Pandemia

Goiás foi o quinto estado com mais mortes pela Covid-19 em março

Goiás está entre os com maior taxa de óbitos pela Covid-19 no mês mais letal da pandemia até agora. Nova variante associada a baixo isolamento e colapso estão entre fatores

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No pior mês da pandemia até agora, Goiás foi a quinta Unidade da Federação (UF) com mais mortes pelo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil, proporcional ao tamanho da população. Os pesquisadores apontam a nova variante do vírus, falta de medidas eficazes de controle da disseminação do vírus e colapso do sistema de saúde como fatores que potencializaram os números trágicos em Goiás em março.

Os dados consolidados até a última segunda-feira (12) mostram que Goiás teve 3,1 mil mortes pela Covid-19 no mês passado, o que representa 43,5 óbitos a cada 100 mil habitantes. Comparando o mesmo período, a taxa de Goiás é menor apenas que as do Rio Grande do Sul (67,7), Santa Catarina (49,1), Rondônia (47,9) e Distrito Federal (42,8).

Quando se considera a taxa por 100 mil habitantes de todos os óbitos por coronavírus até agora, Goiás fica na 9ª posição, atrás do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Roraima, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. Bahia e Maranhão, que tiveram as menores taxas de mortes por Covid-19.

O mês de março foi o mais letal da pandemia em Goiás, com recorde de fila por internações e mortes à espera de vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No dia 23 de março, por exemplo, haviam 384 pessoas com confirmação ou suspeita de Covid-19 na fila por UTI da rede estadual. Até o fim de março, haviam sido contabilizadas 452 mortes de pacientes que aguardavam por uma vaga. Nos meses anteriores, as mortes na fila não passavam de 100.

Mesmo a rede estadual de Goiás tendo mais que dobrado o número de UTI para pacientes com coronavírus desde janeiro, a ocupação dos leitos na rede estadual passou boa parte de março acima de 90%, com vários hospitais lotados. O médico infectologista Júlio Croda, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, aponta o colapso do sistema de saúde como um dos fatores para o aumento de mortes. “Se morreram 400 na fila, é colapso”, define o cientista.

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De qualquer maneira, mesmo em um cenário com UTIs suficientes, a falta de controle da disseminação do vírus acarreta em muitas mortes. “A mortalidade por 100 mil habitantes junto com o excesso de óbitos formam os dois principais indicadores do controle da transmissão. (Os dados) mostram claramente o impacto da pandemia independente da abertura de leitos. A abertura de leitos em muitos momentos leva a falsa sensação de tranquilidade, mas esse indicador mostra claramente como o gestor e a população adotaram as medidas preventivas relacionadas à transmissão”, avalia Croda.

O secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, reconheceu que poderia ser melhor a adesão dos municípios ao decreto estadual de restrição de circulação de pessoas. Na mesma ocasião, a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, declarou que no pior momento da pandemia, houve a pior adesão da população ao decreto.

Consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, o infectologista José David Ubaez, declarou para a reportagem no fim de março que as medidas para diminuir a disseminação do vírus em Goiás foram muito tímidas para um nível de circulação avassalador, com predomínio de nova variante super transmissível.

 

Medidas

Para Julio Croda, Estados como a Bahia e o Maranhão, que tiveram menor mortalidade, tiveram medidas de restrição mais efetivas, que duraram mais tempo, com menos tempo do sistema de saúde em colapso. Flúvia Amorim diz que é difícil falar o que aconteceu realmente nesses locais, tendo em vista as diferenças da sensibilidade da vigilância local na notificação de casos.

 

Nova variante combina para aceleração de óbitos

O biólogo e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), José Alexandre Felizola Diniz Filho, avalia que a nova variante do vírus, chamada de P1, identificada inicialmente em Manaus, pode ter influenciado na maior aceleração do número de óbitos em Goiás em março. “É uma situação parecida com a do Rio Grande do Sul, diferente do Nordeste. Acho que aqui já passamos do pico de transmissão e estamos começando uma leve desaceleração de hospitalizações e óbitos. Portanto, em outros lugares ainda devemos ver problemas por mais tempo”.

