Economia
FCO aprova mais de R$ 21,2 milhões para a modalidade rural em Goiás
Foram contempladas cartas-consulta de 17 municípios goianos. Recursos serão investidos na produção de soja e milho, bovinocultura, suinocultura e avicultura

Durante a 358ª Reunião da Câmara Deliberativa do Conselho de Desenvolvimento do Estado (CDE/FCO), realizada nesta sexta-feira, 26 de fevereiro, foram aprovados R$ 21.223.271,10 do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para a modalidade rural. Os recursos contemplam 27 cartas-consulta, com expectativa de geração de 40 novos empregos diretos no Estado. O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), é quem realiza a análise técnica de cartas-consulta de valor igual ou superior a R$ 500 mil para financiamentos rurais com recursos do FCO, que são direcionadas à apreciação do CDE.
A maior parte dos recursos aprovados na reunião do dia 26 é voltada para pequeno-médios produtores (48%) e pequenos produtores (42%). Também foram contemplados médios produtores (10%). Em relação à atividade, 59% do montante aprovado deve ser destinado à produção de soja e milho, seguido por investimentos em bovinocultura (33%), suinocultura (4%) e avicultura (4%). Os recursos devem financiar itens como máquinas e implementos, matrizes, benfeitorias, irrigação, energia fotovoltaica, reprodutores, entre outros.
Destino
As cartas-consulta foram apresentadas por produtores de 17 municípios. Mineiros e Jataí foram as cidades com maior número de cartas aprovadas, em um total de cinco, cada uma. Também foram contemplados os municípios de Vianópolis, Montividiu, Matrinchã, São Miguel do Araguaia, Caçu, Palminópolis, Uruaçu, Pontalina, Nova Crixás, Buriti Alegre, Orizona, Itumbiara, Britânia, Caiapônia e Vicentinópolis.
Representando a Seapa, participaram da reunião o superintendente de Produção Rural Sustentável, Donalvam Maia, e a gerente de Inteligência de Mercado, Juliana Dias Lopes. Segundo Donalvam Maia, o FCO tem cumprido seu papel de proporcionar investimentos no segmento agropecuário. “Os recursos representam muito mais do que melhorias na atividade. Possibilitam a inserção de crédito nos municípios, a criação de novos postos de trabalho e o desenvolvimento regional. O resultado disso é em benefício econômico e social para o nosso Estado de Goiás”, enfatiza.
Impacto
O FCO disponibilizou R$ 2,48 bilhões em empréstimos para financiar empresas e produtores rurais a fomentar atividades no Estado de Goiás no ano de 2020, além de R$ 538,8 milhões destinados para a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride). Desse total, R$ 1,5 bilhão (61,9% do total) foi em contratações para o setor rural e R$ 949,9 milhões (38,1%) para o empresarial.
Durante todo o ano de 2020 foram realizadas 8.679 operações. A previsão com todo esse aporte de recursos em investimentos é de gerar 271.307 empregos no Estado, entre diretos (100.444) e indiretos (170.863). Os empréstimos foram feitos em todos os 246 municípios de Goiás.
O governador Ronaldo Caiado avalia que é preciso manter a distribuição mais harmônica dos recursos do fundo. “Nossa projeção para 2021 é de manter cada vez mais a parceria do Banco do Brasil com o Governo de Goiás para atender as regiões mais carentes e diminuir as desigualdades regionais”.
Para 2021, estão previstos quase R$ 1 bilhão em recursos para o segmento rural. “O Governo de Goiás, por meio da Seapa, trabalha para levar ações efetivas a todos os 246 municípios. Com o FCO Rural, a intenção é garantir que os recursos contemplem os produtores rurais que mais necessitam, possibilitando a geração de renda em todas as regiões goianas. Atuamos, ainda, para que esses recursos previstos para este ano possam incrementar as atividades agropecuárias e fazer a diferença para milhares de pessoas no Estado”, destaca o titular da Seapa, Antônio Carlos de Souza Lima Neto.
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ECONOMIA
CRV Industrial aposta na meiose para otimizar o cultivo da cana e reduzir custos
Técnica amplia a produção, melhora a qualidade das mudas e favorece a sustentabilidade no campo

A CRV Industrial, usina bioenergética localizada em Carmo do Rio Verde, está investindo no plantio por Meiose como uma estratégia para otimizar o cultivo da cana-de-açúcar. Esse método permite que parte da área seja plantada inicialmente para gerar mudas destinadas ao restante da lavoura, possibilitando o uso temporário da terra com outras culturas ou o pousio.
De acordo com o superintendente agrícola, Carlos Jordão, a técnica visa otimizar o plantio, reduzir custos e preservar a área de moagem. Como teste inicial, a empresa implantou 100 hectares com Meiose, que se transformarão em 900 hectares para atender à área planejada. Esse sistema também já está sendo utilizado na unidade da empresa em Minas Gerais.
Jordão destaca que as principais vantagens desse método incluem a redução de operações agrícolas, a diminuição de custos, maior flexibilidade na janela de plantio, viabilidade do plantio em períodos chuvosos, interrupção do ciclo de pragas, melhor qualidade das mudas, maior rendimento no corte e preservação da cana destinada à moagem. “Entretanto, desafios como a necessidade de mão de obra especializada e o manejo dos tratos culturais da linha-mãe ainda são pontos de atenção”, ressalta.
Na CRV Industrial, o manejo da Meiose está sendo realizado com MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que otimiza o processo e permite melhor aproveitamento da janela de plantio. A maior parte das mudas está sendo utilizada em plantios de um ano e meio, sendo metade mecanizada e metade por Meiose. Esse modelo contribui para a redução da área de mudas cortadas, pois uma única linha pode se desdobrar em oito a dez linhas.
A linha de Meiose exige um investimento maior devido à irrigação, com custo médio de R$ 17 mil por hectare. No entanto, a quebra da Meiose gera economias significativas em transporte e outros custos operacionais. “Quando se divide o custo total, o valor final fica em torno de R$ 11 mil por hectare. A ideia é expandir a técnica para uma área entre 2.500 e 3.000 hectares, economizando hectares de mudas e mantendo um custo competitivo em relação ao plantio mecanizado”, explica Carlos Jordão.
A CRV Industrial aposta nessa estratégia para aumentar a eficiência e a sustentabilidade na produção de cana-de-açúcar. Além da redução de custos, a possibilidade de plantar outras culturas entre as linhas da Meiose permite um melhor aproveitamento da terra e contribui para a melhoria do solo. O projeto reforça o compromisso da empresa com a inovação e a busca por soluções sustentáveis para o setor sucroenergético.
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