Opinião
Fertilizantes, a invenção que mais salvou vidas na história
Os solos naturalmente ricos em nutrientes são excelentes para a agricultura, porque são particularmente férteis. No entanto, como os nutrientes são absorvidos pelas plantas e seus produtos (frutos, grãos ou folhas) são exportados para compor o nosso alimento, eles levam consigo os nutrientes que foram retirados do solo. Sabe no que isso implica? Na redução da fertilidade do solo e consequentemente, na diminuição do rendimento das culturas a cada colheita. Portanto, é necessário repor os nutrientes para restaurar a fertilidade do solo e obter uma produção regular, ano após ano.

Em 1898, estudos britânicos mostraram que uma fome mundial era iminente. A produção agrícola era insuficiente para atender ao crescimento populacional e esperava-se que até 1,5 bilhão de pessoas morreriam de fome até 1930. Foi então que o químico alemão Fritz Haber, em 1909, criou o princípio de sintetizar amônia a partir do nitrogênio atmosférico. Carl Bosch então industrializou essa descoberta. O desenvolvimento do processo Haber-Bosch, usado até hoje, fez explodir a produção de amônia, usada na fabricação de fertilizantes nitrogenados. E esses fertilizantes foram responsáveis por salvar a população do desastre da fome.
A descoberta de Fritz Haber é considerada uma das mais importantes da história da humanidade. Estima-se que esse químico salvou 3,5 bilhões de vidas. A Fundação Nobel decidiu conceder-lhe o Prêmio Nobel de Química em 1920. Temos a tendência de subestimar essas inovações que aumentam nossa expectativa de vida ao longo das décadas. Mas, a inovação dos fertilizantes sintéticos vem em primeiro lugar, como aquela que mais salvou vidas desde seu uso, em 1909, no setor agrícola.
Os solos naturalmente ricos em nutrientes são excelentes para a agricultura, porque são particularmente férteis. No entanto, como os nutrientes são absorvidos pelas plantas e seus produtos (frutos, grãos ou folhas) são exportados para compor o nosso alimento, eles levam consigo os nutrientes que foram retirados do solo. Sabe no que isso implica? Na redução da fertilidade do solo e consequentemente, na diminuição do rendimento das culturas a cada colheita. Portanto, é necessário repor os nutrientes para restaurar a fertilidade do solo e obter uma produção regular, ano após ano.
Portanto, para manter a capacidade do solo de produzir alimentos, é preciso que seja feita a reposição dos seus nutrientes. É aí que o papel dos fertilizantes ganha imenso destaque, pois esse é o meio mais rápido e barato para manter um solo produtivo. Graças aos fertilizantes, a produtividade das culturas tem experimentado um crescimento exponencial que continuará por muitos anos.
Com o crescimento da população mundial, que deve chegar a 10 bilhões de pessoas em 2050, a demanda por fertilizantes só tende a crescer.
Paralelo a esse número, globalmente, mais de 700 milhões de pessoas passam fome, o que significa que seu acesso à comida é limitado a ponto de colocar suas vidas em risco. Em muitos países em desenvolvimento, um dos principais obstáculos à produção de alimentos é o acesso a fertilizantes, que enriquecem o solo com os nutrientes necessários para plantações vigorosas.
Os fertilizantes são essenciais na agricultura praticada no mundo hoje. Na forma mineral ou orgânica, eles fornecem nutrientes que permitem um crescimento mais rápido das plantas. Eles são, portanto, ainda mais utilizados porque a demanda por produtos alimentícios, que acompanha a demografia global, quadruplicou em um século.
Os fertilizantes são compostos principalmente pelos elementos nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), em proporções precisas: uma deficiência ou uma overdose pode ser prejudicial ao desenvolvimento de uma planta. Acredita-se que seu uso na agricultura tenha sido acelerado pelos conflitos globais da primeira metade do século XX, que levaram à industrialização da produção de amônio a partir do nitrogênio atmosférico. Entretanto, o fornecimento de potássio e fósforo depende diretamente da mineração. É, portanto, um recurso limitado e concentrado em certas regiões do globo.
Os fertilizantes se tornaram essenciais para nossos sistemas alimentares atuais. Entretanto, sua produção depende direta ou indiretamente de recursos naturais finitos e pouco presentes no território nacional. Essa vulnerabilidade é explorada pelos países produtores desses recursos para ter influência no cenário internacional.
