Opinião
Saiba quantas peças você precisa ter no guarda-roupa
Até acredito que seja viável ter mais de 20 peças, desde que você saiba fazer as escolhas certas para o seu guarda-roupa. É comum ver as pessoas indo até lojas de departamentos comprando diversos produtos de vestuário, como camisetas, por exemplo. Porém, essas peças costumam perder a qualidade após poucas lavagens, tornando-se inadequadas para uso em público.
Comprar uma roupa nova pode ser necessário para substituir uma peça danificada, participar de um evento especial, como um casamento, ou atender a códigos sociais – como os advogados, que sempre usam terno, ou os médicos, que vestem roupas brancas com frequência. No entanto, há um tipo de compra que foge a esses objetivos práticos: a compra por impulso.
Essa é a compra feita ao passear por um corredor comercial, sem nenhum motivo específico. A pessoa não precisa de uma nova peça, mas ainda assim é atraída pela vitrine, pelo estilo, pelo preço ou até por ver alguém ao lado vestindo uma roupa nova. De forma sutil, ela sente-se incomodada por estar usando uma roupa já conhecida e usada várias vezes.
Não é difícil perceber que esse comportamento repetitivo pode gerar problemas, especialmente financeiros. O autocontrole é um desafio para todos, e poucas orientações práticas existem para ajudar a conter esses impulsos. Mas, afinal, existe uma quantidade recomendável de roupas que deveríamos ter em nosso guarda-roupa?
Segundo o livro ‘The Happy Closet’, da especialista em moda, Annmarie O’Connor, existe sim. Ela afirma que há um “número mágico”: 20 peças, que são divididas assim – 1 casaco, 3 jaquetas, 5 calças, 5 camisetas, 1 vestido e 5 pares de sapatos. O’Connor, que também é editora de revistas especializadas e palestrante no TED, alerta que o acúmulo desnecessário de roupas reflete hábitos que podem ser ajustados.
Você pode estar pensando: “Só isso? Não é pouco?”. A autora explica que essas são peças-chave, que precisam ser de boa qualidade e em cores neutras, conhecidas como “coringa”, que permitem diversas combinações para várias ocasiões. Assim, é possível variar o visual em tons e estilos sem ser repetitivo.
Até acredito que seja viável ter mais de 20 peças, desde que você saiba fazer as escolhas certas para o seu guarda-roupa. É comum ver as pessoas indo até lojas de departamentos comprando diversos produtos de vestuário, como camisetas, por exemplo. Porém, essas peças costumam perder a qualidade após poucas lavagens, tornando-se inadequadas para uso em público.
Por que, em vez de comprar 4 camisetas de R$ 25,00 – que são mais frágeis -, não investir em uma única peça de R$ 100,00, que terá maior durabilidade? Muitas vezes, nos deixamos levar pelo preço ou pela ideia de ter mais quantidade, sem perceber que, a longo prazo, estamos perdendo dinheiro.
Investir em roupas de qualidade, feitas com bons materiais e com estilo atemporal, é muito mais vantajoso. As cores básicas também ajudam a criar um guarda-roupa versátil. Reduza o orçamento destinado à compra de roupas e direcione esses recursos para algo que lhe traga mais tranquilidade, tanto pessoal quanto financeira. Além disso, pense na economia circular: reusar, reciclar, reaproveitar. O planeta vai agradecer.
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais
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ARTIGO
A Septuaginta, a Hebraica e Qumran
Há outros manuscritos medievais do Antigo Testamento, o mais antigo é uma cópia do Cairo dos profetas de 895 d.C., enquanto o Codex de Aleppo, de 930 d.C., carrega o selo de aprovação do grande filósofo Maimônides, há um Codex Babilônico dos Profetas (916 d.C.) e uma cópia do Pentateuco do século X no Museu Britânico.
Desde o início da Igreja (ekkesia, comunidade, assembleia) de Jesus Cristo, as Escrituras (Antigo Testamento) utilizadas eram as da Septuaginta (LXX) na língua grega e não a Hebraica. Esta versão somente passou a ser valorizada na época de Jerônimo porque havia grandes diferenças entre as duas Bíblias e julgou-se que a Hebraica fosse original e mais correta. E essa impressão continuou até 1947, quando foram descobertos os pergaminhos do Mar Morto.
Descobri alguns livros que tratam do assunto, de autores como Emanuel Tov, James A. Sanders, Eugene Ulrich, e Ralph W. Klein (autor do livro “Textual – Crítica do Antigo Testamento. A Septuaginta depois de Qumran” e que estou estudando e repasso aqui).
A história da Septuaginta (LXX) começa com a tradução do Pentateuco em Alexandria, Egito, no século III A.C., uma vez que a comunidade judaica de lá encontrou cada vez mais dificuldade em usar o hebraico, traduziu o Pentateuco para o grego koiné para atender às necessidades litúrgicas da sinagoga, e talvez para fins apologéticos e educacionais também.
O Texto Massorético (TM) é versão hebraica do Antigo Testamento, padronizada entre os séculos VI e X d.C., pelos massoretas, usada no judaísmo rabínico e nas traduções modernas da Bíblia.
Há outros manuscritos medievais do Antigo Testamento, o mais antigo é uma cópia do Cairo dos profetas de 895 d.C., enquanto o Codex de Aleppo, de 930 d.C., carrega o selo de aprovação do grande filósofo Maimônides, há um Codex Babilônico dos Profetas (916 d.C.) e uma cópia do Pentateuco do século X no Museu Britânico.
O Pentateuco Samaritano é a versão dos primeiros cinco livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) usada pela comunidade samaritana e que rejeita o resto da Bíblia Hebraica.
A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto (250 a.C. a 68 d.C.) demonstrou que a Septuaginta mudou menos e está mais próximo do original do que os demais textos. Por exemplo, o fragmento 4QEx de Qumran confirma Ex 1,1-6 da LXX contra o Texto Massorético.
Qumran e LXX acrescentam “seu pai” depois de Jacó; TM não. Qumran e LXX leem “E todas as pessoas de Jacó”; TM lê “E todas as pessoas que saem dos lombos de Jacó”. Qumran e LXX leem “setenta e cinco”; TM lê “setenta”. Qumran e LXX leem “pessoas. E José morreu.”; TM lê pessoas. E José no Egito. E José morreu.
A variante “setenta e cinco” é a citada pelo mártir Estêvão (Atos 7,14) e é atestada por alguns manuscritos da LXX em Dt 10,22. É um cálculo baseado em Gn 46,20 da LXX, que contém os nomes de cinco descendentes adicionais de Efraim e Manassés.
Precisamos ainda analisar o Pentateuco Samaritano e o livro de Jeremias, cujo Texto Massorético mostra que foram acrescentadas 2.700 palavras a mais que a LXX e 4QJer, mas esta pequena amostra já mostrou que os Apóstolos e Padres da Igreja foram corretamente inspirados a utilizar a Palavra de Deus (em grego) que não depende de uma língua específica e que precisa estar sempre acompanhando as mudanças humanas da língua! Ou seja, precisamos da Igreja, uma que acerte nas escolhas teológicas, ou seja, siga a Septuaginta dos cristãos!
Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
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