Intenção de Consumo das Famílias tem dezembro mais baixo da história
O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 72,1 pontos em dezembro, maior resultado desde maio deste ano, quando chegou a 81,7 pontos. Apesar dessa recuperação, os economistas da CNC avaliam que este foi o pior mês de dezembro da série histórica. Em dezembro de 2019, o índice ficou em 96,3 pontos.
O índice ficou abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que vem acontecendo desde abril de 2015 (102,9 pontos). A série com ajuste sazonal apresentou crescimento mensal de 1,2%, quarto crescimento consecutivo e mais intenso do que o observado em novembro (+0,8%). Em relação a dezembro de 2019, entretanto, houve retração de 25,1%. Segundo a CNC, essa foi a nona redução nessa base comparativa.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, analisou que a confiança vem melhorando, mas de forma lenta e gradual. “Como não poderia deixar de ser diante do dramático quadro econômico provocado pela pandemia. Nossa expectativa é que, com a vacinação já planejada pelo governo, esse processo de retomada da confiança tenha continuidade, provavelmente se acelerando nos próximos meses”, comentou.
Reforço
Para a economista Catarina Carneiro, da CNC, os resultados do ICF mostram que as famílias reforçaram a confiança na recuperação econômica. “Essa melhora nos indicadores de curto prazo já está influenciando as expectativas de longo prazo”, destacou. O indicador de Perspectiva Profissional para o próximo semestre apresentou o maior crescimento no mês. Foi registrado também o maior percentual, desde maio de 2020, de famílias com percepção positiva sobre o futuro do mercado de trabalho, lembrou a economista.
Na avaliação por faixa de renda, o ICF revela que as famílias com renda acima de dez salários mínimos externaram nível de insatisfação de 82,6 pontos, com aumento mensal de 1,4% e queda anual de 26,2%. Para as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, o indicador atingiu 70,1 pontos, representando insatisfação, já que o índice permaneceu abaixo dos 100 pontos. Entretanto, no mês houve expansão de 1,2% na confiança nessa faixa de renda, enquanto na comparação anual ocorreu redução de 24,8%.
Emprego
Na questão referente ao Emprego Atual, a maior parte dos entrevistados (32,8%) disse se sentir tão segura com seu emprego quanto no ano passado. A proporção é menor do que no mês anterior (33%) e maior do que em dezembro de 2019 (25,9%). Neste mês, houve a maior proporção desde junho, quando atingiu 21,1%, das famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego, alcançando 20,1% no último resultado. Em dezembro de 2020, houve crescimento mensal de 0,6% nesse item, o quarto seguido, enquanto a variação anual foi negativa em 26,1%. Apesar do avanço no mês, o patamar atingido foi de 88,1 pontos, revelando continuação da insatisfação das famílias nesse item.
A maior parte das famílias (52,2%) demonstrou uma Perspectiva Profissional negativa em dezembro deste ano, contra 54,5% no mês anterior e 42,5%, em dezembro de 2019. Similar ao indicador de Emprego Atual, o percentual de perspectiva positiva em relação ao futuro do mercado de trabalho (39,1%) atingiu a maior taxa desde maio de 2020 (39,6%). O item obteve variação positiva de 3% em dezembro de 2020, a quinta consecutiva, também sendo o maior crescimento do mês. Contudo, na comparação com igual mês do ano anterior, o indicador foi negativo (-17,9%).
As famílias, em sua maioria, consideraram que em dezembro de 2020 o Nível de Consumo Atual foi menor do que no ano passado (59,2%). Em novembro, o indicador atingiu 60,4% e, em dezembro do ano passado, 47,4%. Já a parcela das famílias que consideraram que houve aumento em seu consumo (14,2%) alcançou o maior percentual desde maio, quando marcou 15,4%.
Edição: Aline Leal
ECONOMIA
Veja as cidades que tiveram inflação em 2024 acima da média do Brasil
Pesquisa é feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Das 16 localidades nas quais o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pesquisa preços para apurar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sete tiveram inflação acima da média nacional.
O IPCA – conhecido como inflação oficial – fechou 2024 em 4,83%, superando a meta estipulada pelo governo – de 4,5% – com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para mais ou para menos.
São Luís, no Maranhão, teve o maior índice no ano passado – 6,51% -, 1,68 ponto percentual acima da média nacional. Segundo analistas do IBGE, as maiores pressões nos preços da capital maranhense foram causadas pelo reajuste da gasolina (14,24%) e das carnes (16,01%).
Apesar de maior variação, a inflação de São Luís impacta menos na média nacional do que a de regiões como São Paulo (5,01%), Belo Horizonte (5,96%) e Rio de Janeiro (4,69%).
A explicação está no peso em que cada uma das localidades tem no IPCA geral. O impacto é calculado considerando a variação e o peso da região. São Paulo responde quase por um terço (32,28%) do peso nacional, seguido por Belo Horizonte (9,69%) e Rio de Janeiro (9,43%).
A região metropolitana de Porto Alegre teve a menor inflação em 2024 (3,57%), sob influência de recuo nos preços da cebola (-42,47%), tomate (-38,58%) e passagens aéreas (-16,94%).
O IPCA apura o custo de vida para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. A coleta de preços é feita em Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Distrito Federal, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Percentuais por cidades. Veja a inflação de 2024 nas cidades pesquisadas pelo IBGE:
São Luís: 6,51%
Belo Horizonte: 5,96%
Goiânia: 5,56%
Campo Grande: 5,06%
São Paulo: 5,01%
Fortaleza: 4,92%
Rio Branco: 4,91%
Aracaju: 4,81%
Belém: 4,70%
Rio de Janeiro: 4,69%
Salvador: 4,68%
Curitiba: 4,43%
Recife: 4,36%
Vitória: 4,26%
Brasília: 3,93%
Porto Alegre: 3,57%
Agência Brasil
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