Opinião

A insanidade agrícola

Os países mais ricos, que têm os maiores PIB per capita, não investiram somente em Educação, mas em Ciência e Tecnologia principalmente. Já os países pobres…

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O governo de um país tem grande poder para definir os rumos do futuro, para o bem ou para o mal. Os países mais ricos, que têm os maiores PIB per capita, não investiram somente em Educação, mas em Ciência e Tecnologia principalmente. Já os países pobres…

Não podemos esquecer o exemplo de Trofim Lysenko, que foi o cientista que comandava a Ciência Agrícola na União Soviética, amigo de Stalin, e que considerava a Genética de Mendel como ideário católico e a Evolução de Darwin como ideologia capitalista. Essa visão torta levou a agricultura dos soviéticos ao desastre e dependência ao trigo norte-americano.

Essa mesma visão insensata e insana fez o governo federal a cortar 93% da verba para pesquisa em mudanças climáticas segundo dados levantados pela BBC News Brasil. E, agora, quer tirar o mérito de cientista quem tem.

Entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018, os investimentos para estudos e projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas foram de R$ 31,1 milhões, já nos três anos seguintes, o governo federal investiu apenas R$ 2,1 milhões. Mas a estultícia não começou neste governo: em 2016, o governo gastou R$ 20,7 milhões, no ano seguinte, caiu para R$ 8,4 milhões e, em 2018, somente a R$ 2 milhões. Em 2019, o governo investiu R$ 1 milhão, em 2020, R$ 659 mil e neste ano, até outubro, foram gastos R$ 426 mil.

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Essa constatação demonstra a ignorância das autoridades, principalmente porque os países dependentes da exportação de commodities agrícola, como é o caso do Brasil, estão vulneráveis aos eventos extremos das mudanças climáticas, como por exemplo, as alterações do regime de chuvas e ventos, que podem resultar em secas prolongadas e, ainda, ondas de frio e de calor mais frequentes.

Inacreditavelmente, o governo federal ignora o Projeto Amazônia 4.0, com opções de produtos com alto valor agregado, mas incentiva o desmatamento para plantio de soja ou capim. Sem esquecer que as árvores centenárias são responsáveis pelos rios aéreos que irrigam do Centro-Oeste ao Sul do país.

No início deste mês de novembro, aconteceu a COP-26, a Conferência do Clima da ONU, em Glasgow, no Reino Unido. Ali, representantes de mais de cem países, entre eles China e Brasil, assinaram um acordo para proteger florestas com a meta de zerar o desmatamento no mundo até 2030. O Brasil aumentou a meta de redução de gases poluentes de 43% para 50% até 2030 e se comprometeu em antecipar o fim do desmatamento ilegal de 2030 para 2028 (deveria fazer isso neste mês ou esses muitos militares são incompetentes?).

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O Brasil estava diminuindo o desmatamento, mas em 2019 e 2020, houve um salto assustador, a tal boiada que o ex-ministro Salles queria. O avanço do desmatamento e dos incêndios florestais nesses dois anos despertaram reações de organizações não governamentais e de chefes de estado estrangeiros.

A Ciência não tem ideologia, tem a pesquisa que nos prepararia para enfrentar os eventos climáticos extremos e a ignorância que vai destruir nosso país como destruiu a agricultura soviética! Correto congressistas?

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

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ARTIGO

Milho safrinha deve sofrer pressão de insetos no outono

O principal inimigo da cultura é a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis). Além de se alimentar da planta, transmite micro-organismos causadores do enfezamento, podendo reduzir em 70% a produção de milho, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A incidência da cigarrinha é preocupante: aumentou 177% em 2 anos, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg).

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Leandro Valerim é engenheiro agrônomo, mestre em fitotecnia pela Universidade de São Paulo (USP) e gerente de inseticidas.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu em 1,8 milhão de toneladas a projeção para a colheita do milho de segunda safra em 2024, a chamada safrinha, passando para 85,6 milhões de toneladas. Motivo: problemas climáticos no Centro-Oeste e no Sul do país.

Em seu relatório, a Conab pontua que, especialmente no Mato Grosso do Sul e no Paraná, a redução do ciclo de chuvas causou estresse hídrico sobre as plantações – reduzindo o seu potencial produtivo. Para o restante do outono, contudo, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de temperaturas acima da média histórica e chuvas ligeiramente mais intensas do que é normalmente registrado no período em ambos os estados.

Com nível satisfatório de umidade do solo, esse cenário climático pode favorecer a safrinha até a conclusão do ciclo agrícola. Contudo, há desafios fitossanitários a enfrentar no período, em especial os insetos, uma vez que altas temperaturas combinadas com umidade criam condições ideais para a proliferação de pragas, aumentando o risco de infestações nas lavouras.

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O principal inimigo da cultura é a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis). Além de se alimentar da planta, transmite micro-organismos causadores do enfezamento, podendo reduzir em 70% a produção de milho, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A incidência da cigarrinha é preocupante: aumentou 177% em 2 anos, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg).

Como líder em inseticidas para o milho (conforme atestado por pesquisa da Kynetec referente à safra 2022/2023), a UPL tem se empenhado em desenvolver soluções eficazes para apoiar os agricultores no enfrentamento desses inimigos, que comprometem a produtividade. Sempre com base científica, estamos combinando moléculas e testando novas opções de alta performance.

Um exemplo é o inseticida Feroce, que possui tecnologia exclusiva (batizada de Blast) criada nos laboratórios da UPL. Nossas equipes selecionaram dois ingredientes ativos contra insetos sugadores e criaram um produto único e de alta qualidade, com choque extremo e diferencial de performance nunca antes visto no mercado. São ações como essa que efetivamente fazem a diferença no campo e contribuem para a rentabilidade do agricultor, bem como para uma produção de alimentos cada vez melhor e mais pujante para a população, em que pese os desafios – sejam climáticos ou fitossanitários.

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Leandro Valerim é engenheiro agrônomo, mestre em fitotecnia pela Universidade de São Paulo (USP) e gerente de inseticidas.

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