Saúde

“Goiás vai investir pesado”, garante Caiado em assinatura de parceria para realização de exame genético para câncer de mama

Goiás será o primeiro estado a disponibilizar testes gratuitos para mulheres com alterações mamárias suspeitas. Sequenciamento genético de pacientes com câncer de mama vai propiciar rastreamento familiar.

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Ronaldo Caiado assina convênio inédito com a UFG para permitir a realização de exames genéticos que diagnosticam câncer de mama e ovário. Foto: Lucas Diener

Goiás será o primeiro estado brasileiro a disponibilizar, pelo SUS, exames genéticos que diagnosticam câncer de mama e ovário. A parceria inédita com a Universidade Federal de Goiás (UFG) foi firmada pelo governador Ronaldo Caiado nesta quinta-feira (19), no Palácio das Esmeraldas e faz parte das ações do projeto Goiás Todo Rosa, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Mulheres que possuem alterações mamárias consideradas suspeitas poderão fazer o teste de sequenciamento genético de forma gratuita a partir de uma amostra de sangue simples.

Ao destacar o convênio, Caiado ressaltou a importância de se respeitar a ciência. “Isto que a UFG traz a nós é a academia que se debruça em estudo para buscar melhoria da qualidade do diagnóstico, da antecipação dos problemas”, ponderou. De acordo com o chefe do Executivo estadual, os familiares de uma pessoa que sofre com câncer poderão fazer um acompanhamento e tratamento profilático para que não desenvolva a doença e tudo isso oferecido pelo SUS.

O governador ainda enalteceu a atuação da UFG, que segundo ele auxilia o estado a levar um melhor serviço à população. “Goiás vai investir pesado. Vamos arcar com a parcela do ponto de vista financeiro para que as pessoas que utilizam o serviço público, o SUS, possam ter a mesma qualidade de atendimento dos pacientes nas redes particulares. Esse é meu objetivo como médico”, asseverou.

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A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, elogiou o pioneirismo da iniciativa, já que o  painel genético de pacientes com câncer de mama vai propiciar o rastreamento familiar. “Goiás passa a ser o primeiro estado do Brasil a implantar esse exame que é fundamental para prevenção da mulher diagnosticada, mas principalmente dos familiares, porque esse é um tipo de câncer genético herdado”, lembrou.

O secretário da Saúde, Sérgio Vêncio, afirmou que a pasta vai iniciar a capacitação de profissionais para o atendimento dos casos suspeitos e coleta do material, com previsão de que os exames sejam disponibilizados a partir deste ano. As amostras serão encaminhadas ao Centro de Genética Humana do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, que possui estrutura e recursos técnicos adequados para a análise.  “O bom de um governador médico é que as discussões são sempre técnicas. O governador não politiza a saúde”, afirmou o gestor.

Como funciona

O exame analisa todas as bases presentes nos genes BRCA 1 e 2, permitindo a identificação de mutações que podem causar câncer de mama e ovário. Ele pode ser feito a partir de uma simples amostra de sangue ou do DNA extraído de peça tumoral. Com o diagnóstico, é possível estabelecer uma rotina personalizada de rastreio de câncer, com maiores chances de cura e mais qualidade de vida para o paciente.

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O câncer de mama é o mais frequente em mulheres no Brasil, excluindo o câncer de pele não melanoma, e a principal causa de morte entre a população feminina. Para o ano de 2023 são estimados 73.610 novos casos no país. Em Goiás, de 2020 a 2023, pelo menos 1.993 mulheres perderam a vida para a doença.

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SAÚDE

Alagamentos podem provocar novos casos de dengue no Rio Grande do Sul

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Mesmo não sendo, em princípio, um período propício à explosão de casos de dengue por estar com temperaturas mais baixas, a atenção com a doença é mais uma na lista de preocupações das autoridades de saúde em consequência das chuvas intensas e dos alagamentos que vêm ocorrendo no Rio Grande do Sul. Os casos costumam ocorrer no verão, mas, segundo o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Cristóvão Barcelos, também podem aparecer em maio, no período chamado de veranico, quando as temperaturas se elevam.

“O Rio Grande do Sul tem o famoso veranico de maio – todo gaúcho fala isso. E costuma ser um período de calor. A temperatura baixa em abril, mas, em maio, estamos em regime de El Niño – não sei se vai acontecer este ano, mas é quase um tempo histórico de clima lá no Sul, muito comum. É o que eles chamam de veranico, uma pequena onda de calor já quando deveria ter frio”, disse Barcelos à Agência Brasil.