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A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, avalia que os dados do Brasil mostram agora um momento de estabilização, em que os números pararam de crescer, mas ainda são altos. “O que a gente viu na primeira onda foi que depois da estabilização vem a queda, mas não dá para garantir nada. Covid é muito diferente de tudo que a gente já trabalhou. Se aparece uma variante nova, muda todo o cenário”, alerta a superintendente.
Felizola diz acreditar que, por conta da aceleração das mortes em março, alguns locais, como Goiânia, criaram restrições de circulação de pessoas mais rápido que outros locais. “Por isso começa a diminuir um pouco, mas vamos aguardar. Pode ser que com a flexibilização isso suba novamente”.

Conforme Flúvia, o alto número de óbitos em março é resultado de uma soma de fatores. “Juntou variante, carnaval e ano novo”, resume a gestora e epidemiologista. Dados da SES mostram que do total de 116 amostras em Goiás que passaram por rastreamento genético, 108 eram da variante P.1. Em 24 de março eram 18 municípios com casos de P.1 confirmados. No dia 7 de abril já eram 31 cidades.

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TV Brasil Central lança o programa Agro Talk

Novo programa será transmitido do segundo estúdio da ABC no Oscar Niemeyer, que foi pré-inaugurado nesta segunda-feira (27).

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TV Brasil Central lança o programa Agro Talk

A Brasil Central lançou, nesta segunda-feira (27), o Agro Talk, o novo programa da TBC sobre agronegócio. A solenidade foi realizada durante café da manhã que contou com a presença de deputados estaduais, autoridades, profissionais e convidados, no espaço de eventos da Agência, juntamente com a pré-inauguração do segundo estúdio da emissora instalado no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON). O lançamento foi transmitido ao vivo no programa O Mundo em sua Casa.

“Nós estamos aqui lançando um projeto inovador, que é fazer um programa diferente, que é o Agro Talk, em parceria com a TV Alego”, declarou o presidente da Agência Brasil Central (ABC), Reginaldo Júnior, em entrevista ao repórter Pedro Henrique Rabelo. “A gente celebra aqui o início de mais um veículo informativo, onde os produtores rurais poderão ter acesso às informações”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo. Os deputados estaduais Charles Bento, Wagner Neto e André do Prêmio parabenizaram a iniciativa da Brasil Central. Para Charles Bento, o Agrotalk não pode deixar de apresentar receitas culinárias (comida da roça) e casos de sucesso no campo. Segundo Wagner Neto, é importante acompanhar as inovações tecnológicas do setor que ajudam a minimizar gastos e aumentar a produção. O deputado André do Prêmio destacou que o novo programa é fundamental, pois vai aproximar o agro das pessoas da cidade.

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Apresentadora

O Agro Talk será apresentado pela advogada e comunicóloga Josie Marçal. “Hoje é um dia especial, nós estamos inaugurando Agro Talk TBC em parceria com a TV Alego, o primeiro programa de auditório do agronegócio”, enfatizou. O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, reforçou que “todos nós dependemos do agronegócio”. O apresentador Paulo Beringhs demonstrou sua felicidade com o estreitamento da parceria da TV Alego com a TBC. Ele lembrou que foi o primeiro apresentador de programa sobre o agronegócio no Brasil, na TV Anhanguera, na década de 1970. “(O programa) se chamava Jornal do Campo e está no ar ainda”, acrescentou.

O empresário Marco Elísio, da Planalto Tratores, parabenizou todos da TBC. “Estamos em um Estado em que o agro tem uma grande representatividade, e a gente precisa, cada vez mais, de programação de qualidade”, disse. Na opinião do presidente da Emater, Rafael Gouveia, o Agro Talk vai levar mais conhecimento aos produtores rurais. E disse que sua sugestão de primeira pauta é o pequi sem espinho, “porque, de fato, o pequi é um símbolo da cultura goiana.” Conforme o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta, o programa vai ser muito importante para comunicar com a sociedade, mas principalmente com os atores do agronegócio. “Nós, da Agrodefesa, que trabalhamos com as políticas de defesa agropecuária goiana, precisamos muito desses links de comunicação com os nossos clientes, que são produtores”, reforçou.

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