Plantão Policial
Idosa é assassinada dentro do Hugo em Goiânia; Suspeito da autoria é morador de rua
Ronaldo do Nascimento foi preso em flagrante, passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida em preventiva. A PC deve pedir exame para avaliar estado de saúde mental dele.
Neuza Cândida, de 75 anos foi assassinada dentro do Hospital de Urgências do Estado de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) na tarde de quinta-feira (7). O suspeito do crime, um homem de 47 anos, teria asfixiado a vítima que estava acamada e com traqueostomia. Ele foi preso em flagrante e o caso será investigado pela Polícia Civil (PC) através da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH). Quem coordena a investigação é o delegado Rhaniel Almeida. Ainda não há informações sobre a motivação do crime e o Hugo não se pronunciou sobre o crime.
A Polícia Militar (PM) foi acionada por volta das 17h30 para averiguação de um homicídio. Quando os militares chegaram ao local, funcionários do hospital afirmaram que o suspeito teria entrado no leito de enfermaria da paciente que estava acamada e respirava por meio de traqueostomia. Testemunhas disseram ainda que sem móvito aparente e sem chance de defesa, ele a teria asfixiado.
O suspeito contou para uma testemunha outra versão. Disse que quando entrou no quarto da vítima, teria ouvido a voz dela pedindo ajuda. Disse que tentou limpar a traqueostomia, mas que a idosa mexeu a boca, como se estivesse recusando a ajuda. Na versão dele, tentou limpar a boca da mulher com uma mão e a outra teria tapado o buraco da traqueostomia o que fez com que a vítima parasse de respirar e morresse. O suspeito alega que só queria ajudar e que não tinha a intenção de matar.
O suspeito
O suspeito de matar Neuza Cândida é o morador de rua Ronaldo do Nascimento, de 47 anos, segundo a PC. Ele permaneceu cerca de 4 horas na unidade e chegou a tomar banho no local antes da morte de Neuza Cândida, por volta de 17h30 de quinta-feira (7) em um leito de enfermaria.
Após ser preso em flagrante, passou por audiência de custódia na sexta-feira (8) e teve a prisão convertida em preventiva. Em depoimento na Central de Flagrantes, o policial militar que atendeu a ocorrência disse que uma paciente que estava na enfermaria e presenciou o fato contou a ele que o homem se dirigiu imediatamente à Neuza Cândida logo após entrar no quarto.
Velório
O velório de Neuza Cândida acontece nesta sexta-feira (8) em Goiânia. O sepultamento está previsto para 10 horas de sábado (9), em Anápolis, cidade natal da família.
Investigação
Ronaldo do Nascimento disse que é morador de rua e vive na região do Jardim Novo Mundo, em Goiânia. O delegado responsável pelas investigações, Rhaniel Almeida, ouviu novamente o suspeito na manhã desta sexta-feira (8), na Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH). “Ele manteve o discurso de que não teve intenção de matar, que estava querendo ajudar. Em vários momentos ele apresenta um discurso desconexo, aparentando ser uma pessoa inimputável”, contou o delegado.
A investigação deve solicitar à Justiça um Incidente de Insanidade para averiguar o estado mental do suspeito. “A versão dele é muito confusa. Disse que foi lá buscar segunda via de documentos, que havia sido internado no Hugo. De fato encontrei registro que ele teve documentos furtados”, disse Rhaniel, que ainda não vê motivação para o crime. “Ele nega que quis matar, mas ao mesmo tempo ele diz que mexeu no aparelho”, explica.
A PC solicitou câmeras de segurança do Hugo, que mostram, segundo o delegado, Ronaldo do Nascimento caminhando pelos corredores do hospital e entrando nos quartos. A polícia apura como Ronaldo conseguiu entrar no hospital. “Houve uma falha de segurança”, disse o responsável Rhaniel. O suspeito teria passado cerca de 4 horas no hospital, entre 13h30, quando chegou, até 17h30, momento em que a PM foi acionada.
Dois funcionários do Hugo e a paciente que presenciou o fato serão ouvidas na segunda-feira (11). A Polícia Civil aguarda o laudo cadavérico e o exame complementar do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar a causa da morte. Informações preliminares repassadas à polícia não verificaram sinais de asfixia no cadáver. “Tem que ter uma certa prudência, o cadavérico não saiu. Não tem nem a certeza de que foi homicídio”, explica Almeida.
“Nem a família conseguia entrar”
Filha da paciente morta, a técnica em enfermagem Daniela Cristina, de 44 anos, disse que conhece Ronaldo do Nascimento de vista, mas que nunca teve contato e sequer sabia seu nome. Ela afirma já ter visto o suspeito no Conjunto Cidade Vera Cruz II, em Goiânia, onde sua mãe morava.
Daniela conta que recebeu uma ligação do Hugo por volta de 16h10 informando que havia uma pessoa se identificando como Ronaldo, afirmando que era acompanhante de Neuza Cândida. A técnica em enfermagem disse que não autorizou a entrada do desconhecido e afirmou que ele não é da família. “Quando foi às 19 horas minha tia me ligou avisando que tinha entrado uma pessoa na enfermaria e asfixiado ela”, conta.
Neuza Cândida estava internada no Hugo há três meses, quando foi diagnosticado um coágulo na cabeça que seria consequência de uma queda. A vítima precisou passar por uma cirurgia e ficou em coma. “Ela lutou muito para ficar viva, ela ficou na UTI, vários dias em coma, lutou muito para sobreviver. Aí do nada aparece um louco desse, consegue entrar no Hugo, sendo que nem a família conseguia entrar lá por causa da pandemia”, desabafa.
Daniela disse que sua mãe aguardava uma transferência, nesta sexta-feira (8), para o Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS) para realizar um tratamento de três meses com antibiótico e, seguida, receber alta hospitalar. A filha da vítima disse que a família não recebeu assistência do Hugo e que estão arcando com todos os custos.
Nota do Hugo
No tocante aos acontecimentos veiculados em mídia relacionados ao último dia 07/04/2022, a Direção do HUGO informa que os fatos encontram-se em investigação pela Polícia Civil e Diretoria do Hospital.
A direção lamenta profundamente o ocorrido e está revisando integralmente os protocolos de segurança para evitar futuros episódios, ao tempo que presta total assistência à família.
Por fim, a Direção do HUGO reforça o seu comprometimento com o atendimento assistencial de excelência e com a máxima humanização.
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PLANTÃO POLICIAL
PC conclui investigação de crime ambiental que levou à morte de peixes em Crixás
No curso da investigação, a PC indiciou a mineradora de ouro que atua na região como responsável pela poluição que deu causa à morte dos peixes.
A Polícia Civil (PC) através da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), concluiu investigação relativa à mortandade de peixes no Rio Vermelho, na região do município de Crixás no Vale do São Patrício, ocorrido no dia 29 de maio de 2022.
No curso da investigação, a PC indiciou a mineradora de ouro que atua na região como responsável pela poluição que deu causa à morte dos peixes.
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