17 participantes das categorias inclusivas da Confederação Brasileira de Surf que não fazem parte do Mundial da ISA e vão abrir o segundo dia do Campeonato Brasileiro de Parasurf 2025 em Porto de Galinhas. As categorias são a “Baixa Estatura” que tem a família pernambucana do bicampeão mundial Roberto Pino e seu filho e filha, a “Down” para atletas com Síndrome de Down, a “Autismo” e a “Surdo” para atletas com deficiência auditiva.
O JISK apresenta Campeonato Brasileiro de Parasurf é uma realização da Confederação Brasileira de Surf com patrocínio da Prefeitura Municipal do Ipojuca através da Secretaria Especial de Esportes, do Governo do Estado de Pernambuco pela Secretaria de Esportes e do Ministério do Esporte do Governo Federal e tem apoio da UNINASSAU, Federação Pernambucana de Surf, Monster Energy, Rodas da Liberdade, Surfland Brasil, parafinas Fu-Wax, Pousada Maresia e Atual Proteção Veicular.
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Assessoria de Comunicação do Ministério do Esporte, com informações da Assessoria de Imprensa da CBSurf
Fonte: Ministério do Esporte