Opinião
Chuva e raios mentais
A lei das afinidades é clara ao se propor que os semelhantes se atraem. Cabe a cada um agora se alinhar com o afastamento do mal e a realização do bem.
Os pensamentos podem vir como as chuvas que caem sobre a terra. Alguns pensamentos vêm calmos como uma garoa leve, outros como legítimas tempestades que se destacam pela intensidade, violência e força.
Todo pensar não é em vão e sempre há o desabrochar daquilo que se imagina, pois o mundo não é de desperdícios. Assim, quem controla a qualidade dos pensamentos seleciona melhor o próprio destino.
Saber usar com prudência e bom senso a máquina mental possibilita regar de forma adequada e transformar simples campo em paraíso.
Pela consciência e ações, estaremos criando o ambiente de céu ou inferno pelo qual teremos de nos adaptar e viver. Por isso, o autocontrole da mente e dos pensamentos é essencial para que os impulsos menos nobres, de natureza agressiva sejam descartados. Por outro lado, quem se alinha no plano mental das ideias com Jesus Cristo e seus discípulos se aproxima ainda mais dos tesouros imateriais d’alma.
A lei das afinidades é clara ao se propor que os semelhantes se atraem. Cabe a cada um agora se alinhar com o afastamento do mal e a realização do bem.
Através então dos nossos pensamentos e livre arbítrio, somos recompensados ou não, ficando a responsabilidade e a maturidade das escolhas por parte de cada um. Com a escolha justa feita, resta agora o trabalho e a disciplina para que o bom tesouro venha de forma natural. O afinamento no bem não é estático, caso contrário, a inércia prevaleceria. Portanto, aprendamos a nos alinhar e a trabalhar de forma edificante para que ocorra o paraíso de Deus na terra.
Paulo Hayashi Jr. é Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp
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ARTIGO
A Septuaginta, a Hebraica e Qumran
Há outros manuscritos medievais do Antigo Testamento, o mais antigo é uma cópia do Cairo dos profetas de 895 d.C., enquanto o Codex de Aleppo, de 930 d.C., carrega o selo de aprovação do grande filósofo Maimônides, há um Codex Babilônico dos Profetas (916 d.C.) e uma cópia do Pentateuco do século X no Museu Britânico.
Desde o início da Igreja (ekkesia, comunidade, assembleia) de Jesus Cristo, as Escrituras (Antigo Testamento) utilizadas eram as da Septuaginta (LXX) na língua grega e não a Hebraica. Esta versão somente passou a ser valorizada na época de Jerônimo porque havia grandes diferenças entre as duas Bíblias e julgou-se que a Hebraica fosse original e mais correta. E essa impressão continuou até 1947, quando foram descobertos os pergaminhos do Mar Morto.
Descobri alguns livros que tratam do assunto, de autores como Emanuel Tov, James A. Sanders, Eugene Ulrich, e Ralph W. Klein (autor do livro “Textual – Crítica do Antigo Testamento. A Septuaginta depois de Qumran” e que estou estudando e repasso aqui).
A história da Septuaginta (LXX) começa com a tradução do Pentateuco em Alexandria, Egito, no século III A.C., uma vez que a comunidade judaica de lá encontrou cada vez mais dificuldade em usar o hebraico, traduziu o Pentateuco para o grego koiné para atender às necessidades litúrgicas da sinagoga, e talvez para fins apologéticos e educacionais também.
O Texto Massorético (TM) é versão hebraica do Antigo Testamento, padronizada entre os séculos VI e X d.C., pelos massoretas, usada no judaísmo rabínico e nas traduções modernas da Bíblia.
Há outros manuscritos medievais do Antigo Testamento, o mais antigo é uma cópia do Cairo dos profetas de 895 d.C., enquanto o Codex de Aleppo, de 930 d.C., carrega o selo de aprovação do grande filósofo Maimônides, há um Codex Babilônico dos Profetas (916 d.C.) e uma cópia do Pentateuco do século X no Museu Britânico.
O Pentateuco Samaritano é a versão dos primeiros cinco livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) usada pela comunidade samaritana e que rejeita o resto da Bíblia Hebraica.
A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto (250 a.C. a 68 d.C.) demonstrou que a Septuaginta mudou menos e está mais próximo do original do que os demais textos. Por exemplo, o fragmento 4QEx de Qumran confirma Ex 1,1-6 da LXX contra o Texto Massorético.
Qumran e LXX acrescentam “seu pai” depois de Jacó; TM não. Qumran e LXX leem “E todas as pessoas de Jacó”; TM lê “E todas as pessoas que saem dos lombos de Jacó”. Qumran e LXX leem “setenta e cinco”; TM lê “setenta”. Qumran e LXX leem “pessoas. E José morreu.”; TM lê pessoas. E José no Egito. E José morreu.
A variante “setenta e cinco” é a citada pelo mártir Estêvão (Atos 7,14) e é atestada por alguns manuscritos da LXX em Dt 10,22. É um cálculo baseado em Gn 46,20 da LXX, que contém os nomes de cinco descendentes adicionais de Efraim e Manassés.
Precisamos ainda analisar o Pentateuco Samaritano e o livro de Jeremias, cujo Texto Massorético mostra que foram acrescentadas 2.700 palavras a mais que a LXX e 4QJer, mas esta pequena amostra já mostrou que os Apóstolos e Padres da Igreja foram corretamente inspirados a utilizar a Palavra de Deus (em grego) que não depende de uma língua específica e que precisa estar sempre acompanhando as mudanças humanas da língua! Ou seja, precisamos da Igreja, uma que acerte nas escolhas teológicas, ou seja, siga a Septuaginta dos cristãos!
Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
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