A minha feiosa Zündapp KS 100

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Zundapp
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Minha Zündapp KS 100 no quintal de casa

Todo mundo lembra sua primeira vez. Ou, pelo menos, deveria. E se foi uma boa experiência, certamente essa primeira vez estará marcada como uma boa lembrança pessoal.

A minha primeira vez em uma motocicleta, pilotando, não foi com a minha primeira moto. Meu pai tinha várias delas em casa e, às vezes, ele me deixava pilotar uma ou outra, preferencialmente as menores. Ele tinha na garagem uma enorme e ameaçadora HRD Vincent 1000 1951 , a verdadeira viúva negra, mas essa eu nem me atreveria.

Buggy
Acervo pessoal

Esse era meu buguinho, também no quintal de casa e sempre com um amigo

Como acontece hoje, os motociclistas dos anos 60 também eram unidos, saíam juntos e curtiam suas motos. E o quintal da minha casa estava sempre cheio de motos, pois meu pai também tinha muitos amigos motociclistas. Eram as motos dele, as que ele testava para a revista e as dos amigos, que às vezes ficavam por lá.

Um de seus amigos, que merece uma homenagem especial por ter sido um cara tão legal para um moleque de dez anos de idade, sempre me emprestava sua moto para uma voltinha. Ele era o Jaime Alcyr Maluf, bem mais jovem que meu pai, e sua moto era uma estranha Zündapp KS 100 1969 , zero km, que ele havia comprado, se não me engano, lá no Luiz Latorre.

Falando em primeira vez, foi exatamente com essa motocicleta emprestada que tomei meu primeiro tombo. Mas foi apenas um joelho ralado e um pouco de vergonha, por ter sido um tombo tão besta.

Catálogo brasileiro da Zündapp KS 100
Divulgação

Catálogo brasileiro da Zündapp KS 100

Um dia, a motocicleta do Jaime apareceu na garagem e não saiu mais. Não me lembro qual foi a motocicleta que entrou no negócio, mas aquela feiosa Zündapp estava de casa nova. Pouco tempo depois, infelizmente, chegou a notícia que meu amigo Jaime havia falecido. Não, não foi com motocicleta.

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Até então, ainda nem adolescente eu era, e minha principal diversão era um buguinho da AVL, Alexandre Veículos Ltda., que eu passava a mão depois da escola e só voltava pra casa pouco antes de anoitecer. Sempre levava um amigo e um galão de gasolina, pois o tanque do mini-buggy era muito pequeno ele gastava muito. É que eu havia trocado o xôxo motor estacionário Montgomery por um motor dois tempos de Lambretta, um Pasco de 175 cm3, muito forte e gastão.

Zundapp
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Esta é a minha Zündapp KS 100, que achei à venda recentemente, incompleta

Circulando pelo bairro com aquele objeto de desejo de qualquer menino da minha idade, eu passava por vários grupinhos de adolescentes em suas motos. E eu de buguinho. Não deu outra. Deixei aquele veículo de criança em casa e passei a roubar a Zündapp, só para poder conhecer aqueles jovens motociclistas. Eu, então, não era mais criança.

O resto da história da Zündapp eu já contei aqui em algumas ocasiões, acabei trocando por uma motocicleta moderna, mas isso faz parte da segunda parte desta crônica, cuja protagonista será a minha bela e nova motocicleta.

Anüncio alemão da Zündapp KS 100
Divulgação

Anüncio alemão da Zündapp KS 100

Por enquanto, vamos conhecer um pouco a história dessa interessante e desconhecida Zündapp. De origem alemã, o nome é uma junção de Zünder, que significa ignição, ou detonação, e Apparatebau, que significa, mais ou menos, máquina, mecanismo ou instrumento. A Zündapp foi fundada em Nuremberg, Alemanha, em 1917, justamente com o nome “Zünder und Apparatebau”, fabricando armas para a primeira guerra mundial. Em outras palavras, eles produziam mecanismos de detonação, ou seja, bombas.

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Com o fim da guerra, a então Zündapp passou a fabricar motocicletas , a partir de 1921. O primeiro modelo foi a bicicleta motorizada Z22 e a primeira motocicleta chegou em 1933, a K500, com nítidas características de sua conterrânea BMW: motor bicilíndrico boxer e transmissão final por eixo-cardã.

Catálogo alemão da Zündapp KS 100
Divulgação

Catálogo alemão da Zündapp KS 100

Durante a segunda guerra mundial, a Zündapp  produziu a K750, cujo side-car tinha roda motriz, e a K800, que tinha motor boxer de quatro cilindros. As Zündapp eram, até então, grandes e robustas motocicletas.

