Juros do cheque especial sobem e taxas do rotativo caem em setembro
Os clientes de bancos pagaram juros maiores no cheque especial e taxas mais baixas no rotativo do cartão de crédito em setembro, de acordo com dados divulgados hoje (26) pelo Banco Central (BC).
A taxa de juros do cheque especial para as pessoas físicas subiu 1,3 ponto percentual em setembro, comparada a agosto, e chegou a 114,2% ao ano. Em 2020, os juros do cheque especial caíram 133,4 pontos percentuais, em boa parte por causa do teto de 8% ao mês (151,8% ao ano) estabelecido pelo Banco Central em janeiro.
Apesar de estar menor, a taxa do cheque especial é a segunda mais cara entre as modalidades de crédito para as famílias, e a recomendação do BC é que só seja usado em situações emergenciais.
Em 2018, os bancos anunciaram uma medida de autorregulamentação do cheque especial. Com as novas regras, os correntistas que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de um parcelamento, com taxa de juros menor que a do cheque especial definida pela instituição financeira.
Cartão de crédito
A taxa média do rotativo do cartão de crédito caiu 0,3 ponto percentual em relação a agosto, chegando a 309,9% ao ano. A taxa média é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes e é a mais cara entre as modalidades de crédito.
No caso do cliente adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 268,6% ao ano em setembro, diminuição de 1,7 ponto percentual em relação a agosto. A taxa cobrada dos clientes que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) subiu 1,6 ponto percentual, indo para 336,8% ao ano.
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.
Em abril de 2018, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor em junho do mesmo ano. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa.
Na modalidade de parcelamento das compras pelo cartão de crédito, a taxa chegou a 142,1% ao ano em setembro, com aumento de 4,3 pontos percentuais.
A taxa de juros do crédito pessoal não consignado chegou a 69,6% ao ano em setembro, com recuo de 0,7 ponto percentual em relação a agosto. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) recuou 0,4 ponto percentual, indo para 18,5% ao ano no mês passado.
De acordo com o BC, a taxa média de juros para pessoa física caiu 1 ponto percentual em setembro para 38% ao ano. A taxa média das empresas ficou em 11,4% ao ano, queda de 0,7 ponto percentual.
Inadimplência
A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, caiu 0,2 ponto percentual para pessoas físicas e 0,1 ponto para pessoas jurídicas, passando para 4,6% e 1,5%, respectivamente.
Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito) os juros médios para as pessoas físicas caíram 0,1 ponto percentual para 7% ao ano. A taxa média cobrada das empresas caiu 0,7 ponto percentual para 6,7% ao ano.
A inadimplência das pessoas físicas no crédito direcionado permaneceu em 1,4% e a das empresas caiu 0,7 ponto percentual para 1,5%.
Saldo dos empréstimos
Em setembro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,809 trilhões, com expansão de 1,9% em relação a agosto, de 5,1% no ano e de 13,1% em 12 meses. Esse saldo do crédito correspondeu a 52,8% de tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB) -, com aumento de 0,9 ponto percentual em relação a agosto.
Edição: Fernando Fraga
ECONOMIA
Veja as cidades que tiveram inflação em 2024 acima da média do Brasil
Pesquisa é feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Das 16 localidades nas quais o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pesquisa preços para apurar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sete tiveram inflação acima da média nacional.
O IPCA – conhecido como inflação oficial – fechou 2024 em 4,83%, superando a meta estipulada pelo governo – de 4,5% – com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para mais ou para menos.
São Luís, no Maranhão, teve o maior índice no ano passado – 6,51% -, 1,68 ponto percentual acima da média nacional. Segundo analistas do IBGE, as maiores pressões nos preços da capital maranhense foram causadas pelo reajuste da gasolina (14,24%) e das carnes (16,01%).
Apesar de maior variação, a inflação de São Luís impacta menos na média nacional do que a de regiões como São Paulo (5,01%), Belo Horizonte (5,96%) e Rio de Janeiro (4,69%).
A explicação está no peso em que cada uma das localidades tem no IPCA geral. O impacto é calculado considerando a variação e o peso da região. São Paulo responde quase por um terço (32,28%) do peso nacional, seguido por Belo Horizonte (9,69%) e Rio de Janeiro (9,43%).
A região metropolitana de Porto Alegre teve a menor inflação em 2024 (3,57%), sob influência de recuo nos preços da cebola (-42,47%), tomate (-38,58%) e passagens aéreas (-16,94%).
O IPCA apura o custo de vida para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. A coleta de preços é feita em Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Distrito Federal, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
Percentuais por cidades. Veja a inflação de 2024 nas cidades pesquisadas pelo IBGE:
São Luís: 6,51%
Belo Horizonte: 5,96%
Goiânia: 5,56%
Campo Grande: 5,06%
São Paulo: 5,01%
Fortaleza: 4,92%
Rio Branco: 4,91%
Aracaju: 4,81%
Belém: 4,70%
Rio de Janeiro: 4,69%
Salvador: 4,68%
Curitiba: 4,43%
Recife: 4,36%
Vitória: 4,26%
Brasília: 3,93%
Porto Alegre: 3,57%
Agência Brasil
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