Opinião

Policial militar em atividade não poderia prestar serviço de segurança a terceiros

E mesmo que a corporação não considere irregularidade, não tem sentido moral que um policial possa prestar serviço de segurança que não seja a serviço da corporação policial.

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Júlio César Cardoso é servidor federal aposentado

Conforme informações do G1, agentes do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Corregedoria da Polícia Militar realizaram a prisão de 17 PMs vinculados à segurança do bicheiro Rogério Andrade, acusados de participação em uma organização criminosa.

A propósito, vejam, por exemplo, o absurdo de nosso Tribunal do Trabalho: o TRT São Paulo – 2ª Região concluiu que não há proibição para que policiais prestem serviços a particulares, e caso houver alguma restrição da corporação, caberá a ela estabelecer a punição disciplinar.

Ora, se a corporação prever proibição com a correspondente sanção disciplinar, soa desarrazoado e ilógico o Tribunal do Trabalho acolher a relação empregatícia externa com um servidor policial.

E mesmo que a corporação não considere irregularidade, não tem sentido moral que um policial possa prestar serviço de segurança que não seja a serviço da corporação policial.

Para evitar o desvio de conduta profissional do policial militar, deveria haver uma LEI FEDERAL proibindo que o policial militar (concursado) em atividade exercesse igual função ou serviço de segurança, em qualquer horário, a terceiros.

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O nome da instituição Polícia Militar deveria ser preservado para que os seus agentes não fiquem a serviço de organizações criminosas.

Júlio César Cardoso é servidor federal aposentado

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ARTIGO

Do carré à paleta, qualidade da carne de cordeiro aguça paladares e incentiva produção nacional

A carne de cordeiro, antes vista como um produto exclusivo, está se popularizando entre os brasileiros. Enquanto boutiques, empórios e restaurantes focam na alta gastronomia, açougues e até uma rede de “atacarejo” parecem apostar em porções menores e mais acessíveis. Hoje, por exemplo, é possível encontrar embalagem com 300 gramas de tiras de costela por menos de R$22,00, algo antes inimaginável pela escassez na oferta e a histórica desorganização do setor.

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Walter Celani Júnior é zootecnista

A carne de cordeiro, antes vista como um produto exclusivo, está se popularizando entre os brasileiros. Enquanto boutiques, empórios e restaurantes focam na alta gastronomia, açougues e até uma rede de “atacarejo” parecem apostar em porções menores e mais acessíveis. Hoje, por exemplo, é possível encontrar embalagem com 300 gramas de tiras de costela por menos de R$ 22,00, algo antes inimaginável pela escassez na oferta e a histórica desorganização do setor.

Esse crescimento no consumo está relacionado à melhoria da qualidade dos cortes. Há alguns anos, a carne de cordeiro não seguia um padrão, o que resultava em cortes irregulares e forte rejeição. Muitas vezes, era proveniente de animais velhos, e o gosto considerado por muitos desagradável precisava ser mascarado por temperos fortes. Agora, com o investimento em raças específicas e processos mais eficientes, a história é outra. Hoje, os cordeiros são abatidos ainda jovens, com menos de seis meses, o que garante uma carne macia e saborosa, que pode ser temperada apenas com sal.

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Além disso, a indústria tem se mostrado criativa ao desenvolver produtos especiais, como linhas para churrasco e hambúrgueres, conquistando novos admiradores até mesmo em bairros de classe média. Isso é crucial para elevar o consumo per capita, que é inferior a 1 kg por ano, principalmente no Sudeste.

Tendência, inovações e rentabilidade 

O consumo de carne ovina é mais expressivo nas regiões Sul e Nordeste, que juntas concentram bem mais de 50% do rebanho nacional, estimado em 21,5 milhões de animais, segundo o Censo Agropecuário de 2022 do IBGE. A Bahia lidera a produção com 4,6 milhões de cabeças, seguida pelo Rio Grande do Sul com 3,4 milhões. No Sul, onde a lã sempre foi o principal foco, os criadores estão apostando em carneiros de alto desempenho para produção de carne de qualidade, atendendo também à indústria frigorífica, que paga até R$390 por arroba, além das bonificações para carcaças superiores.

As parcerias com os criadores também fortalecem o sucesso desse crescimento. Um exemplo é a VPJ Alimentos, que abate 12 mil cordeiros por ano e abastece mais de 700 pontos de venda, incluindo restaurantes, boutiques e supermercados, através de uma produção verticalizada. Esse modelo colaborativo permite que o setor continue a se organizar, aumentando a oferta e melhorando o produto final.

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Com a indústria apostando em qualidade, bonificações atrativas para os criadores e no crescente apetite dos consumidores, o futuro da carne de cordeiro parece promissor. O setor está se ajustando à medida que o consumo aumenta, e isso deve refletir em uma produção cada vez mais consistente e acessível.

Walter Celani Júnior é zootecnista

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