Opinião

Um Novo Projeto de Motor a Álcool

Um consórcio de empresas reunindo as multinacionais Mercedes-Benz, Stellantis (Fiat, Chrysler, Opel, Peugeot e Citroën), Bosch, Umicore e a brasileira Ipiranga, estabeleceu dois acordos de parceria com o Ipen para o desenvolvimento de células a combustível de baixa temperatura, que opera por volta de 100º C, para o aproveitamento do etanol como combustível de carros elétricos.

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Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

No início de dezembro, escrevi ao Presidente Lula propondo um novo Proálcool. Fiquei obcecado pelo rendimento de uma célula etanol apresentada dias antes pelos bolsistas PCI (Programa de Capacitação Institucional) do INPE. O Instituto desenvolve uma célula de etanol (gera eletricidade diretamente por reações eletrolíticas), com uma eficiência de 70%. Algo espetacular, já que um motor a combustão não chega a 30%, ou seja, mais que o dobro. Se um carro comum faz 10 km/l, um carro elétrico com célula de etanol faria mais de 23 km/l.

O PCI é um programa patrocinado pelo MCTIC e operacionalizado pelo CNPq com vistas a fomentar a capacitação técnica, científica e de inovação das Unidades de Pesquisas ligadas ao MCTIC como o INPE. Eu sou responsável pelos bolsistas da Ciência e Tecnologia Espaciais.

Tomei a liberdade de sugerir ao presidente Lula repetir a ideia do Motor a Álcool Brasileiro, quando o presidente Geisel encomendou ao CTA (Centro Técnico Aeroespacial) fazer estudos técnicos sobre o etanol que permitiram que o governo mais tarde criasse o Proálcool logo após a crise do petróleo em 1973.

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De 1973 a 1976, realizaram experiências com diversos tipos de motores adaptando-os para o uso do etanol combustível. Em 1975, apresentou os resultados de seus estudos ao presidente Ernesto Geisel, fato que levou o governo brasileiro a criar o programa de substituição de combustíveis derivados de petróleo por álcool. Até 1976, o CTA adaptou e testou motores de diversos fabricantes.

A situação atual está mais fácil, pois há diversos institutos federais e estaduais, além das indústrias automobilísticas, estudando e testando células de etanol, como meus colegas do INPE. O governo federal deveria apadrinhar o novo carro a etanol, mais eficiente e bem menos poluente. Os Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Indústria poderiam gerir. A necessidade de dinheiro para a pesquisa já está até suprida no orçamento e, posteriormente, incentivos para a fabricação e venda na forma de empréstimo é dinheiro que volta ao Erário.

A Revista Pesquisa da Fapesp vem divulgando diversas pesquisas brasileiras sobre o assunto. Uma parceria entre a montadora japonesa Nissan e o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) desenvolve uma tecnologia da célula a combustível a etanol, que permite abastecer o veículo com esse combustível em qualquer posto do país, como já ocorre hoje.

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Um consórcio de empresas reunindo as multinacionais Mercedes-Benz, Stellantis (Fiat, Chrysler, Opel, Peugeot e Citroën), Bosch, Umicore e a brasileira Ipiranga, estabeleceu dois acordos de parceria com o Ipen para o desenvolvimento de células a combustível de baixa temperatura, que opera por volta de 100º C, para o aproveitamento do etanol como combustível de carros elétricos.

Outro consórcio, formado por Volkswagen, Stellantis, Toyota, Ford, Shell, Bosch, AVL e a brasileira Caoa, também fechou um contrato de parceria com a Unicamp para desenvolver células a combustível a etanol, apoiado pela FAPESP e Finep.

Já temos todos os ingredientes para fazer no Brasil um projeto de sucesso.

Mario Eugenio Saturno (fb.com/Mario.Eugenio.Saturno) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano

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Nossa viagem futura

Não se vive por acaso, tampouco para si. Viver para a semeadura do conhecimento, da bondade e do amor é uma forma segura de pavimentar nossa trilha para chegar cada dia mais próximos de Deus.

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Paulo Hayashi Jr. é Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.

Rever parentes que há muitos anos não se via é salutar para reafirmar os laços familiares e o bem querer. Somos todos uma grande família e o tempo descortina o que temos na essência. Não somos seres que vivem para a matéria, mas o contrário. Somos espíritos que se utilizam da matéria para a perfectibilidade maior. Temos as sementes divinas, mas precisamos do cuidado e dos esforços para a correta germinação, desenvolvimento e frutificação.

Jesus Cristo é o jardineiro fiel que abençoa a todos e que não esquece de ninguém. Neste sentido, refletir sobre o passado e admirar o futuro representa planejar o presente para aproveitar cada momento.

Viver com sabedoria é ser aberto às aprendizagens e às lições do mundo. Quem aprende rápido acumula melhores resultados das escolhas do que aqueles que preferem persistir nos equívocos. Somos sempre o que escolhemos ser e fazer. Cabe a cada um ter a disciplina e a atitude de eterno aprendiz.

O tempo passa, a velhice do corpo vem, mas a tranquilidade da consciência leve chega apenas para aqueles que souberam semear as boas obras no seu devido momento. Olhar para o passado é uma volta a si como também as oportunidades realizadas, bem como os desperdícios. Infelizmente nem todos partem com a missão cumprida, quando a derradeira hora chegar. A viagem através do Aquerontes é certa, mas nem todos se preparam de modo adequado.

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Não se vive por acaso, tampouco para si. Viver para a semeadura do conhecimento, da bondade e do amor é uma forma segura de pavimentar nossa trilha para chegar cada dia mais próximos de Deus.

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