Embora a situação do fornecimento de fertilizantes não seja tão crítica como no início do século XX, o contexto atual em que ela ocorre é preocupante. A mudança na estrutura demográfica da população agrícola tem sido baseada, em parte, por meio do uso massivo de fertilizantes, cujo fornecimento nem sempre é garantido e se baseia em frágeis equilíbrios industriais e diplomáticos. Em suma, é urgente melhorar a acessibilidade física e financeira aos fertilizantes para evitar o prolongamento da crise alimentar. Vidas e meios de subsistência dependem das escolhas dos formuladores de políticas.
Valter Casarin é coordenador geral e cientifico da NPV
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ARTIGO
Como o mercado brasileiro lida com a Inteligência Artificial?
No meu segmento, desde a explosão do ChatGPT quando foi lançado, vi profissionais testando e ‘ensinando’ a IA a construir OKRs, inclusive, postando seus resultados nas redes sociais de forma orgulhosa. Já vi executivos falando de boca cheia que agora seus OKRs seriam construídos com a ajuda de software com IA. Porém, o resultado que vi, tanto na rede social, como no software, continua igual.

O boom da Inteligência Artificial pelo mundo inteiro continua gerando polêmicas por onde passa, ao impactar diferentes áreas e segmentos. A mais recente está relacionada à IA de origem chinesa – a DeepSeek -, que vem dando o que falar, já que se apresenta como um modelo avançado, tendo a capacidade de realizar tarefas mais complexas e com custos operacionais em valor reduzido.
O lançamento da DeepSeek-R1, uma das versões da IA, fez com que o mercado – em especial o financeiro – ficasse abalado, e ações de empresas, como Microsoft e NVIDIA, registraram quedas expressivas em um curto período. Afinal, ninguém esperava o surgimento de um concorrente que se coloca em um patamar tão alto, trazendo abordagens aparentemente mais acessíveis e eficientes que o clássico Chat GPT, por exemplo.
No entanto, sempre costumo me questionar sobre a eficiência das inteligências artificiais. É inegável que funcionam e podem sim ser úteis em diversas tarefas e atividades do nosso dia a dia, facilitando alguns aspectos da rotina e tornando a entrega de determinadas atividades mais rápida e prática. Porém, será que as pessoas sabem o real impacto da IA no mercado brasileiro?
A verdade é que a maioria dos pontos envolvendo IA no Brasil ainda estão em uma fase de amadurecimento e podemos perceber isso diante da falta de habilidade das autoridades para lidarem com as questões, incluindo a sua regulamentação, que ainda não foi definida. Vejo muitas empresas curiosas e interessadas por tecnologias como a DeepSeek, diante de seus aparentes benefícios, mas sem saber ao certo como utilizá-la.
Neste sentido, acredito que para que a Inteligência Artificial realmente impacte o mercado brasileiro de forma positiva é necessário sair do frenesi e pensar em investimentos em recursos e profissionalização de uma maneira racional. Porque a partir do momento que temos recursos, é viável ter uma estrutura melhor, o que possibilita a capacitação de talentos, que estarão qualificados para lidarem com os diferentes tipos de IA e as possibilidades que ela oferece.
De acordo com os balanços divulgados recentemente, os investimentos em inteligência artificial de grandes empresas como Amazon, Microsoft, Google e Meta devem chegar a US$ 320 bilhões em 2025. Isso só mostra que apesar do “susto” com a DeepSeek, as big techs americanas pretendem continuar investindo na tecnologia. Isso reforça a importância do Brasil também se colocar nessa corrida, para que não fique muito para trás.
No meu segmento, desde a explosão do ChatGPT quando foi lançado, vi profissionais testando e ‘ensinando’ a IA a construir OKRs, inclusive, postando seus resultados nas redes sociais de forma orgulhosa. Já vi executivos falando de boca cheia que agora seus OKRs seriam construídos com a ajuda de software com IA. Porém, o resultado que vi, tanto na rede social, como no software, continua igual.
Ou seja, se não souber como usar a ferramenta, não vamos alcançar o benefício proposto pelo uso dela. Mais uma vez, dependemos primeiro da iniciativa livre dos cidadãos, afinal, temos vários capacitados para surfar esta onda e gerar valor para os indivíduos e para a sociedade. Do poder público, esperamos uma regulamentação e ajustes na legislação para que se possa colher os benefícios sem prejudicar os direitos individuais.
Pedro Signorelli é especialista em gestão
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