Governo do Rio anuncia mais 560 leitos para covid-19 até abril
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O governador em exercício do Rio de Janeiro, Claudio Castro, anunciou hoje (25), em coletiva no Palácio Guanabara, que até o início de abril o estado receberá mais 560 leitos. A medida fará baixar a taxa de ocupação nas unidades de tratamento intensiv (UTIs) para tratamento da covid-19, hoje da ordem de 88,7%. Em enfermarias, a taxa de ocupação atinge 77,3%. Deixou claro, entretanto, que isso não significa colapso na rede. “Ainda temos leitos disponíveis”, garantiu.
Após reunião nesta quinta-feira, na capital fluminense, com o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Castro afirmou que, “além disso, estamos estadualizando 480 leitos federais até o fim da próxima semana”. Esses leitos funcionarão dentro dos hospitais federais e entram na regulação do estado, da mesma forma que acontece com leitos cedidos pela rede hospitalar privada. “Serão 100% regulados pelo estado”. Castro acredita que até quarta-feira que vem (31), 80% dos novos leitos vão estar regulados pelo estado do Rio de Janeiro.
O governador disse também que o número de leitos estaduais será ampliado. “A perspectiva é ter 200 leitos estaduais a mais. Estamos falando de mais 700 leitos”. Castro informou ainda que a rede privada vai disponibilizar mais 180 leitos a partir de segunda-feira (29), e que 80 novos leitos foram inseridos na rede estadual.
Doses de vacina
Em relação à vacinação contra a covid-19, o governador em exercício disse que a perspectiva é o estado receber mais 2 milhões de doses do total de 38 milhões de doses que serão liberadas pelo governo federal e se somarão às 760 mil doses entregues no estado na semana passada.
Ele estimou que essa quantidade de doses deverá atender até 1,5 milhão de pessoas que serão imunizadas, para chegar na casa de 4 milhões de vacinados, pelo menos na primeira dose. Amanhã (26), um novo decreto será publicado, com alguns ajustes, sobre as medidas tomadas.
Atendendo a pedido de prefeitos fluminenses, o governador apresentará no dia 29 deste mês um calendário único de vacinação, para evitar que a população se desloque de um município para outro. Nesse mesmo dia, o governador em exercício vai reavaliar as decisões tomadas e prometeu que ajustará “o decreto quantas vezes forem necessárias.”
Parada para diminuição do contágio
Claudio Castro pediu que a população entenda o alcance das medidas, que visam a proteção das pessoas. “É uma parada, fundamental neste momento, para diminuir a questão do contágio”. São mais de 35 mil fluminenses mortos até agora, lamentou.
O governador ressaltou que a covid-19 ataca a todos, sem distinção de classe social, gênero, idade e que há a percepção de que mais jovens estão morrendo com a doença. “Temos que olhar a sociedade como uma só. Somos um estado só e um povo só”. “É extremamente necessário que a gente reduza o nosso ritmo e perceba que é uma situação grave.”
Outra face da covid-19
Claudio Castro informou que tem mantido diálogo também com a cadeia produtiva, “para proteger a vida e não entrar em outras faces terríveis dessa doença, que são o desemprego e a fome”. Para isso, ele pretende dialogar com toda a sociedade, governo federal, secretarias de saúde e o Ministério da Saúde. “Nós temos um inimigo comum. É o vírus. Temos que parar de brigar”, sugeriu o governador.
Castro descartou também que haja qualquer briga entre ele e o prefeito carioca, Eduardo Paes. Todas as medidas adotadas foram discutidas e acertadas em consenso entre Castro, Paes e o prefeito de Niterói, Axel Grael. “Queremos avançar na proteção sem acabar com a economia e com os empregos das pessoas. Isso se chama democracia”, afirmou.
A parada obrigatória é, na avaliação do governador, um período “para ficarmos dentro de nossas casas”. O político também pediu ao povo que evite aglomerações e respeite que é hora de “nós ficarmos reclusos, sim. A hora é grave e nós precisamos que cada um faça a sua parte.”
Edição: Pedro Ivo de Oliveira
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POLÍTICA NACIONAL
Brasil pede desculpas por perseguição a imigrantes japoneses
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A Comissão de Anistia, órgão autônomo de assessoramento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, aprovou, nesta quinta-feira (25), em Brasília, o reconhecimento, pelo Estado brasileiro, de que imigrantes japoneses e seus descendentes nascidos no país foram politicamente perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A admissão da perseguição e/ou conivência estatal foi uma resposta ao pedido de reparação coletiva apresentado pelo produtor audiovisual Mário Jun Okuhara e pela Associação Okinawa Kenjin do Brasil em nome de toda a comunidade nipônica. Em 2021, com outra composição, a comissão negou um pedido semelhante.
Durante a sessão pública de julgamento da petição, nessa quinta-feira (25), em Brasília, a presidenta da Comissão de Anistia, Eneá de Stutz e Almeida, pediu desculpas em nome do Estado brasileiro aos descendentes dos imigrantes japoneses presentes na sessão.
“Quero pedir desculpas em nome do Estado Brasileiro pela perseguição que os antepassados dos senhores e das senhoras sofreram, por todas as atrocidades e crueldades, o preconceito, a xenofobia, o racismo. Que essas histórias sejam contadas para que isso nunca mais se repita”, declarou Enéa.
Anistiados
Conforme estabelece a Lei nº 10.559, de 2002, podem ser declarados anistiados políticos aqueles que, entre 18 de setembro de 1946 e 5 e outubro de 1988, foram prejudicados por atos institucionais, complementares ou de exceção, bem como quem tenha sido punido ou perseguido por motivos exclusivamente políticos. No caso da comunidade nipônica, por se tratar de um requerimento coletivo, a anistia política, com caráter de reparação constitucional, não comporta indenização econômica – ao contrário dos casos individuais.
Durante a Segunda Guerra Mundial, pessoas nascidas na Alemanha, Itália e Japão que residiam no Brasil foram impedidas, por lei, de permanecer morando em cidades litorâneas. A justificativa era que, em caso de ataque, parte desses cidadãos poderia auxiliar os navios de combate do Eixo, transmitindo sinais e informações. Entre as três nacionalidades, os japoneses eram, na época, a maioria junto à costa brasileira, sendo os mais prejudicados pela medida.
Presente à sessão, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida (foto), classificou a oficialização “do reconhecimento, pelo Estado brasileiro, das graves violações aos direitos humanos perpetrados em território nacional contra imigrantes japoneses e seus descendentes” como um “ato de justiça”.
“A participação do Brasil ao lado das forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial ensejou, de maneira arbitrária, a perseguição contra membros da comunidade japonesa residente no Brasil. O que incluiu detenções, restrições indevidas à liberdade de expressão e de associação, práticas de tortura e confisco de bens, entre outros atos de repressão que se alinharam ao processo de estigmatização promovido pelo aparato estatal”, comentou o ministro.
Também durante o julgamento do pedido, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destacou que o Brasil abriga a segunda maior comunidade nipônica fora do Japão e que a decisão da Comissão da Anistia faz justiça ao papel que teve na construção identitária do país. “O trabalho, o julgamento e o veredito desta comissão têm papel fundamental de dizer que nunca mais pode se repetir no Brasil e no mundo episódios [semelhantes aos] julgados aqui”, finalizou.
Fonte: EBC Política Nacional
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