A partir de 1951, a Zündapp passou a produzir apenas motocicletas leves, mopeds (algo como os atuais scooteres) e, ao fim da década, um micro-car chamado Janus. Com suas motocicletas, a marca fez sucesso em competições de motocross.

A Zündapp KS 100, assim como a K50, chegou no fim dos anos 60 e representava, para a marca, a modernidade, o que foi facilmente contestado pela real modernidade das recentes motocicletas japonesas. Mesmo assim, a marca alemã se manteve até 1984, quando a produção e os planos da empresa foram absorvidos pela chinesa Xunda, de Tianjin, que manteve o nome até 1990. Desde que foi comprada pela Honda, a empresa ainda produz veículos com a tecnologia de quatro tempos da marca japonesa. A portuguesa Famel também montou e vendeu suas motocicletas com a marca Zündapp durante os anos 80.

Zundapp
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Zündapp KS 100 portuguesa, produzida nos anos 80 pela Famel

Atualmente, a Zündapp KS é um bom objeto de coleção para quem, como eu, tem uma história com a marca. Mas não é para qualquer um. Tanto é que, recentemente, eu encontrei à venda a minha própria Zündapp, só que com muitos componentes faltando.

A Zündapp KS era feia e desengonçada, porém competente. Seu motor dois tempos de 98 cm3 e potência de 10 cv dava “pau” facinho nas japonesas dos meus colegas, e ainda assim eu era infiel, pois circulava com ela pensando nas outras. Mas isso já é história para a próxima semana.

Fonte: IG CARROS

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Fomos à Serra Gaúcha conferir um Rally de motonetas clássicas

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Ainda bem cedo, os competidores se dirigem à largada. A temperatura esteve próxima do zero
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Ainda bem cedo, os competidores se dirigem à largada. A temperatura esteve próxima do zero

Neste último fim de semana fui até o Rio Grande do Sul acompanhar a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica , promovido pela Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. A etapa chama-se Rally dos Vinhedos e é organizada pelo Veteran Car Club dos Vinhedos , sediado no município de Bento Gonçalves , na Serra Gaúcha.

Só o fato de estar em uma região tão bela, tão bem dotada pela natureza, já vale qualquer dificuldade em chegar, visto que fica no extremo sul do país, região que é bem conhecida pelas baixas temperaturas , especialmente no inverno. Mas é justamente isso que faz do lugar um destino tão desejado.

O Rally dos Vinhedos está comemorando sua décima edição, reunindo 129 veículos antigos e clássicos para um passeio cronometrado pelas estradas da região, passando por municípios como Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O mais interessante foi a participação de 13 intrépidos pilotos de motonetas clássicas , que enfrentaram a temperatura de quase zero grau no momento da largada.

As motonetas cruzaram alguns centros urbanos durante o percurso
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As motonetas cruzaram alguns centros urbanos durante o percurso

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E mais, diferentemente dos automóveis, que têm um piloto e um navegador, que além de lhe fornecer a velocidade ideal para cada trecho também indica o caminho a ser seguido, no scooter o piloto faz sozinho todos os trabalhos.

Claro, sendo um rally de veículos antigos , essas motonetas, que atualmente são conhecidas por scooters , são de época, de um tempo quando ainda não tinham esse apelido.

Dos 13 participantes, 11 deles pilotavam Vespa nacionais dos anos 80, que eram fabricadas em Manaus, AM, pela Piaggio . Os outros dois pilotavam Lambretta Li 150 , fabricadas nos anos 60. Vespa e Lambretta eram (e são) eternos rivais nesse segmento dos veículos de duas rodas.

Um rally de regularidade , que também pode ser chamado de passeio cronometrado, avalia a capacidade do piloto em manter as médias de velocidade pré-estabelecidas, que figuram na planilha com o roteiro. Quanto mais próximo o tempo de passagem pelos vários pontos de controle distribuídos pelo percurso, menos pontos o participante perde. No final, quem perder menos pontos, de acordo com um regulamento complexo, vence a prova.

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Entre as motonetas, o vencedor foi André Sain, de Bento Gonçalves, pilotando (e navegando) a Vespa PX 200 1986 de número 21. André teve 78 pontos perdidos nessa etapa.

O vencedor André Sain, com sua Vespa PX 200 1986
Divulgação

O vencedor André Sain, com sua Vespa PX 200 1986

Em segundo lugar chegou Daniel Orso, também de Bento Gonçalves, com a Vespa PX 200 Elestart 1987 de número 24, com 84 pontos perdidos. Em terceiro lugar ficou Rodrigo Nenini, de Garibaldi, com a Vespa PX 200 1986 de número 22, com 123 pontos perdidos.

Fonte: Carros

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