Dólar fecha a R$ 5,13 com expectativas sobre inflação nos EUA
A expectativa em torno da inflação nos Estados Unidos interrompeu a sequência de três quedas seguidas do dólar. A bolsa de valores passou a maior parte do dia em baixa, mas se recuperou e fechou em alta com a ajuda das commodities (bens primários com cotação internacional).
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (9) vendido a R$ 5,13, com alta de R$ 0,017 (+0,33%). A moeda iniciou o dia em baixa, chegando a R$ 5,09 pouco antes das 11h. No entanto, a pressão do mercado externo e a compra de dólares por parte de investidores que aproveitaram o preço baixo empurraram a cotação para cima.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pela volatilidade. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 108.651 pontos, com alta de 0,23%. Com ganhos pela sexta sessão seguida, o índice foi impulsionado por mineradoras e petroleiras, que reagiram à alta nos preços das commodities, e pela divulgação de balanços de bancos, que revelaram lucro no segundo trimestre.
O dólar subiu em todo o planeta, com os investidores aguardando a divulgação amanhã (10) da inflação ao consumidor em julho nos Estados Unidos. Caso os números venham acima do previsto, aumentarão as pressões para o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) elevar os juros em 0,75 ponto na próxima reunião. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
No Brasil, a divulgação de que a inflação oficial fechou julho em -0,68%, a menor taxa da série histórica para o mês, reduziu as pressões para que o Banco Central aumente, em setembro, a taxa Selic para 14% ao ano.
Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada hoje, a autoridade monetária não descartou a possibilidade de elevação da Selic (juros básicos da economia) no próximo mês. O órgão, no entanto, informou que a decisão dependerá do comportamento da inflação e de outras variáveis econômicas até lá.
*Com informações da Reuters
Edição: Lílian Beraldo
Fonte: EBC Economia
ECONOMIA
Mercado eleva para 2,09% projeção de expansão da economia em 2024
A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu de 2,05% para 2,09%. A estimativa está no boletim Focus desta segunda-feira (13), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) é crescimento de 2%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro também projeta expansão do PIB em 2%, para os dois anos.
Superando as projeções, em 2023 a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, a taxa de crescimento havia sido 3%.
A previsão de cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,05.
Inflação
Nesta edição do Focus, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – em 2024 subiu de 3,72% para 3,76%. Para 2025, a projeção da inflação ficou em 3,66%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,5% para os dois anos.
A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com a mesma tolerância.
Em abril, pressionada pelos preços de alimentos e gastos com saúde e cuidados pessoais, a inflação do país foi 0,38%, acima do observado no mês anterior (0,16%), mas abaixo do apurado em abril do ano passado (0,61%). De acordo com o IBGE, em 12 meses, o IPCA acumula 3,69%.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e o aumento das incertezas fizeram o BC diminuir o ritmo do corte de juros, que vinham sendo de 0,5 ponto percentual, para 0,25 ponto.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9,75% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9% ao ano, se mantenha nesse patamar em 2026 e caia para 8,63% em 2027.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Fonte: EBC Economia
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