Opinião

O caminhão do futuro

A indústria global de mineração opera cerca de 28.000 caminhões de mineração de grande porte. Veja-se a Volvo, membro fundador da FMC, fechou um acordo com a Holcim para o maior pedido comercial de caminhões pesados elétricos a bateria. Até 2030, a Holcim, maior fornecedora mundial de soluções de construção, colocará para trabalhar 1.000 caminhões de emissão zero da Volvo em suas operações, para substituir os movidos a diesel da mesma marca.

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Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

As mudanças climáticas impõem à humanidade uma mudança radical, acabar com o uso de combustíveis fósseis urgentemente. Um dos grandes consumidores desse combustível é o transporte feito por caminhões de médio e grande porte, cerca de 1,8 gigatoneladas de emissões de CO2 por ano, e a demanda por transporte de caminhões deve mais que dobrar até 2050.

Atualmente, há mais de 300 modelos de caminhões elétricos a bateria e a célula de combustível disponíveis no mercado e muitos mais são esperados nos próximos anos. No entanto, a implantação desses veículos não é suficiente para conter o aquecimento global de 1,5°C. Na União Europeia, apenas 0,6% dos caminhões vendidos hoje são elétricos, contra 96,6% a diesel.

Hoje, o consumo global de combustíveis fósseis é de 81% do total, o mesmo percentual de 30 anos atrás. E os maiores países consumidores, como EUA, China, Índia e Rússia, não estão se preparando para a transição necessária. Os 10 países que mais se preparam respondem por apenas 2,6% das emissões anuais globais.

A Coalizão dos Primeiros a Agir (First Movers Coalition, FMC), com mais de 90 empresas e um valor total de mercado de mais de US$ 8,5 trilhões em cinco continentes, formam agora a coalizão para fortalecer o mercado de tecnologias de carbono zero tornando-os comercialmente viáveis em mercados globais. Trabalham para agregar as principais indústrias de sete setores difíceis de reduzir emissões: Alumínio, Aço, Aviação, Cimento e Concreto, Transporte Marítimo, Transporte Rodoviário e Remoção de Dióxido de Carbono.

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Os membros da FMC assinaram um compromisso para garantir que 100% de suas compras ou contratos de novos caminhões de médio porte e 30% dos pesados sejam de emissão zero até 2030. Se os atuais 15 membros cumprirem esse compromisso de transporte, espera-se que eles reduzam 0,6 milhão de toneladas de emissões de CO2 por ano até 2030. Além disso, esses compromissos e ações ajudarão a ampliar e comercializar as tecnologias que serão essenciais para descarbonizar o setor de transporte de caminhões como um todo.

A indústria global de mineração opera cerca de 28.000 caminhões de mineração de grande porte. Veja-se a Volvo, membro fundador da FMC, fechou um acordo com a Holcim para o maior pedido comercial de caminhões pesados elétricos a bateria. Até 2030, a Holcim, maior fornecedora mundial de soluções de construção, colocará para trabalhar 1.000 caminhões de emissão zero da Volvo em suas operações, para substituir os movidos a diesel da mesma marca.

Da mesma forma, a Volvo está trabalhando com a Heidelberg Materials para descarbonizar a construção com uma mistura de caminhões elétricos e soluções de construção e serviços de produtividade. Até 2030, a Volvo pretende ter 50% de suas vendas de caminhões elétricas.

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A PepsiCo Beverages North America investiu em uma frota de Tesla Semis em Sacramento para uma mistura de entrega e viagens de até 520 milhas, e também instalou quatro carregadores Tesla de 750 kW em sua instalação em Sacramento para apoiar as operações. E quando veremos as indústrias brasileiras tendo iniciativas semelhantes?

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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ARTIGO

Os fios da liberdade e o resistir da vida

É preciso sempre reverberar a discussão sobre a importância de um ambiente saudável para essa população, pois muitos estão adoecendo, cansados de toda essa situação. Os momentos de prazer, alegrias e cuidado são mais do que necessários nessa construção do bem viver para a população negra.

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Livia Marques é psicóloga.

A inferioridade do racismo é observada até nos comentários sobre os cabelos. Até pouco tempo, um experiente apresentador de programa de TV fez um comentário racista sobre o cabelo de uma bailarina negra. O absurdo não parou por aí. Ainda foi comentado, ao vivo, que outra pessoa da equipe do programa relatou ter visto um piolho.

Outra situação aconteceu durante um evento do exterior em que duas convidadas brasileiras sofreram racismo. Os cabelos de ambas as pessoas negras foram atacados e novamente com uma história com piolhos.

Talvez alguns comentem que elas foram fortes ao encarar, ao permanecerem no palco, ao lerem a carta com o relato. No entanto, a reflexão não é sobre ser forte ou ter coragem. É também sobre o cansaço diário e o não querer passar por tamanha violência, que adoece, inferioriza e desumaniza pessoas constantemente.

Não é saudável entrar em uma apresentação ou ir assistir a uma aula com medo de ser atacado ou ofendido. Ou ter medo de ser uma pessoa apontada por seus traços e cabelos ou de ser alguém que não merece respeito.

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Essas situações acontecem diariamente com pessoas negras por conta da história colonizadora e do processo de escravidão no país. Crianças vivenciam isso. Adolescentes e adultos são atacados e muitos evitam o embate por receio de serem colocados no lugar de serem raivosos e descontrolados.

Pessoas negras não podem, segundo o racismo, terem a própria percepção. Não podem se expressar, muito menos serem assertivas. Mas as marcas do próprio período de escravidão no Brasil mostram no cotidiano, em 2024, o quanto é indesejável e, por vezes, até perigoso que pessoas negras coloquem seus desejos e suas opiniões.

Para essas pessoas, só sobra o lugar de subjugação, o de não expressar o que deseja e o que sente por medo da rejeição. Além da ansiedade, isso gera sintomas físicos e psicológicos que podem ser vistos em forma de procrastinação, tremores ao expor suas opiniões, níveis altos de culpa, além do isolamento social.

Quem pode e tem o direito ao viver e esperançar? Nessas reflexões, deixo também o meu questionamento para as pessoas que se dizem aliadas no processo antirracista. Como estão agindo diante de ações realmente concretas?

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É preciso sempre reverberar a discussão sobre a importância de um ambiente saudável para essa população, pois muitos estão adoecendo, cansados de toda essa situação. Os momentos de prazer, alegrias e cuidado são mais do que necessários nessa construção do bem viver para a população negra.

Livia Marques é psicóloga

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