Cepal: PIB da América Latina terá contração de 7,7% em 2020

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A taxa de crescimento da região da América Latina e Caribe deverá ser de 3,7% em 2021. No entanto, essa alta não será suficiente para recuperar os níveis de atividade econômica pré-pandemia. Em 2020, a contração da atividade econômica deverá ser de 7,7%. A recuperação do nível do produto interno bruto (PIB – soma das riquezas produzidas pelos países) anterior à crise deste ano será lenta e só será alcançada por volta do ano de 2024.
 
As informações constam no Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe 2020, divulgado hoje (16) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Segundo o documento, em um contexto de contração global, essa é a região mais atingida do mundo em desenvolvimento pela crise derivada da covid-19.
 
“A dinâmica do crescimento em 2021 está sujeita a uma alta incerteza relacionada com o risco de surtos da pandemia, da agilidade para produzir e distribuir as vacinas e da capacidade para manter os estímulos fiscais e monetários para apoiar a demanda agregada e os setores produtivos”, disse Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal.
 
Alícia acrescenta que “avançar para um crescimento sustentável e inclusivo exige uma transformação produtiva para setores ambientalmente sustentáveis, que favoreçam a geração de emprego e a inovação tecnológica”.
 
De acordo com as projeções da comissão, a América do Sul teria uma contração de 7,3% em 2020 e cresceria 3,7% em 2021; a América Central cairia 6,5% no período atual e se expandiria 3,8% no próximo ano. Já o Caribe registraria uma contração de 7,9% em 2020 e um crescimento de 4,2% em 2021.

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Problemas estruturais

A Cepal avalia que, embora os esforços fiscais e monetários realizados pelos países tenham permitido mitigar os efeitos da crise, as consequências econômicas e sociais da pandemia foram exacerbadas pelos problemas estruturais históricos da região.
 
Além disso, a região apresentava um baixo crescimento econômico, em média 0,3% no período de 2014-2019, e especificamente em 2019 uma taxa de 0,1%. “Na década anterior à pandemia, a região apresentava uma trajetória de baixo crescimento e em 2020 enfrenta uma combinação de choques negativos de oferta e demanda sem precedentes, o que se traduz na pior crise econômica dos últimos 120 anos”, divulgou a Cepal.
 
Houve ainda a necessidade de implementar políticas de confinamento, distanciamento físico e fechamento de atividades produtivas. Para a Cepal, a combinação de todos esses fatores fez com que a emergência sanitária se materializasse na pior crise econômica, social e produtiva vivida na região. A contração da atividade econômica foi acompanhada por um aumento da taxa de desocupação, que deverá ficar em torno de 10,7% em 2020, e um aumento da pobreza e da desigualdade.
 
O documento enfatiza que, para evitar que a região persista em sua dinâmica de baixo crescimento, são necessárias políticas fiscais e monetárias expansivas junto com políticas ambientais e industriais que permitam as transformações estruturais de que a região necessita e promovam um desenvolvimento sustentável.

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Propostas

A comissão avalia que há a necessidade investir na reativação e na transformação econômica e social, mediante o fomento do investimento intensivo em emprego e, de forma ambientalmente sustentável, em setores estratégicos; estender a renda básica às pessoas em situação de pobreza; conceder financiamento às micro, pequenas e médias empresas; fornecer incentivos para o desenvolvimento produtivo, revolução digital para a sustentabilidade e tecnologias limpas; e universalizar os sistemas de proteção social.
 
Além dos esforços nacionais, a recuperação vai exigir financiamento e cooperação internacional, segundo a Cepal, que enfatizou a necessidade de utilizar instrumentos como a emissão e realocação dos Direitos Especiais de Saque do Fundo Monetário Internacional (FMI) para fortalecer as reservas dos países da região e os acordos regionais, além de incluir os países de renda média vulneráveis na iniciativa de moratória da dívida do G-20.
 
Outra possibilidade citada é uma medida de alívio à carga da dívida do Caribe, juntamente à criação de um fundo de resiliência e capitalizar as instituições de crédito multilaterais, regionais e nacionais.

Matéria alterada às 19h59 para correção do título

Edição: Fábio Massalli

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ECONOMIA

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

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Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

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Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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