Na tarde de ontem o JORNAL DO VALE publicou uma matéria referente à prisão de um homem suspeito de aplicar o “golpe da viagem” a moradores de Goianésia.

Segundo a Polícia Civil de Goianésia, José Fernando Carvalho de Souza é suspeito de aplicar mais de cinquenta golpes em moradores do município e em seguida fugir com cerca de R$ 150 mil com o golpe denominado “viagem ao Canadá”. José Fernando foi preso em Natal-RN.

O delegado Marco Antônio Maia informou que assim que as vítimas procuraram a delegacia, de imediato a Polícia Civil agiu e representou pela prisão preventiva do suspeito. Após aplicar o golpe, José Fernando fugiu da cidade com a roupa do corpo sem deixar pistas. No entanto, após mais de seis meses foragido, a UNIT – Unidade de Inteligência – da 15ª DRP – Delegacia Regional de Polícia – não mediu esforços para localizá-lo e descobriu que o foragido estaria na cidade de Natal-RN.

Após descobrirem o paradeiro do suspeito, foi feito contato com os policiais potiguares que realizaram diversas buscas e no dia 24 de dezembro conseguiram localizar e prender o estelionatário. Além do mandado de prisão da comarca de Goianésia, José Fernando também era procurado pela justiça do estado do Espírito Santo que também expediu mandado de prisão contra Fernando, também por estelionato.

Sobre o caso

O golpe veio à tona no dia 07 de março do ano passado quando logo pela manhã pelo menos 30 pessoas haviam procurado a delegacia para oficializarem a denúncia. Pessoas desempregadas, pais de família, pessoas que moram de aluguel, e até pessoas que estavam empregadas e pediram demissão.

Algumas vítimas que relataram que haviam vendido bens para tentar realizar o “sonho de possuir um bom emprego com boa renda”. O sonho de ir para o Canadá e ganhar R$ 12 mil por mês. Desta forma que o suspeito vendia a “viagem”.

“Eu vendi meu carro por um preço bem abaixo do mercado para poder pagar a quantia exigida pelo Fernando. Dispensei um ótimo emprego na esperança de uma vida melhor”, contou um pintor de 37 anos que levou prejuízo de R$ 3.500 e pediu para não ter sua identidade revelada.

“Cheguei a vender o meu [carro] também. A gente realmente fica chateado por tomar este golpe. Uma pessoa desta que te faz uma proposta de serviço e justamente numa crise desta querendo, talvez, dar uma melhoria de vida, e este fato aconteceu e a gente não esperava por isto”. Revelou o pedreiro Ueliton, de 29 anos, que vendeu seu carro para poder ter condições de pagar o valor cobrado pelo golpista.

Além disto, cinco pessoas de uma mesma família pegaram dinheiro emprestado com juros de 5% e colocou na mão do golpista. Outras cinco pessoas pediram demissão de seus empregos para também tentarem embarcar rumo a Canadá. Um homem chegou a pegar suas economias e aplicou neste “sonho”, ficando sem dinheiro, inclusive para pagar o aluguel.

Segundo informações, o objetivo inicial do golpista era levar 12 pessoas, entre pedreiros, pintores e auxiliares, para “trabalhar” em Toronto, Canadá. Porém, como as pessoas foram transmitindo uma para as outras, acredita-se que mais de 50 pessoas tenham procurado Fernando querendo ir embora do país.

A proposta era realmente encantadora. O contrato seria de 06 meses de trabalho e o salário de pedreiro, por exemplo, era de mais de R$ 3 mil por semana, ou seja, mais de R$ 12 mil por mês, sendo que o valor pago era livre de tudo, toda despesa (moradia, alimentação, etc) era por conta do Fernando.

Para que as pessoas embarcassem neste sonho elas teriam que pagar as despesas iniciais, tais como, passaporte, visto e viagem (ida e volta). De uns ele cobrou R$ 3.500, e de outros R$ 3 mil. Acredita-se que ele tenha levantado cerca de R$ 150 mil com este golpe.

De acordo com as vítimas, a proposta do golpista era bem fundamenta e fotos dele em supostas obras no Canadá eram mostradas para elas a fim de dar mais credibilidade à proposta.

Muitas pessoas, depois de pagarem o valor exigido por Fernando, foram até a Polícia Federal de Anápolis na companhia do golpista para retirar o passaporte. As suspeitas começaram a aparecer depois que José Fernando marcou de pegar um grupo de 12 pessoas e irem até Brasília para pegarem o visto e de imediato embarcarem rumo ao emprego e não pareceu.

As imagens abaixo são de arquivos pessoais das vítimas