Além disso, há possibilidade de ocorrerem novas ondas de calor, como já se viu na região. “Nesse quadro todo de calamidade, [com] perda de serviço e de abastecimento de água, de quebra da infraestrutura urbana, se houver uma onda de calor nas próximas semanas, pode acontecer um grande surto de dengue”, afirmou o pesquisador. Segundo ele, isso pode acontecer em outros estados, porém, no Rio Grande do Sul, a situação torna-se mais grave, porque a infraestrutura do estado foi extremamente prejudicada.

“Seria terrível. Pior do que os outros estados, que estão mais ou menos com a infraestrutura urbana intacta. Eles [gaúchos] estão com tudo destruído. Imagina, como vai eliminar foco com uma situação dessa? Os agentes estão trabalhando em outras coisas. As pessoas não podem mais cuidar do seu quintal, do lixo acumulado. Muita coisa virou lixo, uma geladeira quebrada – tudo isso pode se transformar em local de foco do mosquito, se houver uma onda de calor”, observou.

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Barcelos acrescentou que os ovos do mosquito Aedes aegypti têm capacidade de resistência muito grande ao frio, ficam cristalizados nas paredes de diversos recipientes e, se tiverem contato com uma água mais quente e parada, eclodem e chegam à fase adulta e começam a voar.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, nos últimos anos, casos de dengue têm sido confirmados em todo o período de inverno, inclusive nas semanas mais frias. “Costumamos dizer que o inverno é um período de baixa transmissão em relação ao verão, mas não podemos baixar a guarda diante de baixas temperaturas, pois sabemos que temos 468 municípios infestados e teremos muitos municípios com acúmulo de entulhos e possíveis criadouros”, respondeu a secretaria à Agência Brasil.

Água suja

Atualmente, o Aedes aegypti não prolifera somente em águas limpas e, além disso, a decantação da água parada dos alagamentos pode ser ambiente propício ao aparecimento dos mosquitos, destacou Barcelos, que é integrante do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz e representante da instituição no Centro de Operações de Emergência em Saúde, responsável pela coordenação das ações de resposta às emergências em saúde pública, incluindo a mobilização de recursos de vários órgãos para o restabelecimento dos serviços de saúde e articulação da informação entre as três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Uma geladeira abandonada, cheia de água barrenta no começo, depois vai decantando e as partículas se depositam no fundo e a água fica limpa com oxigênio, nutrientes, com tudo o que o mosquito precisa. Ao entorno dali, tem pneu largado, tem carro abandonado, tem máquina de lavar, o lixo que foi gerado pela própria calamidade”, ressaltou o pesquisador, lembrando que, nas regiões de águas correntes, não há proliferação do mosquito.

O presidente da Sociedade Gaúcha de Infectologia e chefe do Serviço de Infectologia da Santa Casa de Porto Alegre, Alessandro Pasqualotto, disse que, antes das enchentes, o Rio Grande do Sul já enfrentava uma epidemia de dengue sem precedentes. Pasqualotto também se preocupa com o aumento dos casos após o término dos alagamentos. “A área alagada é muito grande, e o mosquito já estava presente no nosso estado. Os diagnósticos ficaram prejudicados neste período, mas os casos de dengue estão, sim, acontecendo e devem aumentar em sequência com essa água empoçada e o calor voltando.

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De acordo com Pasqualotto, neste momento, ainda que é difícil fazer uma projeção do número de casos. “No somar das variáveis, é muito possível que a dengue aumente, então, é uma doença esperada”, afirmou.

Números

A Secretaria  Estadual de Saúde informou que, até segunda-feira (13), o Rio Grande do Sul tinha 116.517 confirmados de dengue, 38.463 descartados e 31.931 ainda em investigação. O número de óbitos confirmados pela doença era de 138. “Antes das inundações, o estado ainda estava em elevação de casos com tendência à estabilização”, completou.

A pasta se diz atenta a novos casos, que poderão surgir após a água das enchentes baixar e os criadouros com água parada virem à tona. “Estamos monitorando, e principalmente orientando os municípios para estarem atentos aos primeiros sintomas, já que a limpeza urbana não poderá ser feita imediatamente em todo o estado pela magnitude do desastre. Dessa forma, ter a rede assistencial sensível para detectar os casos será fundamental. Estamos em contato com o Ministério da Saúde para garantir também os estoques de kits para testagem dos [casos] suspeitos.”

A técnica Carmem Gomes, do Programa Estadual de Vigilância e Controle do Aedes aegypti, informou que o controle do vetor está suspenso, diante da total incapacidade de operacionalizar qualquer tipo de ação neste momento. Porém, quando as águas baixarem, e os resíduos começarem a surgir, a atenção deve se voltar para o recolhimento dos depósitos para eliminação dos criadouros e para que não permaneçam resquícios de água.

Carmen recomendou que, nas áreas onde já se sabia que a infestação estava alta, as pessoas continuem com as ações preventivas, “no mínimo, com o uso de repelente”.

Fonte: EBC SAÚDE

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