Após alta no preço da carne, aumento no consumo de ovos dispara valor do produto

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A alta recente do preço na carne bovina fez o goiano ir em busca de ovos nas prateleiras dos supermercados. No entanto, o aumento do consumo de ovos fez os preços dispararem. É a lei da oferta e da procura impactando a mesa das famílias brasileiras. A elevação no preço dos ovos deve afetar a produção de todos os produtos que levam o insumo como base. Isso significa que as compras na padaria também devem ficar mais caras. Em Goiânia, produtores de bolos, por exemplo, já começam a se preparar para o repasse do aumento no preço final do produto.

Isa Medeiros de Lima é proprietária da loja Planeta Bolo e comercializa o preferido do lanche da tarde há nove anos na Capital. “É um produto que sai muito. Todo mundo gosta de comer um bolinho com café no lanche da tarde”. A empresária produz cerca de 100 bolos por dia, e gasta 600 ovos na produção diária. Segundo Isa, o ovo teve aumento de mais de 20%. “O nosso fornecedor já avisou. A caixa que eu paguei R$ 85 hoje, vai estar R$ 105 amanhã”.

A proprietária da loja afirma que não repassa eventuais aumentos da matéria prima dos bolos desde 2017. No entanto, dessa vez o valor do seu produto deve sofrer uma pequena alteração a partir do ano que vem. “Agora não tem jeito. Sem ovo não dá para fabricar bolo. Vou ter que elevar um pouco do preço em janeiro de 2020”. Mas Isa não teme perder vendas. Ela acredita que a preferência dos goianos pelo bolo como lanche da tarde vai fazer com que as vendas continuem.

Ela ainda afirma que a alta no valor do ovo no mercado, puxado pelo preço salgado da carne, não será o único fator que motiva o ajuste no preço do bolo. “À medida que vamos nos aproximando da quaresma, a partir de janeiro, o custo do ovo também aumenta. Sempre foi assim”. A produção do alimento de origem animal diminui nesse período do ano e isso também eleva seu preço no mercado.

 

Ceia mais cara

O alto valor da carne deve deixar a ceia de Natal mais cara para todos, inclusive nos doces à base de ovos. A alta procura pelo frango e porco também elevaram os preços desses produtos nas prateleiras. Os suínos e aves também são componentes essenciais na mesa das festas de fim de ano.

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A dona de casa Anatilde Homar, que estava comprando um bolo na loja de Isa no momento da reportagem, também notou que o preço da carne suína aumentou bastante. “Está tudo muito caro. Eu fui à feira hoje e a costelinha estava R$ 29 o quilo. Quase dobrou de preço em relação à semana passada. Carne virou artigo de luxo”, lamenta.

Anatilde ainda diz que o próprio governo está estimulando aos cidadãos a consumirem ovos. “Pelo visto, minha ceia de Natal vai ser com omelete. Eu tinha pensado em ambrosia, doce-de-ovos como sobremesa. Mas com a alta do preço dos ovos também vai ficar caro”, avalia a dona de casa. Ela teme que o apetite chinês recaia sobre outros alimentos.  “Só falta o chinês começar a comer pequi também. Se isso acontecer, a gente não vai ver nem a folha do pé dele”.

 

Carne

O preço da carne brasileira na China também ficou mais salgado devido ao desabastecimento no país do oriente e deve provocar um recuo no valor, inclusive para os brasileiros. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os valores médios da carne bovina importada pela China passaram de US$ 4.600 por tonelada para US$ 5.200 por tonelada, com ápices de preço próximos aos US$ 6 mil por tonelada. 

 

Inflação pega carona em alta da carne 

Não foi só o preço do ovo que subiu junto com o aumento do valor de mercado da carne. O índice de inflação também disparou por causa do custo salgado nos açougues. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última sexta-feira (6), a inflação chegou a 0,51% em novembro.

Depois da alta do mês de outubro, que registrou elevação de 0,10%, o mês de novembro teve o maior resultado do índice desde 2015, quando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) marcou 1,01%. No acumulado de 12 meses até o mês de novembro, o IPCA ficou em 3,27%, contra alta 2,54% do mês anterior. Já no acumulado de todos os meses di ano, o índice ficou em foi de 3,12%.

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Dentro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo instituto, sete registraram alta em no último mês. Foram as despesas pessoais que subiram 1,24%, alimentação e bebidas, com alta de 0,72%, e habitação, que teve deflação de 0,61% em outubro, mas este mês, obteve alta de 0,71%. A alta mostra que a aceleração no grupo alimentação e bebidas foi motivada, principalmente, pela alta das carnes registrada em 8,09%.

Por causa da preferência em exportações da carne para a China, que elevou o preço do produto para o brasileiro, a arroba do boi teve alta de preço nas últimas semanas. O repasse já começa a chegou nas gôndolas e já afeta a mesa das famílias no país. 

Desde o fim do último ano, a China enfrenta retração da produção de suínos por causa de uma grave crise sanitária na criação de porcos, que obrigou o país a aumentar as compras externas e procurar também outras proteínas, como a bovina. O Brasil é o maior produtor de bovinos do mundo e o principal exportador de carne bovina e de frango no planeta. A crise de abastecimento de carne na China beneficiou os produtores do país, mas aumentou o preço do churrasco para os brasileiros.

Os dados do IBGE revelam que a demanda por carne na China refletiu no resultado do preço da alimentação no domicílio, que obteve deflação de 0,03% em outubro e passou para uma alta de 1,01% no último mês. No entanto, a alimentação fora do domicílio apresentou elevação de 0,21%. Com a mudança da bandeira tarifária, habitação obteve variação de 2,15%. Em setembro, a bandeira vermelha já resultava em alta do índice, enquanto a tabela amarela de cobranças foi no mês de outubro.

Em transportes, os preços dos combustíveis tiveram uma desaceleração (0,78%) quando comparados com o mês anterior (1,38%), principalmente no preço da gasolina, que teve variação de 0,42% em novembro. O preço das passagens aéreas segue decolando pelo segundo mês consecutivo e obteve alta de 4,35%. Entre os 16 locais analisados pelo instituto, a maior variação ficou para São Luís (1,05%), também por causa a alta da carne e da gasolina. O Hoje

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ECONOMIA

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

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Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

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Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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